Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Petrobras, termelétrica, Gás Natural e Biocombustíveis

Ex-presidente da Petrobras diz que segurança energética virou prioridade das nações após conflito Rússia x Ucrânia

Para o ex-presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, um enorme mercado para projetos de energia firme a partir de fontes como o gás natural

Publicado em 26/10/2022 às 18:25 | Atualizado em 26/10/2022 às 22:04
JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
José Mauro Ferreira Coelho foi é o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido no governo Bolsonaro - FOTO: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
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O ex-presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho disse nesta quarta-feria (26), aqui no Recife, que o conflito da Rússia com a Ucrânia redefiniu o conceito internacional de segurança energética a partir da constatação que a Globalização não garantia isso a todos os países. Esse fato acabou redirecionando políticas e estratégias do países a partir de uma nova realidade que se impôs e que deve ser o ponto de referência daqui para frente.

Ferreira Coelho, que após a quarentena depois que deixou o comando na Petrobrás, passou a ser conselheiro de novos negócios da Oncorp, gigante do setor energético e que atua também aqui no Recife, falou sobre a questão da transição acelerada de uma economia de baixo carbono.

Segundo ele, isso estava sendo planejado para daqui a, ao menos uma década. Mas que, devido a entrada de novos e atores e novos players na geração de energia, foi necessário a reprogramação dos investimentos de várias empresas do setor elétrico com a estruturação de vários negócios que estavam desenhados para daqui a muito mais anos.

Ele falou da mudança que o Brasil, um país conhecido pela limpeza de sua matriz energética,  que já sabe que não terá como optar pela construção de novas usinas dentro do conceito clássico de geração de grandes reservatórios. E isso abriu a oportunidades da geração de energia em novas modalidades, especialmente, solar e eólica além nopvas termelétricas.

Não há mesmo grandes possibilidades dos mega projetos hidráulicos. Mas há um enorme mercado para projetos de energia firme a partir de fontes como o gás natural que devem dar o suporte para a geração quando as eólicas e solares deixam de produzir." diz o executivo.

A novidade é que empresas como a Oncorp já perceberam que é possível e estão desenvolvendo projetos que podem não só reduzir a emissão de carbono e, em breve, até ofertar créditos de carbono no mercado global.

A Oncorp atua na produção e serviço de geração de energia termoelétrica independente. Por meio do Operador Nacional do Sistema Elétrico. A empresa atualmente contribui em cinco grandes projetos do Sistema Interligado de Energia Nacional, gerando mais de 600 MW/mês que são distribuídos pelo território brasileiro.

Ferreira Coelho falou sobre o mercado de novas térmicas que utilizam novas tecnologias com menos consumo de gás natural e sua combinação com plantas de geração solar e sistemas de armazenamento podem ser tão eficientes que o balanço energético poderá gerar créditos de carbono.

Esse é o caso de uma usina da Oncorp em Roraima que está apta a gerar créditos de carbono no futuro por combinar um turbina a diesel com uma planta solar e um sistema de armazenamento (BESS) desenvolvido pela Moura numa planta que substituirá uma geração a diesel.

A empresa está colocando uma nova turbina a diesel e que, nos próximos anos, será substituída por uma a gás natural cuja operação deverá ser tão eficiente ao ponto de gerar créditos de carbono.

Para José Mauro Ferreira Coelho esse será uma nova realidade pois, mesmo com o crescimento das plantas e energia verde, em algum momento do dia os consumidores terão que ser atendidos de alguma forma de geração hidráulica ou térmica.

Ele reconhece as dificuldades que países como o Brasil comunicar essa realiade já que o conceito de ter apenas geração de energia limpa está sendo levado ao extremo. Mas ele também adverte que o mercado não pode prescindir de ter plantas de geração de energia firme.

"O desafio do setor é encontrar uma forma de comunicar a necessidade dessa modalidade no sistema nacional de energia", adverte o ex-presidente da Petrobras.

Para o executivo, a novidade é que com as novas plantas as empresas, não apenas se economiza gás natural bem como emitirá menos CO2. E ainda podeeá combinar outras tecnologias como agregar plantas solares e acumuladores de energia, diz o ex-presidente da Petrobras.

Para ele, o grande desafio do setor é comunicar isso de forma eficiente. Mostrar ao consumidor que por trás de uma planta fotovoltaica e de outra eólica precisa haver um suporte de uma energia firme. O que as empresas estão fazendo em montando conjuntos que reúnem várias tecnologias.

A Oncorp está construindo uma planta, de Roraima, onde estará produzindo 12 megawatts em 2023. A nova planta no futuro vai retirar 18 toneladas de CO² por estar combinada com geração fotovoltaica e um conjunto de baterias que pode armazenar parte dessa energia.

Ela também está negociando com um projeto que substitui a planta de geração de energia a diesel do Arquipélago de Fernando de Noronha por uma com geração a gás natural limpando a matriz da ilha.

Em outra frente de atuação, a empresa está fechando com a Copergás e o Governo do Estado de Pernambuco um projeto que visa implantar um “gosoduto virtual” para - com o uso de caminhões- atender ao pólo gesseiro do Estado na região de Araripina/Pernambuco.

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