Maior exportador mundial de carne bovina e de aves, além de já ser o quarto de carne suína, o Brasil virou potência na produção de proteína a partir do suporte agrícola - já que produz astronômicas 138 milhões de toneladas de soja e mais 87 milhões de milho.
Esses produtos acabam virando ração, até porque, como se diz na indústria avícola, ‘um frango nada mais é do que um ovo turbinado com soja e milho’.
Mas o caso do frango é bem interessante. Em 2010, o Brasil quase não exportava, produzindo 10 milhões de toneladas/ano. No ano passado, quando chegou a produzir 15% de todo o mundo (sendo o terceiro maior produtor), exportou 32% dessas proteínas especialmente para a China.
O caso do frango, que apenas este ano já exportou 2,35 milhões de toneladas, faturando US$ 4,61 bilhões, com crescimento de 7,6%, é ainda mais expressivo - porque o País acabou combinando expertise de produção com o suprimento de milho que até 2010 não existia: forçando uma importação da Argentina.
O curioso é que o Brasil em 2022 está exportando mais de 20,4% de produtos industrializados e 11,5% de frango em cortes - que incluem até o pé de galinha, desprezado pelo consumidor brasileiro, mas preferido pelo consumidor chinês, devido à concentração de colágeno.
Marcondes Filho, diretor do grupo pernambucano Mauricéia, líder regional no setor, diz que o primeiro semestre poderia ser melhor não fosse o aumento dos preços dos grãos combinado com a drástica redução do poder aquisitivo do consumidor.
O empresário revela que sua companhia só exporta 6% do que produz, e se o poder aquisitivo no Nordeste cai (como caiu), a companhia perde vendas. Embora acredite que o mercado interno vai melhorar.
O caso suíno é ainda mais curioso. Quarto maior produtor e exportador do mundo, o Brasil está ampliando o consumo interno porque o preço baixou. Em 2010, o Brasil não exportava carne de porco. Mas a oferta de milho e soja mudou o comportamento da indústria.
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