Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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GOL, Azul Linhas Aéreas, Fernando de Noronha

Após uma semana de abandono, GOL resgata passageiros em Fernando de Noronha. Pista só para avião ATR

Gol contratou um voo fretado à empresa Voe Pass para resgatar 69 passageiros na Ilha de Fernando de Noronha.

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 19/10/2022 às 15:50 | Atualizado em 20/10/2022 às 11:04
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Fernando de Noronha voo fretado para resgatra os passageiros da GOL que foracarfma retidos em Noronha. - FOTO: DIVULGAÇÃO
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Uma semana após ficarem retidos na Ilha de Fernando de Noronha, a GOL enviou, na manhã desta quarta-feira, um avião fretado à empresa Voe Pass para resgatar os 69 passageiros que ainda estavam no arquipélago. Eles foram trazidos para o Recife de onde foram reembarcados para seus destinos pela companhia. 

Eles voaram num vôo da regional Voe Pass, fretado pela companhia, um ATR72 600. O equipamento é o mesmo usado pela Azul e que está usando para atender a ilha depois que a ANAC determinou a restrição parcial, a partir de 12 de outubro, das operações de pouso de aeronaves com motores à reação (turbojatos como o B737). Não estão incluídos nessa restrição as aeronaves turboélice como os modelos ATR72 e Caravan.

Durante uma semana, a companhia aérea ficou adiando a solução para o problema dos seus clientes e somente do final de semana, após denuncias dos passageiros nas redes sociais, foi ofertada acomodação em pousadas, mas sem alimentação o que provocou novas críticas à companhia.

Foto: Divulgação/Seinfra
Azul passará a ter apenas uma frequência semanal na ilha para transporte de cargas e moradores - Foto: Divulgação/Seinfra

 

Na verdade, quase 150 passageiros que já estavam na ilha foram prejudicados com a proibição Quase 80 conseguiram ser acomodados em vôos da Azul que criou uma ponte aérea com vôos operados com equipamentos ATR-600 . Eles atenderam prioritariamente os passageiros da própria companhia transportando-os ao Recife de onde poderam ser realocados em vôos da companhia para seus destinos.

Entretanto, no caso da GOL - que também operava com equipamentos maiores como o  jato 737 – não havia essa possibilidade já que a empresa não usa esse equipamento. Isso acabou criando um problema para a empresa que somente na tarde desta quarta-feira (19) conseguiu montar a operação de resgate.

Durante uma semana, tanto a companhia como o Governo de Pernambuco se esforçaram para passar uma imagem de ação para os passageiros que, efetivamente, não aconteceu.

Na prática, Administração do Arquipélago remeteu a responsabilidade de todas as ações de assistência aos passageiros à Gol sem levar em conta o desgaste institucional da proibição devido a falta de atenção para a ilha, especialmente em relação à pista de pouso, cuja obra orçada em R$ 69 milhões só deve começar nos próximos meses.

No dia da proibição, no Recife, a secretaria de Infraestrutura do Governo de Pernambuco se apressou em dizer que um serviço emergencial na pista no valor e R$ 1,2 milhão já estava sendo providenciado o que até este quarta-feira (19) não aconteceu.

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Avião ATR em Fernando de Noronha - Divulgação
 

A mobilização de pessoal e máquinas só deve começar mesmo nesta quinta-fera (20) depois que um barco com máquinas e suprimentos chegou a arquipélago na noite desta terça-feira.

A empreiteira tem 60 dias para fazer um serviço emergencial para que o Governo de Pernambuco possa pedir a reabilitação da pista até que sejam definidos os vencedores da licitação para a restauração e modernização definitiva, orçada em R$ 69 milhões. Essa licitação se encontra em fase de reconhecimento da empresa vencedora.

Será essa obra - combinada com outra licitação para a concessão da administração do terminal e uma terceira - para a reforma do terminal de passageiros - que dará a Fernando de Noronha as condições necessárias para a prestação de um serviço melhor.

Entretanto, nenhuma delas será iniciada em 2022 devido aos prazos de fechamento das licitações.

Antes da proibição do pouso de aeronaves com motores à reação turbojatos como o B737, a empresa DIX Empreendimentos precisou fazer uma série de adptações ao terminal que inicialmente foi projetado para operar dois ou quatro vôos de aviões de pequeno porte em horários diferentes.

Nos últimos meses, devido a necessidade de adequação à malha das empresas GOL e Azul os vôos chegam e partem quase no mesmo horário o que acaba provocando um caos no embarque e desembarque pois os aviões das duas empresas transportavam em média 150 passageiros que chegavam e decolavam movimentando 300 passageiros no pequeno terminal.

A determinação da ANAC surpreendeu o governo do Estado por ter sido publicada logo após a realização do primeiro turno das eleições e dando um prazo de apenas uma semana para a acomodação das rotas das empresas aéreas.

Segundo a ANAC,  numa inspeção realizada pela agência em 2019, verificou-se degradação de trechos da pista, ainda em nível médio de severidade, ensejando o envio de Plano de Ações Corretivas pelo operador aeroportuário à Agência. Na ocasião, foi apresentado planejamento de recuperação do pavimento.

No entanto, até o dia 26 de setembro deste ano, o operador ainda não havia realizado a restauração do pavimento, apenas intervenções paliativas com aplicação de asfalto tipo pré-misturado a frio, e resultados de ensaios indicaram o comprometimento funcional da superfície do pavimento.

Esse tipo de asfalto não tem aderência adequada à camada asfáltica existente e costuma apresentar desprendimento quando o pavimento aeroportuário é submetido a esforços durante a operação de aeronaves turbojato.

Em nota, a Administração de Fernando de Noronha alegou estar "em constante entendimento com a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos e com a concessionária do aeroporto, DIX". E que presta "todo apoio necessário no sentido de garantir a manutenção das operações aéreas na ilha, enquanto a obra de requalificação da pista do aeroporto é realizada".

As obras, entretanto, até agora não começaram na pista que apresenta sinais graves de degradação.

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Avião ATR em Fernando de Noronha - FOTO:Divulgação

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