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Mercado de compra de dívidas atrasadas deve chegar a R$ 60 bilhões, em 2024 no Brasil

O mercado de NPL também ajuda o consumidor que precisa renegociar suas contas em atraso.

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Fernando Castilho

Publicado em 05/06/2024 às 0:05 | Atualizado em 05/06/2024 às 6:08
Notícia

No país que não consegue deixar de ter menos de 70 milhões de pessoas com o nome suja na praça com registros no SPC Brasil e Serasa, a expectativa é de que o volume negociado o mercado de NPL (Non Performing Loans), ou seja, a venda de carteiras inadimplentes por parte de empresas cedentes chegue a R$ 60 bilhões, em 2024.

E dependendo do desempenho do programa Desenrola Brasil (o não pagamento das parcelas dos acordos negociados), ele poderá subir com possíveis carteiras inadimplentes colocadas à venda ainda no final deste ano.

Créditos podes

O mercado de NPL também ajuda o consumidor que precisa renegociar suas contas em atraso. Para quem não está familiarizado existe sim um o mercado de NPL (Non Performing Loans), ou seja, a venda de carteiras inadimplentes por parte de empresas cedentes chegou aos primeiros três meses do ano com R$18 bilhões de crédito disponibilizado.

De acordo com um levantamento realizado pela Recovery, empresa do Grupo Itaú que é líder em recuperação de crédito no Brasil, os números de 2024 representam crescimento sobre o 1º trimestre de 2022, o saldo disponível à mercado era de R$14,5 bilhões, um aumento de 28%.

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Empresas especializadas em renegociação compram carteiras de ditulos não pagos para fazer a cobrança ap sdevedores - Divulgação

Especialista em cobrar

As empresas de cobrança que atuam nesse mercado, como a Recovery, são especializadas nesse segmento e trabalham para atender bem o cliente e oferecer boas condições de renegociação em diversos canais de atendimento.

Na prática, o negócio delas é comprar grandes lotes de títulos não pagos aos bancos e às empresas depois que eles são contabilizados como prejuízo nos seus balanços.

Renegociação

A renegociação é um fator preponderante para a retomada da economia, já que possibilita que as pessoas recomecem suas vidas financeiras e iniciem novos ciclos de acesso ao crédito.
E esse é um negócio tão grande que empresas como a Recovery, uma empresa do Grupo Itaú e plataforma especialista em recuperação de crédito no Brasil possui sob sua gestão mais de R$150 bilhões de créditos inadimplidos e, atualmente, mais de 35 milhões de clientes com dívidas ativas em sua base. Ou seja, pouco mais da metade do número de inscritos no Serasa.

Mais endividados

Ainda segundo o Serasa, do total de dívidas de consumidores inadimplentes negativadas em janeiro deste ano, 59,7% (ou 6 em cada 10) foram regularizadas ou renegociadas em até 60 dias do mês de referência.

Os dados são do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian e mostram, ainda, que as contas com valor acima de R$10.000 foram as maiores contempladas, com 70,8% de pagamentos.
O número de inadimplentes no país teve mais um aumento em abril de 2024, em comparação com abril de 2023 e atingiu 68,76 milhões de brasileiros.

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Com a nova lei de depreciação de equipamentos, as empreas poderão fazer rmais investimentosem máquinas e aumetar a produtividade. - Divulgação

Indicador em alta

O Indicador realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,82%) estavam negativados em abril de 2024.

E esse maior endividamento também se revela nas microempresas e MEI. Por exemplo, o forte crescimento do microcrédito produtivo aliado ao aumento do número de empreendedores informais e à falta de conhecimento financeiro pode gerar um problema ao sonho daqueles que desejam ter seu próprio negócio: o endividamento.

Nos últimos três anos, até dezembro de 2023, os empréstimos liberados subiram 45% e, de dezembro de 2019 até o final do ano passado, o valor médio dos empréstimos solicitados registrou um ganho real de 16,79%.

Depreciação rápida

Demorou mais. Foi sancionada a Lei nº 14.871 de 2024, que criou o programa de Depreciação Acelerada. A iniciativa faz parte da pauta mínima da Agenda Legislativa da Indústria 2024, entregue pela CNI ao Congresso Nacional em março e que já começou a ter mais mecanismos legais.

Com a depreciação acelerada, as empresas serão incentivadas a adquirir, até 2025, máquinas e equipamentos com custo financeiro reduzido. A dedução do valor pago pela compra do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) poderá ser feita em até dois anos.

Reflexos do PIB

Vai ser importante para a chamada formação Bruta de Capital que resulta em mais produtividade e mais produção. Segundo pesquisa da CNI, os equipamentos do parque industrial nacional têm, em média, 14 anos de uso, e 38% deles estão próximos ou já ultrapassaram a idade prevista pelo fabricante como ciclo de vida ideal. Com a nova lei isso pode começar a mudar já em 2025.

Era dez anos

Antes, a depreciação tributária, aplicada ao investimento feito em um maquinário com vida útil de 10 anos pode ser deduzido do lucro real da empresa durante em até 10 anos ou a cada ano, 10% do valor pago é abatido da base de cálculo em que deverá incidir o IRPJ e da CSLL.

Já com a depreciação acelerada, nos moldes da lei sancionada, 50% do valor da máquina será deduzido do lucro real da empresa no ano da aquisição, e os 50% restantes serão deduzidos no ano seguinte. Nota-se que a depreciação acelerada equivale a uma antecipação do valor a ser deduzido no IRPJ/CSLL e não uma redução da tributação.

Crédito do BNDES

Com as novas linhas de crédito do BNDES essa lei pode levar a que milhares de empresas decidam por comprar novas máquinas e assim melhorar a produtividade e a competitividade. No ano passado, o banco aprovou o Programa BNDES Mais Inovação que tem por custo financeiro básico a TR (taxa referencial), também contempla compra de equipamentos e serviços inovadores. A dotação orçamentária do BNDES Mais Inovação será de até R$5 bilhões por ano, totalizando R$20 bilhões em quatro anos.

Capital Fixo

Os reflexos desses programas devem ser sentidos a partir deste ano e um dos indícios de que a economia pode melhorar foi o registro do crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (que representa a compra de máquinas e equipamentos) que avançou 2,7% no primeiro trimestre de 2024, apresentando alta após três quedas consecutivas.

O crescimento das importações de bens de capital, o desempenho positivo da construção e o aumento do desenvolvimento de sistemas suplantaram a queda na produção interna de bens de capital.

Esse fato foi determinante para que o PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024 apresentou crescimento de 2,5% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

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O mercado de telefones tem altas taxas de aparaelhos sem registros. - Divulgação

Celular suspeito

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, que representa fabricantes como Samsung, Apple e Motorola, revelou que a quantidade de aparelhos irregulares passou de 8% do mercado total no país em 2022 para 25% no último trimestre de 2023. Essencialmente comercializados em grandes marketplaces saíram chegaram a 6,2 milhões de telefones vendidos de maneira ilegal contra 3,5 milhões de unidades em 2022, crescimento de 77%.

Namorados

A nova pesquisa de Expectativas de Vendas para o Dia dos Namorados, da Associação Brasileira de Shopping Centers, aponta uma estimativa de crescimento de 4,2% sobre a mesma data de 2023. Isso quer dizer a movimentação de R$4,4 bilhões entre 6 a 12 de junho.
O levantamento foi feito em 81% dos shoppings participantes da pesquisa que demonstraram otimismo em relação ao desempenho esperado para o período.

Aumento ruim

A Federação Nacional de Saúde Suplementar, que representa as operadoras dos planos de saúde, reclamou do novo índice de reajuste dos planos médicos individuais e familiares autorizados pela ANS. Diz que em muitos casos, aquém da variação real das despesas assistenciais de parte das operadoras. O teto de 6,91% autorizado pela ANS é o menor dos últimos 13 anos.

PPP da luz

Ao menos 14 cidades brasileiras já concluíram o processo de parcerias público-privadas (PPPs) voltadas à iluminação pública nos últimos dois anos, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). A expectativa desse ano é que ocorram ao menos 30 leilões de PPPs, de acordo com a Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (Abecip).

Selo Rita Lee

A cantora Rita Lee, a Bossa Nova e a COP-30 (30ª edição da Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que vai ocorrer em Belém/PA, em novembro do ano que vem), estão entre os temas que vão estampar os selos dos Correios em 2025.

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O Recife se prepara para 500 anos. - Divulgação

Amcham Recife 500

Amanhã, a Amcham Recife reúne o Comitê Recife 500 anos para discutir a atração de investimentos no centro da capital a partir das 9h, no Empresarial Charles Darwin. Vão a chefe do Centro, Ana Paula Vilaça e Romero Maranhão Filho, sócio da Maxxima Empreendimentos, aborda o caso do complexo Porto Novo, formado pelo Novotel Recife Marina Recife Expo Center.

Lata de Cajuína

O evento São João virou data de novas estratégias de marketing. A mais nova da Cajuína São Geraldo com a campanha “No São João, a gente veste o Nordeste” para mostrar a lata (350ml) em uma versão temática, com edição limitada da marca representando os nove estados da região.

Loja da Marvel

A Dream Store, licenciada da Disney e Marvel, chega no segundo semestre do Shopping Recife com operação que além de produtos também terá ambiente interativo.
Presencial.

Robert Half

A nova pesquisa da consultoria Robert Half no primeiro trimestre revelou que 35% das empresas no Brasil estão exigindo a presença diária dos funcionários no escritório. E a volta do trabalho 100% presencial trouxe de volta alguns desafios e entre eles logística de deslocamento. Com isso, o fretado corporativo voltou com força para o transporte de seus colaboradores. E uma startup de tecnologia para o transporte corporativo (Fretadão) cravou a marca de um milhão de viagens mês em São Paulo.

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O crescimento do trabalho presencial motiva a empresas. - Divulgação

 

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