A "Carta para o Brasil do amanhã", divulgada ontem pelo candidato do PT à presidência da República, é um desses documentos que qualquer cidadão, eleitor e contribuinte minimamente informado não tem como discordar, salvo os casos de pessoas que carregam em si uma carga muito grande preconceito racial, gênero, inter-regional e que se afine ideologicamente com propostas armamentistas, tão em evidências nos últimos quatro anos. E, evidentemente, não é um texto para agradar o mercado.
Como ser contra à políticas que foquem em conquistas como respeito, do emprego, dos salários decentes, da aposentadoria digna, dos direitos e oportunidades para todas e todos, da vida, da saúde, da educação, da preservação do meio ambiente, do respeito às mulheres, à população negra e à diversidade, da integração soberana ao mundo, e coisas básicas como segurança alimentar?
O problema do desafio do candidato Lula está no custo. E na falta de cuidado em dizer que essas são metas e que não se pode achar que estarão disponíveis nos primeiros meses de 2023. Claro, que o ex-presidente assume com ela sua postura de um governo de atuação social, presença forte na economia. Não se poderia esperar que um governo liderado por ele não tivesse propostas de investimento em serviços públicos e sociais, em infraestrutura econômica e preservação de recursos naturais estratégicos.
E mesmo quando fala em (re) construir uma nova Legislação Trabalhista e num Salário-Mínimo com crescimento todo ano acima da inflação e um novo Bolsa Família que restaure a estratégia de tratar diferente famílias de composição numérica diversa não há novidade. Também não há como, do ponto de vista econômico, quando se afirma um compromisso com uma estratégia nacional para avançar em direção à economia do conhecimento a transição digital e trazer a indústria brasileira para o século XXI assume o que vem sendo pedido há anos pelos setores econômicos.
Mas uma questão permanece: como fazer isso numa estrutura de custos orçamentários que, ao longo dos anos, o Executivo brasileiro implantou e que reproduz, de forma analógica, o conceito de caixinha onde, primeiro se inclui a rubrica histórica e depois vai se buscar o recurso num teto de gastos que tem pouco compromisso se este o aquele programa avançou na execução. Esse formato consolida um modelo arcaico de gastos que chega a 96% da arrecadação e, que desde 2020, foi sequestrado ainda mais pela implantação das "rubricas" do Orçamento Secreto. Dito de outra forma. Com esse modelo de gastos, os compromissos da Dívida Pública, da Previdência e salários do setor público, mais as emendas do Orçamento Secreto, o custo das despesas que o candidato Lula propõe não cabe. Como também não cabe a série de propostas que nas últimas semanas foram prometidas por Jair Bolsonaro.
Portando, é importante que todos saibam que estamos falando de horizontes. Diferentes, mas de futuro seja no curto, médio e longo prazo. Até para que ninguém tenha ilusões que propostas de mudanças tão expressivas se materializarão em poucos meses. Mas talvez a grande contribuição de Lula no seu documento esteja em incluir a palavra amanhã. O que pode abrir uma perspectiva que nos últimos anos quase apagamos do nosso vocabulário de nação.
Novembro é mês da empreendendora
Dia 19 de novembro é o Dia da Empreendedora Feminina. E o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras no mundo, segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor 2020. Dos 52 milhões de empreendedores no país, 30 milhões são mulheres, correspondendo a 57%.
Fenagri adiada para 2023
A Prefeitura de Petrolina e a Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport) informam que a 28ª edição da Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri) será adiada para o período de 9 a 12 de agosto de 2023. O tema 'Agricultura 4.0: Tecnologia e Inovação', continua nas rodadas e feiras de negócios, minicursos, seminários e visitas técnicas.
Sem medo da lixeira
A Prefeitura do Recife fez uma grande festa para anunciar o programa Recife Limpa, um conjunto de ações que visa ampliar a coleta de lixo na cidade e fomentar o descarte correto do lixo. Falou de customização dos caminhões de coleta, ampliação de papeleiras e ampliação de capinação e raspagem de sarjetas, entre outros pontos. É interessante. O Recife gasta R$ 290 milhões, por ano, apenas para recolher o lixo que produz. O gasto é absurdo. Porque é como se, de segunda a sábado, o recifense se ocupasse em gastar R$ 1 milhão por dia para sujar sua própria cidade. Talvez por isso a Prefeitura deva apostar numa ação que começa no investimento em campanhas educativas para que o cidadão simplesmente não suje sua cidade e jogue o lixo no lixo. Nas últimas administrações, a PCR não fez isso. E a cidade foi se acostumando ou, como afirma o vídeo da campanha, as pessoas passaram a ter medo das lixeiras. Governantes se emocionam com equipamentos e discursos. O prefeito João Campos tem a chance de marcar sua gestão se limpar a cidade. Mas para isso tem que fazer uma estratégia de cidade e se envolver pessoalmente. Porque, afinal, ninguém está interessado numa postagem nas suas redes sociais junto de uma vassoura mecânica.
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