No discurso de sua posse na Assembléia Legislativa, a nova governadora de Pernambuco, Raquel Lyra resumiu numa frase o sentimento que levou a milhões (2.757.782 de votos) de eleitores a escolhê-la para comandar o Estado: “Pernambuco deixou de ser uma postura para virar uma lembrança”.
Deixamos mesmo. Como lembrou a governadora, nos últimos 16 anos Pernambuco conheceu ciclos diferentes em sua trajetória, indo do entusiasmo ao mais profundo desalento.
E nessa trajetória ao mesmo tempo em que viu grandes conquistas se perdendo viu o aumento da miséria, da violência e... a perda do protagonismo que virou uma marca.
No Nordeste, Pernmabuco certamente foi o Estado onde as conquistas mais se perderam diante do quadro social agudo. Ou como ela pontuou: quase metade da população do estado está vivendo na pobreza.
De fato, saímos da liderança dos índices de crescimento para lideramos o ranking de miséria. E esse pacote de desigualdade está em todos os cantos do Estado.
Raquel usou no discurso aos deputados a frase “Do lado de fora desta Assembleia, pernambucanos seguem sem acesso a água potável. E que violência e a criminalidade fazem novas vítimas nas esquinas das nossas casas todos os dias.”
A análise faz sentido porque na vizinhança da sede do Poder Legislativo como do Poder Executivo, tem gente sem teto e crianças passando fome e sujeitas ao ataque da violência.
O que não quer dizer os deputados tenham feito muita coisa com o Governo do Estado para construir soluções que pudessem ir além da simples retirada das cercanias dos dois palácios.
Raquel Lyra disse que “Precisamos olhar para frente”. E lembrou a reconhecida característica de sonhar grande. Ou, como disse “Ser pernambucano é sonhar grande.” Para prometer trazer de volta o orgulho de ser Pernambucana e de ser Pernambucano.
O desafio de Raquel Lyra no Governo do Estado é saber quais escolhas vai precisar fazer primeiro.
Claro que a questão da desigualdade será seu maior desafio. Mas também precisará priorizar a saúde, a distribuição de água, a mobilidade urbana, a segurança e a habitação aplicando os recursos com eficiência.
E voltou a abordar uma questão que esteve presente na sua campanha eleitoral que é a necessiade de um Governo que chegue mais rápido na vida das pessoas e não se perca em si mesmo.
Esse parece ter sido uma marca do Governo Paulo Câmara. Aplicou mais do que a Lei de Respomnsablidade Fiscal manda, mas isso não aconteceu na ponta.
É o conjunto grande de hospital publico que falta remédio e tem corredor cheio. Assim como a Educação que tem a maior plataforma de escolas de ensino integral, mas que sem receber os alunos da rede muncipal melhor preparadas foi perdendo eficiência e visibilidade nacional.
Razão pela qual avisou que vai fazer uma Reforma Administrativa para reorganizar a máquina do estado para que ela se torne mais eficiente.
Ela disse aos deputados ter consciência de que não pode errar e nem perder tempo com erros que já vimos os outros cometendo. E por isso pediu um voto de confiança aos deputados, prefeitos e todos aqueles que sabem da importância de fazer com que Pernambuco viva um novo tempo.
Como era dia de festa, os deputados certamente gostaram do discurso da nova governadora. Mas a partir de fevereiro - quando esse pedido de votos de confiança será testado - é que saberemos se eles se sensibilizaram.
O carinho de ontem não serve como referência e Raquel Lyra (pela forma com compôs seu secretariado) sabe que a fatura vem a seguir.
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