Coluna JC Negócios

Programa de estimulo à indústria desconhece sucesso de quem já se diferenciou e que deveria ser padrão

Quando promete benefícios a todas, nivelou por baixo. E quando oferece sem parâmetros de cobrança de elevação de patamar acaba estimulando melhorias de baixo impacto.

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Fernando Castilho

Publicado em 24/01/2024 às 0:05
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Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, que cumpriu agenda em São Paulo, e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, não estiveram na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), a Nova Indústria Brasileira (NIB).

A justificativa foi que estavam trabalhando nos documentos que resultaram no veto do presidente Lula de R$5,6 bilhões em emendas parlamentares. Pode ser, mas os dois poderiam tomar assento na reunião coordenada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Geraldo Alckmin. Poderiam ir e não foram.

Pouca chance

Certamente, porque sabiam que o anúncio do que se chama de Nova Indústria Brasileira (NIB) tem pouca chance de ter sucesso, a despeito das declarações comemorativas da CNI e da Fiesp. Até porque o texto de Alckmin juntou uma série de demandas que as instituições vêm fazendo ao ministro. E porque tem interlocução direta com o governo.

Mas o problema da NIB é sua meta. Atualizar, em três anos, uma defasagem de quase 30% que o setor industrial foi perdendo. O texto fala de seis eixos que, em tese, cobrem todo o parque industrial nacional passando pelas novas demandas de bioeconomia, descarbonização e na transição e segurança energética. Pretensioso demais.

Contéudo atrapalha

E ainda veio com uma exigência que incomoda a qualquer empresa que visa ser eficiente globalmente: conteúdo nacional. A expressão virou coisa do passado dos países e empresas mais competitivas que passaram a investir no resultado que produto que entregam em lugar da fabricação de todos os componentes.

O que o governo Lula parece não ter percebido é que a nova indústria não vende e exporta peças: exporta soluções. E isso implica em importar de quem faz melhor seja onde ele for produzido.

O discurso de conteúdo nacional privilegia a empresa ineficiente que sabe que o cliente terá de comprar dela. Desestimula a inovação de forma geral. Vem sendo assim há anos. Mesmo sem essa exigência porque o mercado interno é tão grande que a maioria não pensa em exportar e se submeter à concorrência externa.

Esquece o sucesso

Curiosamente, quando a indústria brasileira usa corretamente o diferencial de matéria prima, design e qualidade de produção, exporta e é competitiva. O país está cheio de exemplos diferenciados num mar de outras que fazem mesmo há anos porque tem mercado na porta.

Mais uma vez o governo não procurou quem faz a diferença para transformá-lo em padrão. Escutou quem não se modernizou, mas tem capacidade de se queixar. E assim nivelou as metas por baixo.

Produzir melhor no Brasil é possível e existem centenas de empresas que se diferenciam e crescem e exportam. Mas a Nova Indústria Brasileira (NIB) não as torna o padrão para que as demais sigam o caminho.

Nivelar por baixo

Quando promete benefícios a todas, nivelou por baixo. E quando oferece sem parâmetros de cobrança de elevação de patamar acaba estimulando melhorias de baixo impacto. Sem a referência de quem aqui se tornou mais eficiente o resultado será sempre abaixo do exigido pelo mercado internacional.

Países que se tornaram benchmarking conseguiram elevar o nível de setores completos puxados pelas empresas que atingiram esses níveis dentro das condições pré-existentes. O apoio se deu para que as demais se nivelassem para cima. Mas a NIB não propõe isso. O que, fatalmente, nos levará a resultados medíocres.

Praça do Aeroporto

A Aena vai dar uma geral na Praça Salgado Filho cujo desenho tem a assinatura de de Burle Marx dentro do programa de adoção daquele espaço pela concessionária. A proposta visa permitir um renascimento da área compreendida pela praça e toda essa testada do aeroporto, entregando à população um novo espaço de circulação e convivência, dotado de diferentes serviços. Terá novas calçadas, drenagem, ciclofaixa. E o antigo terminal de passageiros vai passar por amplas modificações, integrando-se à praça para abrigar um novo espaço público de convivência.

Air Europa

A operadora Air Europa estará de volta ao Recife este ano com voo semanal. Interrompida em 2019 por força da pandemia, a oferta deverá voltar a ser feita a partir do aeroporto dos Guararapes sendo a sétima ligação internacional do Aeroporto Internacional dos Guararapes, que já conecta Lisboa, Montevidéu, Orlando, Fort Lauderdale e duas ligações para Buenos Aires.

TAM corporativo

A LATAM Brasil assumiu a liderança no transporte aéreo doméstico corporativo com 34,4% do mercado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas de 2023.

Energia de telhado

A geração própria de energia solar ultrapassou a marca de 26 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, que identifica 3,3 milhões de unidades ativas.

Piloto de Drone

O LinkedIn, maior rede social profissional do mundo, divulgou sua lista anual que utiliza dados exclusivos da plataforma para classificar os 25 cargos com crescimento mais acelerado nos últimos cinco anos. Da lista fazem parte cargos decorrentes das novas demandas de TI como Analista de Dados. Analista de privacidade e Analista de Cibersegurança. Mas existem coisas novas como demanda pelo cargo de Analista de Sustentabilidade, Estrategista de Mídias Sociais e Piloto de Drone.

Rabo de Galo

O drink Rabo de Galo, patrimônio cultural paulistano, ganhou versões sofisticadas da Diageo para celebrar o aniversário de 470 anos de São Paulo, comemorados nesta quinta-feira (25). Usando a cachaça Ypióca, o drink une o vermute italiano à cachaça brasileira, desde os anos 30 do século passado quando da chegada dos imigrantes italianos à capital paulista.

Difusora

O Shopping Difusora de Caruaru fechou o ano de 2023 com um total de 130 operações, entre lojas e quiosques e as operações de alimentação e 44 operações inauguradas no ano passado. A expectativa é de que mais quatro no próximo trimestre.

Note Petrobras

O Programa Petrobras Socioambiental fará a doação de seis mil notebooks. No total, foram 167 escolas públicas selecionadas, entre elas 12 institutos federais de educação dos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

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