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Energia solar supera eólica e Pernambuco fecha cluster de equipamentos em Suape

Geração de energia éólica já perde para solar e sofre com queixas de comunidades e também tem dificulade de entregar o que seus parques geram ao ONS.

Por Fernando Castilho Publicado em 23/02/2025 às 0:05

No começo da semana passada, mais de 70 famílias agricultoras do Agreste pernambucano e membros da tribo indígena Kapinawá, do Vale do Catimbau, ocuparam a sede da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (ADEPE) querendo a revogação imediata das licenças de operação dos complexos eólicos Ventos de Santa Brígida, Ventos de São Clemente e Serra das Vacas.

Eles se queixam de problemas de saúde na comunidade pelo som das pás da torres eólicas a cada 10 ou 15 segundos que assusta animais domésticos e da fauna silvestre na região de audição muito mais aguçada pelos humanos.

Movimento nacional

O movimento não é um fato isolado. No Nordeste e ao redor do mundo o fenômeno do ruído simétrico das pás das torres eólicas está crescendo, inclusive nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump (por motivos diferentes como o apoio aos combustíveis fósseis) declarou guerra à essa matriz energética.

Um movimento tão forte que pode colocar em xeque todo o complexo eólico instalados no mundo nas duas últimas décadas frustrando os ambientalistas que saudaram sua entrada no mercado e que agira constata com o discurso de energia limpa e renovável gerada pelo vento pelos efeitos nas populações nativas e residentes embaixo das linhas de torres.

Excesso de energia

O embate deve continuar. E agora dentro de um cenário que no Brasil já tem componentes políticos em função dos excesso de energia gerada pelos parques solares que, em 10 anos, passaram a ser um novo concorrente e que atende pelo nome de fotovoltaica, ou a energia solar. E que em alguns países e no Brasil já superar a energia gerada pelas turbinasde vento.

O Nordeste brasileiro já administra problemas com essas duas novas fontes de geração de energia limpa que têm a característica de serem intermitentes. Ou seja, elas não estão disponíveis 24 horas por dia e no caso da solar só entram no sistema metade do dia pelo simples fato de gerarem energia no período em que o Sol nasce e se põe.

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Aneele programa leilãopara julho e epresas eólicas qerem entrar na dusputa para entregar energia em 2030. - Divulgação

Sem indústrias

Em Pernambuco além dos protestos dos índios Kapinawá o setor tem a extinção do cluster de produção de equipamentos que começo a se instalar na década de 90 com plantas de geradores em Suape, evoluir para a fabricação de torres e flanges e pás. Mas que viu as empresas deixarem no negócio por falta de encomendas.

No final de janeiro, a GE Vernova comunicou o encerramento das operações da fábrica de pás eólicas de sua subsidiária LM Wind Power em Suape (PE) devido à queda na demanda no mercado latino-americano. No mesmo sítio industrial, as plantas da Suape da GRI Flanges Brasil Forjados e Gri Tower Brasil Estruturas Metálicas estão sem encomendas. As três eram as últimas que o complexo industrial de Pernambuco ainda tinha neste mercado.

Crise no setor

Não foi um fato isolado. Também em janeiro a Aeris, a única fabricante brasileira de pás eólicas em operação demitiu 700 funcionários de sua planta no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em Caucaia (CE) , por falta de encomendas. Na verdade, o negócio de produção de segmentos e componentes no Brasil simplesmente acabou. Mesmo com previsão de instalação de novos parques.

O problema é que hoje a matriz eólica já se estruturou como parte da cadeia produtiva de energia elétrica do Brasil. Ela tem 14,2% (33.093 MW )do parque instalado e pronto para gerar energia conectado ao Sistema Interligado Nacional. E ganhou capacidade de articulação política.

Onda de investimento

Hoje, o conjunto de empresas que geram energia pagam o custo de uma onda de investimentos em geração de energia limpa que no começo não levou em consideração a redução dos custos da matriz fotovoltaica nem o sucesso da chamada geração distribuída que explodiu no Brasil especialmente pelos incentivos que o governo deu na transmissão.

Atualmente, o Brasil tem capacidade de gerar 17.075 MW de parques e mais 36.273 MW em milhões de lares e empresas, gerando energia durante o dia que se disputa com a geração eólica. O negócio evoluiu para parques solares de modo que a nossa da geração distribuída, geração em parques solares e eólica já representa 22,5% de todo potencial de energia que o Brasil pode gerar.

Falta potência

Está sobrando energia. Embora falte potência que é a capacidade de entregar energia firme quando o consumo aumenta. E parte disso vem do fato de que eólica e solar são intermitentes. Dito de outra forma, quando mais o Brasil instala parques solar e eólico e paineis nos telhados mais precisa de térmicas e usinas hidrelétricas para aguentar o tranco no horário de pico.

O governo está programando um leilão para isso. O leilão de reserva de capacidade está programado para o dia 27 de junho, com a possibilidade de participação de empreendimentos novos e existentes dedicados à geração “firme” - sem oscilações na oferta, as chamadas térmicas.

Mini Hidrelétricas

Outro leilão marcado para 25 de julho visa contratar energia gerada por Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). São empreendimentos com potência de até 50 MW, capazes de fornecer energia firme e previsível. O início do fornecimento de energia está previsto para 1º de janeiro de 2030, com contratos de 20 anos.

E como está difícil vender tanta energia a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeólica) vai pedir para entrar no leilão de julho com o argumento de que os futuros projetos de hidrogênio verde, amônia e as eólicas offshore vão exigir mais energia.

Entregar energia

Por enquanto o setor tem coisas mais urgentes, E uma delas é que o Congresso não derrube o veto que o presidente Lula impôs no cria no Brasil a geração de energia elétrica renovável, por eólicas instaladas no mar territorial do país foi contaminado por uma série de jabutis. O projeto é o Marco Legal das Eólicas Offshore, mas saiu do congresso mantendo subsídio até para térmica movida a carvão.

A outra é que o ONS está cada vez mais preocupado com a entrada de tanta gente no sistema integrado nacional de energia. Isso tem a ver com que as geradoras, localizadas principalmente no Nordeste, foram impedidas de produzir energia, sob o argumento de que estavam adicionando riscos ao funcionamento do sistema elétrico.

Sem faturamento

Pelas contas da Abeólica, as produtoras de energia eólica calculam que deixaram de vender R$1,7 bilhão em energia. As produtoras de energia solar calculam perdas de R$673,5 milhões no faturamento, segundo a Absolar. No Rio Grande do Norte, parques eólicos relatam ter sido obrigados a cortar 60% da oferta de energia.

Ironia do mundo da energia limpa. Em 2021, quando todo mundo precisava de energia, as eólicas geram muito bem e salvam o sistema de um preço alto da energia. Agora elas se queixam que não tem para quem vender. Inclusive o ONS que é cada vez mais exigente na hora de receber a energia dos ventos.

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Agricultoras do Agreste pernambucano e membros da tribo indígena Kapinawá, do Vale do Catimbau, ocuparam a sede da ADEPE. - Divulgação

 

Sem intermediário

O governador do Maranhão, Carlos Brandão, assinou decreto que regulamenta a venda direta de etanol das indústrias maranhenses para os postos de combustíveis. O estado tem atualmente cinco plantas de produção de etanol e está se programando para fazer o combustível a partir de milho.

A medida, segundo o governador, visa reduzir a presença da cadeia logística, eliminando intermediários e permitindo a diminuição do preço final ao consumidor. 1973.

Marca Lubrax

Criada em 1973, por Aloísio Magalhães, introdutor do design no Brasil, e Décio Pignatari, conceituado ensaísta e publicitário, a marca LUBRAX acaba de ganhar uma nova marca, mais moderna, conectada com inovação e tecnologia, e de olho no futuro do segmento de lubrificantes.

O rebranding é assinado pela consultoria brasileira Design Bridge and Partners (da WPP). O conceito é o de uso prefixo LU, de lubrificantes, associado ao BR da marca da Distribuidora, ganhava um final cosmopolita e moderno, tendo em vista a possibilidade de exportação. O sufixo BRAX ano depois viria a ser o centro de uma polêmica quando a Petrobras cogitou o mesmo conceito de exportação para mudar a marca para PETROBRAX que acabou sendo recusado.

 

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Nova marca do Lubrax - Divulgação

Shopping center

A expectativa da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) para 2025 é de uma receita bruta de R$201,6 bilhões. O setor está investindo em novos formatos para acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor com interiorização que já tem 46% dos empreendimentos situados em cidades com até 500 mil habitantes.

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NOva loja da Rota do Mar em Santa Cruz do Capibaribe - Divulgação

Rota do Mar

Dona das marcas Rota do Mar, de moda casual, e Hausport , de moda esportiva, a indústria Rota do Mar inaugura neste sábado (22) sua primeira loja focada no público varejista na cidade onde nasceu. A nova unidade fica situada na Rua Cabo Otávio Aragão, 191, no centro de Santa Cruz do Capibaribe.

O público poderá conferir as novidades das marcas Rota do Mar, de moda casual, e Hausport, de moda esportiva. No local funcionou a primeira unidade e fábrica da empresa no início da jornada atacadista do empreendimento, no fim dos anos 1990.

Dudalina Caruaru

A Dudalina, referência nacional em camisaria, com mais de 65 anos de história, inaugurou sua segunda loja em Pernambuco, no Caruaru Shopping. A primeira fica na capital Recife, no Riomar Shopping. O Nordeste é atualmente a segunda região em número de lojas da Dudalina.

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Nova diretoria da Amupe já define prioridades para 2025. - Divulgação


Diretoria da Amupe

A assembleia de eleição por aclamação da nova diretoria da Amupe será no próximo dia 27 com a votação de maneira híbrida de forma virtual e presencial na sede da Amupe no Recife. No dia 18 de março acontecerá a posse festiva em evento presencial com lideranças políticas de Pernambuco. Os novos diretores estão avançando com a proposta de criação do setor de engenharia da Amupe. A iniciativa visa permitir a produção de projetos de pequeno e médio porte para municípios, como Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e até de escolas.

Vivo no Galo

Pelo terceiro ano a Vivo será patrocinadora oficial do Galo da Madrugada. A parceria deste ano fará a Vivo voltar a ter trio elétrico exclusivo reforçando a sua marca no evento, desde as ruas até o camarote oficial, inclusive nas lojas e garantir desconto para clientes Vivo na compra das camisas oficiais do evento.

Salão da Nogueira

De 16 de maio a 1º de junho, na Praça de Eventos do Shopping Recife acontece a 3ª edição do Salão Imobiliário Hub Nogueira. Organizado por Armando Nogueira, CEO do Hub Nogueira Soluções Imobiliárias, o evento promete reunir os principais players do mercado e apresentar uma variedade de imóveis - lançamentos e em estoque -, desde alto padrão até opções do programa Minha Casa Minha Vida.

Atestado médico

Vem aí uma das mais importantes mudanças de processos para a concessão de benefícios por incapacidade pelo Instituto Nacional do Seguro Social. O Ministério da Previdência Social pretende utilizar os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) de modo a aproveitar atestados médicos eletrônicos emitidos por profissionais do SUS para embasar a análise documental do INSS reduzindo burocracias e acelerando o acesso dos segurados ao benefício. A digitalização dos atestados médicos fortalece ainda a telemedicina e traz mais segurança ao processo.

Como os atestados médicos eletrônicos têm a mesma validade legal dos emitidos presencialmente e representam um passo importante na modernização dos serviços de saúde. O INSS planeja ainda usar os dados do SUS, como registros de vacinação, para facilitar a prova de vida dos segurados, eliminando a necessidade de deslocamentos.

O uso de documentação digital como atestados médicos eletrônicos tem a vantagem de redução de fraudes e ajuda a construção de bancos de dados sobre o prontuário de cada segurado, o que ajuda na sua jornada junto ao Ministério da Previdência Social.

Remuneração

Em 2025, o Sicredi em Pernambuco vai distribuir R$17,9 milhões a quem possui conta corrente ativa na cooperativa em 2024. O montante a ser recebido por cada um dos 45,8 mil associados Sicredi em Pernambuco é proporcional à sua movimentação financeira ao longo do último ano.

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