O governo Lula cedeu aos argumentos da Associação dos Produtores de Biocombustíveis e decidiu aumentar os atuais 10% para 12% a mistura do oleo disel vendido no Brasil. Segundo cálculos iniciais, o impacto será de R$ 0,02 por litro nas bombas.

A decisão é boa para os produtores de soja. Mas criou problemas com a Confederação Nacional do Transporte, Anfavea, Fecombustiveis e Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores e todas entidades do setor de transporte no Brasil que são contra. A decisão acabou gerando um desgaste entre os fabricantes de veículos distribuidores e distribuidores de óleo diesel com o governo.

Na prática, venceu o lobby da Aprobio que defende os interesses dos produtores de óleo de soja e que tem obtido, ao longo dos anos, ganhos muito maiores que os produtores de etanol na mistura com a gasolina. Mais organizados, os produtores conseguiram chegar perto do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e arrancar um aumento escalonado onde o porcentual passará para 13% em 2024, para 14% em 2025 e 15% em 2026.

O curioso é como, em pouco tempo, os produtores de óleo de soja - através da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel - se aproximaram de Alexandre Silveira. Rapidamente conseguiram um aumento escalonado para quatro anos. A CNT defendia a realização de estudos para identificar os impactos em toda a cadeia produtiva do Brasil, dos motores dos ônibus e caminhões, passando pelo distribuidor e pelo revendedor do diesel, até o transportador.

A questão é que todo o avanço da indústria automobilista dos motores a diesel passa a quilômetros do biodiesel de soja. O biodiesel produzido no Brasil é o de base éster. A característica química desse biodiesel gera problemas como o de criação de borra, com alto teor poluidor. A indústria poderia seguir a rota internacional fazer o diesel verde (HVO) que é sustentável. Mas isso exigiria a mudança das plantas que hoje fazem o biodiesel simples.

ALTA MISTURA

Do ponto de vista tecnológico a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) é um enorme retrocesso. Porque, ao contrário do que dizem os produtores de biodisel, a mistura é de apenas 7% na Comunidade Européia; de 5% no Japão e Argentina; de 1% a 5% no Canadá; e de 5% nos Estados Unidos, usualmente. Esses países estão na linha de frente das preocupações climáticas.

Segundo a CNT, o problema de elevar a mistura de biodiesel no diesel brasileiro só representa aumento de custos. Hoje, o preço médio do biodiesel é de R$ 5,12, o litro (primeira semana do mês) enquanto o litro do óleo diesel comum (S-10) custava R$ 4,07, portanto, é 25,7% maior que o combustível entregue pela refinaria. Com essa adição os preços vão subir pelo menos R$ 0,02 por litro.

Mas a verdade é que a indústria automotiva vem sofrendo na ponta as conseqüências com as avaliações de padrão de qualidade: perda da eficiência de motores, aumento do consumo de diesel e, conseqüentemente, mais poluição. O recado é dado nos postos de combustíveis, pois como o diesel misturado dá problemas, os motoristas que abastecem com a mistura de biodiesel e voltam para reclamar de pane em seus veículos, como se o combustível estivesse adulterado.

Assim o discurso da retomada da Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio) acaba barrando todo avanço da indústria de motores internacional cuja tecnologia não seguiu, por exemplo, a mesma rota do etanol onde foi possível gerar um solução hibrida onde os carros podem rodar com a gasolina com etanol ou com apenas o etanol. Não existe motor a biodiesel.

COPROCESSAMENTO

Além disso, o aumento da mistura cria problema até mesmo para a Petrobras que está investindo pesado diesel R5 que é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais, no caso, de óleo de soja refinado, com óleo diesel de petróleo.

O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral (derivado do petróleo) e 5 % de diesel renovável, também chamado de diesel verde. As distribuidoras farão a adição dos 10% de biodiesel éster, conforme estabelece a legislação atual. Com a nova regra a Petrobras terá que reprocessar suas pesquisas.

Para a indústria automobilística tudo isso foi prejudicado pelo discurso da descarbonização e da Política Nacional de Bicombustíveis. No fundo a produção de biodiesel se transformou em um negócio rentável apenas para os grandes produtores.

Para o consumidor um diesel como 12% de biodiesel o desgaste prematuro de peças veiculares; da descompensação ambiental das emissões de poluentes; e da onerosa participação do biodiesel no preço final do diesel comercializado acaba aumentando os custos do setor de transportes.

Geomanta de João

Prefeitura do Recife intensificou a aplicação da geomanta para proteger as áreas de risco da cidade. A geomanta é um composto geotêxtil de PVC, com proteção UVA e UVB e elevada resistência à tração, com tempo útil de cinco anos, que pode ser estendido de acordo com os cuidados tomados. Não garante 100% de proteção contra deslizamento dos taludes, mas é bem melhor que as lonas. A solução já foi aplicada em cerca de 350 locais da cidade, que totalizam 100 mil m2 de área e 1.750 famílias protegidas.

Logística reversa

A gestora especializada na operacionalização de logística reversa de pilhas, baterias e eletrônicos, fundada pela Abinee, Green Eletron fechou parceria com o Ministério das Comunicações para melhorar o programa Computadores para Inclusão que assegura a destinação final ambientalmente adequada dos equipamentos eletroeletrônicos tratados por meio da iniciativa.

Caminhoneiras

Um levantamento realizado pela Frete.com identificou 10 mil mulheres cadastradas na plataforma como caminhoneiras. Em 2021, o número era de apenas três mil mulheres inscritas plataforma numa base de dados onde estão 235 mil caminhoneiros. Ou seja, as mulheres somam 4% do total.

Empanados

A empresa pernambucana, Noronha Pescados está inaugurando nesta sexta-feira(24), sua segunda unidade de processamento de pescados no Recife, uma planta na Avenida Mascarenhas de Morais, 1571 destinada a fabricar empanados. Além de sua própria marca a empresa é fornecedora de produtos com marcas nacionais que usam sua experiência para ampliar sua presença no setor de peixes e camarão. A Noronha está ainda construindo uma nova planta no município de São Lourenço da Mata que deverá ficar pronta em 2024.

Shopping ETC.20

Projeto liderado pelo empresário Celso Muniz, o Shopping ETC, no bairro dos Aflitos, no Recife, está completando 20 anos este mês. Inaugurado, em 2003, o Executive Trade Center, o Shopping ETC foi pioneiro em trazer o conceito de “shopping de proximidade” naquela região. O Grupo CM controla ainda o Shopping Boa Vista que em agosto estará completado 25 anos e o Shopping Patteo em Olinda.