Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

TRANSNORDESTINA - Empresários defendem projeto avaliando Suape como um porto estratégico para todo do Nordeste

Governo de Pernambuco tem um protocolo de intenções com a empresa Bemisa que resultou numa nova legislação especifica para abrigar a ferrovia e um terminal de minérios.

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 09/02/2023 às 19:20 | Atualizado em 10/02/2023 às 6:35
DIEGO NIGRO / ACERVO JC IMAGEM
Em 2017, o TCU determinou a Valec, Finor, FNE, FDNE e BNDES que se abstivessem de investimentos - FOTO: DIEGO NIGRO / ACERVO JC IMAGEM

Empresários defendem que a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra lidere uma mobilização no Congresso para que a bancada formada por três senadores e 25 deputados defenda a solução de que a ferrovia Transnordestina possa chegar a Suape lembrando que o Governo de Pernambuco tem um protocolo de intenções com a empresa Bemisa que resultou numa nova legislação específica para abrigar a ferrovia e um terminal de minérios.

Mas além empresários, economistas com acesso às informações sobre o Complexo Portuário de Suape avaliam que existem mais fatores que apenas a ferrovia.

A economista Tânia Bacelar, cuja Consultoria Ceplan foi responsável pela atualização do Plano Diretor de Suape, afirma que a Transnordestina não é apenas uma ferrovia. "É um Eixo Estratégico para o desenvolvimento nacional ligando o litoral norte do NE (em Pecém- CE) e o litoral leste do NE (em Suape-PE) à região central do país. Para ela, ao invés de ser amputada, deveria chegar até a ferrovia Norte-Sul. E diz que “o Brasil precisa pensar estrategicamente seu futuro!”

O Pesidente do Tecon Suape, Javier Ramirez avalia como especialista no setor de portos, que a Transnordestina é um projeto integrador muito importante para a Região embora a conexão seja pensada para um futuro terminal de mineiro de ferro em Suape. Para ele, a infra-estrutura a ser criada poderá criar outras oportunidades de conectividade com Suape e, conseqüentemente, abrirá novos mercados de comercio internacional.

Um dos executivos que mais vem trabalhando questões estruturadoras para Pernambuco, Paulo Drumonnd, que foi presidente da Vivix, do Grupo Cornélio Brennand e que hoje atua na área de gestão de fundos de investimento, avalia que a ferrovia é uma coluna central que vai para dentro do interior e que agrega um valor espetacular ao Estado.

Ele lembra que apenas o minério da Bemiza prevê uma movimentação de 20 milhões de toneladas/ano. Mas a existência da linha férrea ancora uma estrada de ferro para fruticultura assim como o mercado de gesso e de cimento, diz.

“Portanto, potencializa a economia do Estado como um todo. Perdendo um projeto como esse, quem é que vai se instalar aqui se o consumo está em São Paulo? Lembrando que se o imposto vai todo para o consumo e acaba o ICMS, o estado perde competência de conceder incentivo. A Transnordestina é fundamental, mas tem implicações periféricas que interferem brutalmente no futuro de Pernambuco."

O empresário e diretor do Grupo BCI, Paulo Perez lembra que o setor de combustíveis tem interesse no projeto da Transnordestina e lembra audiência que teve com o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freiras com um grupo de empresários, quando ficou claro que era a melhor destratar a parte de Pernambuco e fazer uma nova licitação dessa parte de Pernambuco e que isso ficou acertado com o governo passado.

“Para o ramo de combustível. Se puder contar com um ramal ferroviário para reduzir essas entregas de grandes volumes é estratégico. Combustíveis são cargas rodoviárias perigosas. Com a ferrovia é construída teremos como montar, por exemplo, um pulmão em Salgueiro atender o Sertão e a região do entorno", avalia.

O empresário e sócio da empresa Temape - Terminais Maritimos de Pernambuco S.A., Jorge Petribu, avalia que a ferrovia será muito importante pelo que Suape tem de potencial. Apesar de Pecém ter sido premiado com algumas ações que renderam bons resultados, embora para ele Suape seja um porto com um potencial muito maior.

“E esse trecho Salgueiro-Suape é importante pelo potencial do mercado em granéis líquidos. E isso somado a possibilidade de Suape ter um terminal de minérios abre uma perspectiva muito grande. Pensamos em combinar exportação de minérios com terminais de granéis líquidos. Pensando nisso a Temape já tem áreas em Eliseu Martins(PI) assim como em Salgueiro (PE) acreditando que essa ferrovia venha acontecer. Por isso me junto a ação da governadora e os nossos empresários no sentido resgatar a voltar desse terminal direcionado à Suape.

Para o presidente do Conselho de Administração da Rede Moura, Paulo Sales, essa é mais uma daquelas questões que no Brasil deveria durar um ano, mas duras décadas. "Eu concordo com a governadora Raquel Lyra quando afirma que a ferrovia passar por Pernambuco e fizer um desvio em Salgueiro e ir direto para Pecém pode ser uma solução boa para o Nordeste".

"Mas como ela, eu insisto que Suape é um porto que tem uma condição operacional muito melhor beneficiando inclusive os outros municípios ao longo do caminho. A governadora precisa brigar por isso e que nós todos em Pernambuco precisamos entrar com ela nessa luta para conseguir fazer essa ferrovia chegar a Suape", diz o empresário.

O empresário Josimário Gomes Florencio, Vice-Presidente Abastecimento da Avipe, avalia que para setor de produção agropecuário e que hoje transporta suas cargas de milho sobre caminhão (na contramão do mundo), a Transnordestina é sonho. Ele lembra que hoje vivemos um momento próspero pois Piauí, Maranhão e Tocantins e Bahia que formam a região do MATOPIBA cujo foco e a produção de grãos.

“Então, imagine poder trazer uma tonelada de grãos que hoje chegar aqui de caminhão? Isso vai proporcionar benefícios ao consumidor dos nossos produtos finais como frango e ovo, assim como a cadeia do leite e da carne", diz Florêncio.

Finalmente, o ex-presidente da Companhia Excelsior de Seguros e ex-presidente do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste, Múcio Novaes avalia que é inadimissivel - que após15 anos - ainda estejamos debatendo o traçado da Transnordestina que já consumiu R$ 6 bilhões e nos últimos anos ficou parada. “Acho esquisitas essas propostas. Porque tem tanta lógica no sentido Suape que não entendo como ainda se discuta isso. Agora temos o fator Bemisa - que fará a exploração do minério”.

Ele lembra que traçado passa próximo a todos os agregados da região do Agreste e que isso pode fazer de Suape como hubport estratégico para o Nordeste. “Essa é uma historia muito mal contada. Acho que falta um pedaço. Agora temos que apoiar a governadora Raquel Lyra nessa luta. Mesmo sabendo que os custos apontam para nova entrada de recursos públicos.

 

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