O Conselho de Diretores do Banco Mundial aprovou no início da noite desta sexta-feira (17), em Washington (EUA), um novo investimento para ampliar o acesso à água e ao saneamento para aproximadamente um milhão de pessoas na zona rural de Pernambuco.
O dinheiro é para o Projeto de Saneamento Rural de Pernambuco (Prosar) e consiste em um empréstimo de US$90 milhões do Banco Mundial, complementado por uma contrapartida de US$23 milhões (115 milhões) do Governo do Estado de Pernambuco. O financiamento será num prazo total de 21 anos e 6 meses, incluindo um período de carência de 8 anos.
Atualmente, 82% da população de Pernambuco tem acesso a sistemas de abastecimento de água seguros, e apenas 31% estão conectados a redes de esgoto. Nas áreas rurais, esses números caem significativamente, com apenas 37% tendo acesso a sistemas de abastecimento de água.
Além disso, muitos sistemas existentes quebram com frequência, devido a manutenção inadequada ou secagem de fontes de água.
"Esse programa vai iniciar uma etapa importantíssima do atual Governo do Estado, que é a missão de levar água para o homem do campo. Este é um desafio que não foi devidamente tratado ao longo do tempo, em Pernambuco e na maioria dos estados do Nordeste e do Brasil inteiro”, afirmou Almir Cirilo, secretário de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco.
Para enfrentar essa situação, o Prosar visa melhorar o acesso a sistemas sustentáveis de abastecimento de água e saneamento rural, atualizando sistemas existentes e desenvolvendo novas fontes de água essenciais que serão mais resilientes à seca induzida pelas mudanças climáticas.
Além disso, o programa apoiará o desenvolvimento da capacidade institucional dentro das agências governamentais de Pernambuco responsáveis pela gestão de recursos hídricos e prestação de serviços, oferecendo assistência técnica e treinamento para aumentar a eficiência e eficácia.
O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt avalia que o empréstimo reflete o compromisso inabalável do Banco Mundial em melhorar a resiliência comunitária aos impactos climáticos, ao mesmo tempo em que fomenta a prestação de serviços e desenvolvimento sustentável.
Segundo ele, ao expandir o acesso a serviços essenciais de água e saneamento, visamos melhorar a vida das pessoas que ainda enfrentam dificuldades significativas em áreas rurais de Pernambuco", conclui Johannes Zutt.
O projeto também trabalhará com comunidades locais para planejar, implementar e manter infraestrutura, promovendo a propriedade e participação comunitárias, além de estabelecer mecanismos para monitorar e avaliar o desempenho dos sistemas de abastecimento de água e saneamento para garantir que atendam aos padrões de qualidade e sustentabilidade.
O projeto visa ainda promover a inclusão ao abordar os obstáculos que impedem o acesso de grupos vulneráveis, incluindo mulheres, crianças e jovens habitantes rurais. Ao fornecer melhor saneamento, busca diminuir doenças transmitidas pela água, especialmente em crianças.
Um melhor acesso à água limpa também ajudará a capacitar as mulheres nas comunidades rurais: como o trabalho de buscar água e cuidar de familiares doentes muitas vezes cabe às mulheres, uma infraestrutura de água melhorada pode liberar seu tempo, permitindo que as mulheres busquem outras oportunidades, como educação e participação econômica.
Almir Cirilo lembra que Pernambuco tem dois milhões de pessoas que moram na zona rural. E essas pessoas “passaram ao longo do tempo invisíveis aos serviços regulares de água e esgoto. Em parte, também, porque as fontes hídricas não eram suficientes”.
Para ele o Prosar vai apoiar o Estado na expansão dos serviços de abastecimento d’água no meio rural, “incluindo, por exemplo, o uso da água a partir de grandes adutoras, como é o caso da Adutora do Agreste, que começa a receber águas do rio São Francisco", afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Banco Mundial para o Brasil.
Website: www.bancomundial