Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Pressão do Governo para aumento da meta de inflação só garante que ela vai subir mais

O presidente Lula sabe como se comporta a inflação no Brasil. Sabe que mexer na taxa de juros não reduz no mês seguinte.

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 12/02/2023 às 0:05
Ricardo Stuckert
Lula com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. - FOTO: Ricardo Stuckert

Depois de uma semana de reclamações do presidente Lula da Silva sobre a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, ganha força o discurso de que, já que não há condições baixar a Taxa Básica de Juros no curto prazo, talvez seja necessário aproveitar a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) para elevar a meta da inflação de 2023 que o CMN fixou em 3,25% como tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

Isso quer dizer que ela poderia ser “aceitável” pelo governo se ficasse entre 4,75% a.a., na máxima ou em 1,75% a.a., na mínima. A previsão da inflação, como se sabe, está em estimada pelo Boletim Focus, do Banco Central em 5,78%, portanto, muito acima da meta.

O comportamento do governo Lula nessa questão da mudança da meta de inflação é semelhante àquele sujeito que não consegue abotoar a camisa, vai à loja e compra outra camisa igual como um ou dois números maiores para mostrar aos amigos que suas roupas estão adequadas. Ele se engana porque mudado a camisa a barriga não vai diminuir se ele não se dispuser a fazer um regime. Mas ele pode se sentir melhor.

Claro que isso não ajuda se continuar com os mesmo hábitos e, em breve, a camisa nova também vai ficar apertada. Economistas e analistas de dados sobre inflação não têm dúvidas que a única coisa que está assegurada - quando o governo pressiona o CMN para elevar a meta de inflação - é que ela vai subir.

Esse parece ser o comportamento do governo liderado pelo presidente Lula da Silva. Como não surtiu efeito a reclamação com presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que na última reunião do Copom baixasse, ao menos, 0,25% da Selic, Lula o PT e seus partidos satélites passaram a defender a substituição da balança do restaurante e um quilo passasse a ter 900 gramas para que o governo se sentisse melhor.

O presidente Lula sabe como se comporta a inflação no Brasil. Sabe que mexer na taxa de juros não reduz no mês seguinte, embora isso possa impactar para o bem nos próximos seis meses ou, para o mal, nas taxas de juros futuros.

Por isso o presidente vai continua a radicalizar. Embora isso obrigue seus auxiliares fazer o que manda a música Dança da Vassoura do Grupo Molejo cujo refrão é “Diga aonde você vai/ Que eu vou varrendo”. Onde Lula da Silva diz que quer e Fernando Haddad vai varrendo o lixo que ele deixa no mercado.

O presidente sabe que o Congresso não vai mexer na lei que deu autonomia ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Aliás, tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira como o do Senado, Rodrigo Pacheco disseram que isso não está em discussão. Com o detalhe que Arthur Lira fez questão de afirmar que o sentimento da Casa não é tratar disso.

Importa pouco o que diz a presidente do PT, Gleisi Hoffman, que acusou Campos Neto de atuar “contra o governo e contra o país”. E menos ainda as leseiras de Guilherme Boulos dizendo que existe um clima para revogar a autonomia do BC.

Conversa. Boulos nem sabe como funciona o ecossistema da Câmara a deve estar achando que é feito nas invasões líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) onde às vezes se consegue alguma coisa na pressão. Nenhuma liderança com voto está a fim de levantar sua bola.

Então, Lula vai continuar com seu discurso, o presidente do Banco Central continuar no cargo até 2024 e ao Governo só resta fazer o seu dever de casa e apresentar suas propostas. O que o Governo Lula parece não ter percebido é que pior que um modelo de controle de gastos ruim é não ter nenhum modelo. E quando isso acontece quem paga isso é o cidadão e a empresa que vai pedir dinheiro emprestado no banco.

Debêntures

Mesmo com o caso Americanas - que usou o papel para fazer duas grandes captações em 2022- as ofertas de debêntures representaram 71% do total levantado no mercado de capitais em janeiro, com R$ 18,9 bilhões (o volume é 160% maior do que o de 2021). Do total, 39,7% foram subscritos pelos fundos de investimento, enquanto 58,6% ficaram com instituições intermediárias e demais participantes da oferta. O destaque foi ao aumento do prazo médio dessas emissões, que ficou em 24,2 anos.

Lucro da TIM

A TIM fechou 2022, com resultados que comprovam o sucesso de seu plano estratégico. A receita líquida registrou elevação de 19,5% no ano e o lucro líquido chegou a R$ 1,8 bilhão, com redução de 18,4% na comparação com 2021 (R$ 21,6 bilhões) justificado pelos investimentos necessários para garantir a ascensão da companhia no 5G além da compra das operações móvel da Oi.

Cartão único

Uma pesquisa da Serasa - que ouviu 4.521 pessoas entre 19 de dezembro de 9 de janeiro – apontou que 19% dos consumidores pretendem fazer novos cartões em 2023. Entretanto 61% revelaram que, se encontrassem todos os benefícios em um só cartão de crédito, passariam a ter apenas um.

Agência forte

Começou a reação a Emenda 54 do deputado Danilo Forte (União-CE) à MP 1154/23, que propõe a transferência de decisões regulatórias e normativas hoje de competência das agências reguladoras aos ministérios. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) é contra com preocupação sobre as deliberações da Aneel. A Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra) também é contra preocupada com os reflexos na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Desenvolvimento

Nesta segunda-feira (13), o Lide Pernambuco promove almoço com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, no JCPM, no Pina com debate sobre Expectativas e Oportunidades de Pernambuco 2023.

Sucesso dó PIX

Nos dois primeiros anos de funcionamento, o PIX, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, somou 26 bilhões de transações e virou o principal meio de pagamento em 2022. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em dezembro de 2020, foram apenas 133 milhões de chaves cadastradas. Em outubro do ano passado, o número chegou a 523 milhões, alta de 390%.

Fidelização

A Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF) revelou que as companhias associadas chegaram a um faturamento R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre de 2022, valor 49,3% superior ao registrado no período em 2021.

Building

Pesquisa da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) revela seis em cada dez incorporadoras no país já utilizam a metodologia Building Information Modeling (BIM) nos projetos de seus empreendimentos. O BIM é uma tecnologia que permite que todos os envolvidos no planejamento e obras de um empreendimento em tempo real, as alterações realizadas nele. A maquete eletrônica ja é utilizado por 91,4% dos que já aderiam à plataforma.

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