Brasil vive quase pleno emprego, mas salário real não cresce e está no mesmo nível de 2020
O governo e os governadores comemorarem existem, mas tem o dado preocupante divulgado pelo Ministério do Trabalho o salário não subiu este ano.
Motivo de grande comemoração do governo a taxa de desocupação no Brasil chegou a 6,4% no trimestre encerrado em setembro caindo 0,5 pontos percentuais (p.p.) frente ao trimestre de abril a junho de 2024 (6,9%) e 1,3 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,7%) constituindo-se na segunda menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
É um número extraordinário porque vem junto com o balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) para o mesmo mês que revela ter o emprego celetista no Brasil apresentado expansão com geração positiva de 247.818 postos de trabalho. Segundo o ministério do trabalho, o resultado decorreu de 2.163.929 admissões e de 1.916.111 desligamentos no mês.
Em todo Brasil
O dado é importante porque mostra que o saldo ficou positivo em todas as 27 Unidades Federativas (UF), com destaque para Pernambuco que teve o maior crescimento percentual chegando a 237 mil novos postos de trabalho no ano. No mês, São Paulo (+561.042, +4,05%) lidera, seguido pelo Rio de Janeiro (+19.740, +0,51%) e Pernambuco (+17.851, +1,19%).
Chegar no final do terceiro trimestre com quase 2 milhões de empregos novos gerados é um dado robusto da performance na nossa economia que, segundo o IBGE, fez a população ocupada (103,0 milhões) foi novo recorde da série histórica iniciada em 2012.
O nível de O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi a 58,4% sendo também o maior nível de ocupação para um trimestre encerrado em setembro desde 2012.
Subutilização cai
Tem mais: A taxa composta de subutilização (15,7%) recuou, a população subocupação por insuficiência de horas trabalhadas (5,1 milhões) não teve variação significativa nas duas comparações e a população fora da força de trabalho (66,4 milhões) recuou 0,4% (-293 mil) no trimestre e não teve variação significativa no ano.
Os motivos para o governo e os governadores comemorarem existem, mas tem o dado preocupante divulgado pelo Ministério do Trabalho quase como uma nota de rodapé de livro quando afirma que O salário médio real de admissão em setembro foi de R$ 2.158,96, uma redução de R$ 8,25 (-0,38%) em comparação com o valor de agosto (R$ 2.167,21).
Salário real
Esse número está explicado numa das tabelas do Caged que revela a evolução do salário médio real de admissão e desligamento por mês (sem ajustes) onde se constata que o salário médios de setembro (R$ 2.158,96) com valores deflacionados pelo INPC é menor do que o pago, na média, em Janeiro de 2020 (R$ 2.300,69) e próximo ao pago em janeiro de 2022(R$ 2.152,30) e doe janeiro último (R$ R$ 2.121,14). Ou seja, estamos gerando mais empregos sim, mas o ganho de salário não está melhorando muito.
Ainda segundo o Ministério do Trabalho, isso tem a ver com o tipo de emprego que a economia brasileira consegue gerar. Em setembro os 191.306 novos empregos gerados pagaram R$ entre um e 1,5 salários mínimos. Entre três e 10 salários mínimos o índice é negativo.
Além disso, 247.818 novos postos de trabalho foram gerados, 165.388 forma de trabalhadores que tinham o ensino médio completo. Pode-se dizer que a maioria dos empregos gerados (122.266) foi ocupada por jovens com idades entre 18 e 24 sugerindo que são trabalhadores que assinam a carteira pela primeira vez.
Renda estável
Mas os dados mais interessantes, além do fato de que, segundo o IBGE o rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.227) terem ficado estável no trimestre e ter crescido 3,7% no ano, a massa de rendimento real habitual (R$ 327,7 bilhões) não teve variação significativa no trimestre e cresce 7,2% (mais R$ 22,0 bilhões) no ano está na taxa de geração de empregos entre as regiões onde se explica o que os economistas chamam de pleno emprego.
Nas regiões mais ricas, por exemplo, as taxas de evolução do emprego no ano chegaram a 4,65% no Centro Oeste. 4,17% no Sul e 407 no Sudeste que juntas agregam 1.482.563 dos 1.972.722 nos postos de trabalho gerados.
Rotatividade
Chama atenção o fato de nessa três regiões são as que têm as maiores taxas de rotatividade do emprego que chega a 33,77% no Centro Oeste, 31,69% no Sul e 32,49% no Sudeste indicando que com a oferta de trabalho pela empresas o trabalhador qualificado não pensa duas vezes em trocar de emprego fazendo com que a mesma taxa no Nordeste (29,57%) seja a menor do Brasil.
Quando o IBGE faz a análise da ocupação por grupamentos de atividade ante o trimestre de abril a junho de 2024 mostrou aumento em dois grupamentos: Indústria Geral (3,2%, ou mais 418 mil pessoas) e Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1,5%, ou mais 291 mil pessoas).
Construção em alta
Entretanto, no Caged também está dito que temos setores com taxas muito elevadas como a construção que teve uma evolução mensal no estoque de empregos de 8,42%. O setor sozinho este ano gerou 231.337 novos empregos e crescendo.
E mesmo que o setor de serviços pela sua presença na economia tenha crescido 4,73% e gerado 1.046.511 empregos no ano, a melhoria dos salários não está claramente visível.
Por conta própria
O IBGE na sua análise de julho a setembro de 2024 revela que o rendimento médio mensal real habitualmente recebido no trabalho principal, segundo os grupamentos de atividade, do trimestre móvel de julho a setembro de 2024 não revela ganhos substantivos.
Sim, estamos gerando mais empregos e isso é muito bom porque isso tem, entre outros reflexos, o aumento de receitas na Previdência. Mas na verdade, o Brasil está gerando emprego de baixa remuneração e exigindo cada vez mais escolaridade maior do trabalhador.
O que talvez explique porque o número de trabalhadores por conta própria (25,4 milhões) não está se reduzindo. E sustentando o fato de o Brasil ter alcançado até setembro o novo recorde na abertura de empresas, com mais de 3,3 milhões de novos CNPJs registrados nos nove primeiros meses de 2024, segundo dados do Sebrae.
Montadoras
Interlocutor tradicional de rigorosamente todos os presidentes brasileiros desde a implantação da primeira fábrica no país, as montadoras foram mais uma vez ao encontro com o governo. Desta vez eles pediram ao presidente Lula que antecipe o aumento do imposto de importação de veículos elétricos e híbridos para 35% imediatamente. O objetivo é barrar mesmo os fabricantes chineses, como BYD e Neta Auto, que prometem início de produção local enquanto inundam o mercado com modelos importados.
Na conversa com a Anfavea com Lula e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Geraldo Alckmin (Indústria), Luiz Marinho (Trabalho) e CEOs de 12 montadoras pediram que barrem as importações.
Mas há uma enorme diferença desse embate das empresas com os chineses. Eles simplesmente não sabem como enfrentar os chineses na ponta porque os asiáticos optaram por uma tática de inundação de produtos com preços e qualidade aproveitando-se do erro das empresas em não trazer logo seus produtos para o Brasil achando que consumidor não pagaria pelo produto. Os chineses chegaram e conquistaram o freguês de carros a combustão.
Grandes Indústrias
A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) está propondo às lideranças de indústrias baianas de grande porte a criação de um espaço para a discussão de temas estratégicos, que impactam a competitividade do setor no estado. Ao menos 20 empresas responderam ao chamado e formaram Fórum de Grandes Indústrias da Bahia que terá apoio do corpo técnico da FIEB para propor ações e buscar articulação com agentes públicos e outras instituições.
Liderança MD
Nesta terça-feira (5), a Moura Dubeux reunirá nomes do empreendedorismo na terceira edição da sua Conferência de Líderes, no Recife Expo. Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc. vai falar de sua experiência sobre crescimento empresarial com foco em consistência e persistência e João Adibe, CEO da Cimed, compartilhando sua visão comercial no setor farmacêutico.
Economia Circular
Nos dias 6, 7 e 8 Recife seria o Brazilian Circular Hotspot, evento internacional sobre economia circular criado na Holanda que terá a sua primeira edição brasileira. O encontro vai reunir especialistas e representantes empresariais e governamentais do Brasil e de outros países para discutir a transição para uma economia circular. O Instituto Brasileiro de Economia Circular (Ibec) é liderado pela consultora Beatriz Luz, uma das maiores autoridades do tema no país. Inscrições . https://www.ibec-circular.org/bch24
Feirão More Mais
Até a próxima segunda-feira (4), o Shopping Costa Dourada recebe o Feirão de Imóveis More Mais com imóveis no litoral e condições especiais, oferecendo ao público do Cabo de Santo Agostinho e região mais de três mil opções de imóveis, desde casas e apartamentos até flats e loteamentos. O Feirão traz condições exclusivas em lotes a partir de R$84 mil e flats a partir de R$199 mil. Além disso, há imóveis enquadrados nos programas Minha Casa Minha Vida e Morar Bem Pernambuco.
Algar REC’n’Play
Patrocinadora oficial do evento a Algar Telecom, Algar Venture Builder e o Brain, centro de inovação do
Grupo Algar, estarão no REC’n’Play 2024, evento que celebra inovação, cultura e tecnologia em uma programação dinâmica e interativa entre os dias 6 e 9 no Porto Digital.
Desjudicialização
Um ano após sua sanção, o Marco Legal das Garantias ainda não reduziu o número de ações relacionadas à cobrança de dívidas, sem recorrer ao sistema judiciário. Criado para desburocratizar, promover a desjudicialização e procedimentos extrajudiciais não tem bons resultados.
No Brasil, pelo menos até o dia 31 de julho deste ano, havia quase 500 mil causas de alienação fiduciária tramitando na justiça comum, segundo o CNJ. Segundo Marcelo Carvalho, do escritório Queiroz Cavalcanti Advocacia, Marcelo Carvalho, uma regulamentação específica sobre o procedimento extrajudicial para a cobrança de dívidas poderia ajudar.
Caravana TV Jornal
Nesta sexta-feira (1º) acontece a estreia de mais uma edição da Caravana da TV Jornal. O projeto terá entre os patrocinadores a Faculdade Tiradentes (Fits) – localizada em Goiana – e o Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) – localizado na Imbiribeira. O projeto vai percorrer áreas da Região Metropolitana do Recife (RMR) e, pela primeira vez, chega à cidade de Goiana. O evento acontece na Igreja do Pina, na Zona Sul da capital pernambucana, das 8h às 12h.
Governo no trade
Pela primeira vez um Secretário de Turismo do Estado de Pernambuco participa de reunião do Conselho de Turismo da Cidade do Recife (CONTURE). Paulo Nery e Eduardo Loyo participaram da reunião. Conversaram sobre o que o setor precisava e deixaram os telefones.