A entrada de um novo ator no leilão em que o Estaleiro Atlântico Sul procura vender por R$ 895 milhões uma parte substancial de seus ativos, de modo a sair do regime de Recuperação Judicial em que se encontra, transformou-se numa agradável surpresa para os grupos Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, donos do empreendimento e que, para a captação de R$ 1 bilhão junto ao BNDES, ofereceram garantias além do próprio terreno que adquiriam do Governo de Pernambuco.
Com a oferta 50% maior que o valor mínimo de R$ 300 milhões - fixado pelo administrador judicial para a chamada UPI-B Cais Sul, com 50 hectares e 730 metros e dois berços com 12 metros de calado - os acionistas poderão quitar quase 50% de dívida com o BNDES, consequentemente, eliminando esse mesmo percentual dos ativos que gravaram quando do financiamento.
O EAS ainda tem uma área duas vezes maior que a UPI-B Cais Sul. Mas ela não tem acesso ao mar. Oferecida no mesmo leilão, iniciado na quinta feira, foi avaliada em R$ 595 milhões e não teve interessados. Mas ainda poderá ser vendida noutra oferta. Entretanto, tanto BNDES como os controladores já têm o que comemorar.
O banco que receberá parte do que emprestou ao empreendimento, e os controladores que conseguirão resolver o imbróglio que se tornou o projeto de implantar no Nordeste o maior estaleiro da América do Sul, que agora luta para sobreviver mirando o setor de reparos navais.
Onde, pelo porte dos equipamentos que dispõe, mesmo com a venda do ativo, ainda será bastante competitivo.
O terreno de 500 mil m2, (no leilão judicial UPI-B Cais Sul), com um cais de 730 metros com dragagem até 12 metros, possui construídos no terreno vestiários e refeitórios para 3.000 funcionários, galpão e almoxarifado com 6.300 m2 de área útil, além de uma oficina para serviços mecânicos e elétricos com pontes rolantes e bancadas.
Seja qual for o vencedor, receberá instalações que podem ser utilizadas para outras necessidades ou ser demolido para servir apenas de pátio de contêineres, o objetivo da Maersk.
Segundo o EAS, a venda do Cais Sul não atrapalha as operações atuais e os projetos que estão sendo prospectados. Há um projeto para readequação do imóvel da área central, de forma a se ajustar sem as áreas que serão vendidas junto à área do cais.
Depois da aprovação do RJ, o EAS lançou-se no mercado de reparos navais, tendo obtido sucesso devido aos serviços oferecem. Mas planeja entrar em nova áreas como construir plataformas para torres eólicas off-shore - mercado que vai se abrir no Brasil em 2023.
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