Sebrae quer ajudar empreendedorismo de oportunidade mostrando sucesso de quem viu negócio com perspectiva
Ao cruzar dados, o Sebrae-PE observou que a melhoria da atividade e mais pessoas voltando ao mercado de trabalho cresce os negócios de oportunidade.
Ficou pronto o relatório do primeiro trimestre que o Sebrae produziu pelo Núcleo de Inteligência de Mercado avaliando a dinâmica dos pequenos negócios. E o relatório de janeiro a março revela que houve uma desaceleração dos pequenos negócios influenciado pela melhoria no mercado de trabalho nos diversos setores econômicos.
Isso não quer dizer que as pessoas deixaram de abrir um negócio próprio. Na verdade, no primeiro semestre foram abertas 58.283 empresas, aliás um crescimento de 6,4% sobre o mesmo período de 2023 quando iniciadas as atividades de 54.790. E Pernambuco tinha no período 574.837 empresas ativas.
Mas o Sebrae, ao cruzar esse dados, observa que com a melhoria da atividade economia identifica que como mais pessoas voltando ao mercado de trabalho formal, a pressão por abertura de uma empresas seja através de MEI ou mesmo microempresas, leva a que se reduza a motivação pela criação de um CNPJ por necessidade criando-se condições de negócios por oportunidade.
Negócio por necessidade é quando uma pessoa desempregada e sem renda procura empreender com o objetivo de obter algum faturamento normalmente usando alguma habilidade que adquiriu no passado noutros empregos.
Entretanto, essas pessoas têm mais dificuldades de obter sucesso porque normalmente não fazem pesquisas e procuram uma atividade que por exemplo estejam sendo feitas por outras com algum sucesso.
Já no empreendedorismo, a oportunidade é quando uma pessoa consegue identificar um possível negócio porque percebeu que existe um nicho de mercado a ser ocupado. Ele às vezes não dedica todo o seu tempo na atividade, mas ao longo do tempo a renda e as perspectivas se mostram tão boas que ele decide empregar o seu tempo integral àquela atividade, Não raro que nem tinha pensado existir.
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Infelizmente o empreendedorismo por necessidade é um dos principais motivos do que o Sebrae chama de mortalidade das empresas. No Brasil, a média de idade das empresas é de 6 anos e três meses, mas a taxa de mortalidade chega a ser de 52% no caso do MEIs e de 42% das microempresas.
Já nas pequenas empresas o número cai de um para cinco. E naturalmente o setor de comércio (51%) e serviços (45%) são os de maior taxa de insucesso. Isso é explicado porque essencialmente uma pequena empresa já foi micro e evoluiu destacando-se pelo aproveitamento de oportunidades.
Para a economista Sylvia Siqueira, que atua no Sebrae -PE, o contexto pernambucano é mais desafiador para empreender porque aqui a taxa de desemprego está em 12,4% no trimestre finalizado em maio, quando a nível nacional essa taxa hoje é de 7,1%.
E isso acaba interferindo na idade média das pequenas, micro e MEIs que atuam no Estado. Enquanto no Brasil a média de vida dessas empresas é de 6,4 anos, em Pernambuco esse número cai para cinco anos e meio.
Para o superintendente do Sebrae, Murilo Guerra, o desafio agora é ajudar os empreendedores a permanecer nessa perspectiva de recuperação oferecendo mais oportunidades para o mercado de trabalho estimulando o empreendedorismo de oportunidade.
Segundo ele, o foco é fortalecer o ambiente de negócios trazendo mais insights dos segmentos econômicos de maior atividade para a abertura de negócios.
Guerra acredita que o Sebrae-PE pode inovar ajudando aos empresários no sentido de ajudar a quem tenta ou já conseguiu se manter na atividade porque conseguiu se manter no negócio e conseguiu vencer os desafios.
O que podemos fazer é chegar junto desse empreendedor avaliar sua jornada e a partir desse seu sucesso ajudar a que sua empresa (do tamanho que for) possa ter objetivos de crescimento. Produzir conhecimento e inovação.
O executivo deseja colocar mais energia do Sebrae-PE identificando os casos de modo a que eles sejam a referência efetiva para outros empreendedores do mesmo segmento. E acredita que existem histórias inspiradoras mesmo quem é MEI e ou que saiu de micro para virar uma pequena empresa.O Núcleo de Inteligência de Mercado que passou a acompanhar de perto é uma dessas ferramentas.
“O diferencial que o Sebrae-PE procura com o Núcleo de Inteligência de Mercado é sair da orientação tradicional de atender quem vai aos escritórios para se informar dos processos, Isso não fazemos bem. Mas desejamos ir além ajudando a propagar quem teve sucesso mostrando como ele conseguiu, às vezes de forma intuitiva e sozinho, diz o Murilo Guerra.
A proposta de começar a ter mais ferramentas de análise do mercado como um todo, acompanhar os índices e as tendências nacionais e regionais fazendo o cruzamento com as informações que normalmente o Sebrae já captura pode ser, de fato, uma inovação na forma de o serviço atuar.
Faz sentido. O Sebrae é certamente o maior repositório de histórias de sucesso ( e de insucesso) do Brasil pela capilaridade de sua atuação e volume de empresas (CNPJ) com quem manteve contato direto. E que foi determinante em ajudar o empreendedor a dar um salto de qualidade.
Na verdade, o próprio banco de dados e informações sobre empresas, o conhecimento adquirido pelo técnicos que acompanham milhares de empresas acaba sendo um ativo que pode ser usado para que o Sebrae avance de modo a ajudar aos empreendedores tentando visualizar estratégias simples e de baixo custo, mas que se tornam um diferencial para que os empreendedores aproveitam oportunidades.
No fundo acreditamos que podemos mostrar a quem conseguiu ser bom no mercado mostrando que aquilo não foi só intuição, mas capacidade de ver o que era de fato uma oportunidade e a partir daí ajudá-lo a crescer sabendo por onde caminhar. E, naturalmente, propagar essa história de sucesso para outros empreendedores, conclui o executivo.