Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

Redução de impostos e aumento no volume de chuvas acima da média derruba PIB de Pernambuco

A questão do crescimento negativo das térmicas, em 2022, deve se repetir este ano, pois a quantidade de água armazenada está acima de 80% dos três grandes sistemas nacionais

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 10/03/2023 às 0:05
CHESF/DIVULGAÇÃO
MUITA ÁGUA Com reservatórios das represas cheios, Brasil passa longe de uma crise elétrica, mesmo assim pela caro pela energia térmica - FOTO: CHESF/DIVULGAÇÃO

A economia de Pernambuco cresceu 0,7% em 2022. Foi menos de um quarto do que cresceu o Brasil que chegou a 2,9%. Curiosamente a performance do Estado, ano passado, tem a ver com a redução dos impostos (ICMS) na conta de energia elétrica - que caíram no segundo semestre dos 29% para 17% por força da mudança na legislação relacionada a combustíveis e telecomunicações - e com a ocorrência de chuvas acima da média que ajudou no índice de inflação nacionalmente, mas derrubou uma receita no estado que vem de um setor que aposta exatamente nas dificuldades do regime das chuvas.

Explica-se. Pernambuco abriga um conjunto de térmicas a gás e até combustível que, em 2021, pôde se beneficiar da crise hídrica do Brasil e fez o setor de produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana crescer 11,0%. Mas ano passado quando, segundo Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a tarifa residencial teve uma redução média de 20%, considerando preços até outubro, as usinas praticamente não forma acionadas de modo que em Pernambuco o setor caiu: -13,1%. Ou seja, passou de um crescimento de 11% para uma queda de 13,1%.

O problema é que em Pernambuco, a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana responde por 4% do PIB e é quase a mesma coisa que construção civil (que responde por 4,2% do chamado Valor Adicionado Bruto) também caiu 3,5%. Finalmente a indústria de transformação cresceu pífios 0,6% completando a sucessão de números ruins.

A questão do crescimento negativo das térmicas, em 2022, deve se repetir este ano, pois a quantidade de água armazenada está acima de 80% dos três grandes sistemas nacionais entre eles Sobradinho com 90,0%. Ou seja, ligar as térmicas emergenciais em 2023, nem pensar.

Então todo esse pacote tributário e metrológico acabou se transformando numa tempestade perfeita contra o Estado que também viu o crescimento da Jeep que está no setor de Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários cair 7,6% refletindo as dificuldades do setor automobilístico. E olha que a fabrica de Goiana está produzindo a plena carga os seus quatro modelos.

Isso quer dizer que junto com a queda no segmento de automóveis, camionetas e utilitários vem uma queda brutal na indústria em 2022. A máquinas, aparelhos e materiais elétricos caiu 19,9%, a de produtos têxteis 18,4% e a de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos caiu -15,3 apenas para ficar nas quatro maiores quedas.

Desse pacote de números ruins acabou fazendo PIB de o estado ter um crescimento medíocre quando o Brasil foi a 2,9%. Até porque o setor de serviços que em Pernambuco representa quase três quartos da nossa economia cresceu apenas 1,2%. O ruim desse quadro é que ele está inserido num cenário nacional cuja previsão este ano é de um crescimento de, no máximo, 1%. Ou seja, a governadora Raquel Lyra não deve ter muitas expectativas de números melhores em 2023.

Financeira Midway

Os resultados da Guararapes - que incluem a desempenho da rede de lojas Riachuelo e da Financeira Midway - mostram uma Receita Líquida de 8,5 bilhões em 2022 com o caixa de 2,4 bilhões ao final de 2022 com lucro líquido de R$ 51,98 milhões, uma queda de 88,5% sobre os R$ 453,12 milhões de 2021. E mostra o crescimento de importância da Midaway que cresceu 33,3% no período e já representa 25,90% do grupo. O resultado reflete, também, o cenário de inadimplência e restrição de crédito no setor. Em 2022, a inadimplência de mais de 90 dias no Cartão Riachuelo gerenciado pela Midway chegou a 15,6% voltando aos patamares de 2019 (18,4%) No empréstimo pessoal, a inadimplência voltou a subir e chegou a 29%. Ainda assim é menor que 38,7% de 2019.

Elas endividadas

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da CNC aponta que 79,5% das mulheres estavam endividadas em fevereiro. A inadimplência chega 30,3% do total de consumidores com dívidas atrasadas contra 29,1% dos homens. As mulheres têm endividamento nas modalidades de curto prazo como o cartão de crédito. Elas estão proporcionalmente mais endividadas do que os homens em três modalidades de dívida: cartão de crédito (86,5%), carnês de lojas (19%) e crédito consignado (5,9%). Parte dessa situação decorre do empréstimo do nome para o marido ou companheiro já inadimplente o que acaba fazendo o casal entrar na lista negra.

RDI imobiliário

O Grupo Referencial, de Serra Talhada confirma para abril o seu primeiro empreendimento na Zona Norte do Recife, o En Avance Espinheiro apenas 20 meses após o lançamento do edifício, com projeto de Pontual Arquitetos e interiores de Leo Maia. A RDI é o braço imobiliário do Referencial liderado pelos empresários Eugênio Marinho e Eugênio Barros.

Parada Geral

A Petrobras vai fazer uma parada história da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) por 60 dias numa mobilização de até quatro mil pessoas e investimentos que totalizam R$ 720 milhões.

Petrobras e Shell

A Petrobras e a Shell assinaram durante a CERAWeek, em Houston (Estados Unidos), memorando de entendimentos para promover colaborações entre as empresas no compartilhamento de experiências e melhores práticas em redução de emissões de carbono e iniciativas socioambientais. O contrato tem duração de cinco anos e o acordo não vinculante foca também em potenciais oportunidades de exploração dentro e fora do pré-sal, incluindo a Margem Equatorial. A Shell comemora 110 anos de atividades no Brasil.

O Poder de Doria

O empresário e ex-governador do Estado de São Paulo João Doria lançam, dia 27 de sua biografia, João Doria - O Poder da Transformação do jornalista e escritor Thales Guaracy com prefácio assinado pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

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