Menos impostos, mais leitores
Pacote de incentivos na reforma tributária é oportunidade para tratar dos impostos sobre o mercado editorial – e sua relação com a leitura no país
Vem aí uma pequena livraria de rua no Recife. Evento raro na capital pernambucana e na maior parte dos municípios brasileiros, a abertura de uma livraria deveria ser saudada com fogos e festejos, sobretudo por quem não se cansa de defender a leitura como base para a educação e a formação cidadã. E antes da festa, algum estímulo além do discurso seria ótimo. Mas o empreendimento da Livraria Pó de Estrelas, que virá com a credibilidade da editora de mesmo nome, não contou com qualquer tipo de incentivo para nascer. No endereço tradicional do Poço da Panela, a casa será dedicada a publicações ilustradas, livros para as infâncias e de artista. Certamente será um local de grandes encontros, atividades criativas e de envolvimento social para todas as idades. Poderia receber, quem sabe, nos próximos anos, algum incentivo a fim de se consolidar, ou simplesmente se manter, num mercado difícil como o editorial no Brasil. Para não ter o mesmo destino de outras livrarias de bairro que fecharam as portas, nos últimos anos, nos poucos lugares em que podem ser visitadas, como pontos de encontro, convivência e fruição cultural.
No momento em que a reforma tributária mobiliza setores diversos da economia e da sociedade, suscitando debates, celebrando isenções como conquistas legítimas, cabe perguntar o valor real da leitura para os parlamentares que analisam a revisão dos tributos – e o povo que representam. A preservação da desoneração da cadeia produtiva do livro, garantida na reforma, é importante, mas não suficiente. Livros merecem menos impostos, assim como livrarias, editoras e bibliotecas. Se os governos federal, estaduais e municipais estão sintonizados em prol do acesso à leitura e de sua integração com a educação, está mais do que na hora de ampliar os incentivos para os negócios, os profissionais e as instituições que fazem dos livros seu ofício e missão de vida – como Patrícia Vasconcellos e filhos, cujo sonho de abrir uma livraria está prestes a se realizar, para a alegria dos recifenses.
Sarau na biblioteca
A Biblioteca de São Paulo recebe neste domingo, 14, o Grupo de Poetas Cantores e Declamadores Independentes, com a coordenação de Terezinha Rocha. O encontro de música, poesia e canto começa às 2 da tarde, na capital paulista. Siga a programação no Instagram @bspbiblioteca.
Ciberfeminismo
A Associação Profissão Jornalista (APJor) promove nesta segunda, 15, roda de conversa sobre o livro “Ciberfeminismo, redes sociais e espaços de poder”, de Márcia Marques, publicado pela Editora Veneta. A autora é professora de Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB). O evento será no Auditório Vladimir Herzog do Sindicato de Jornalistas de São Paulo, às 7 da noite, com transmissão pelo Youtube da APJor.
Outras armadilhas
Depois de passar pela Livraria da Vila, em São Paulo, onde se encontrou com Zélia Duncan, que assina o texto da orelha de seu livro “Outras armadilhas desejáveis”, o cantor e compositor Juliano Holanda tem lançamento marcado para Curitiba, nesta terça, 16. A sessão de autógrafos será na Livraria Telaranha, a partir das 7 da noite. A publicação de poemas narrativos é da Maralto.
A voz e o corpo
Será na quarta, 17, a abertura da Ocupação Naná Vasconcelos, no Itaú Cultural, em São Paulo. O público poderá conferir a mostra em homenagem ao percussionista, com fotos, entrevistas, instrumentos e outros objetos, até 27 de outubro. Para Naná, a música é própria do humano: “O primeiro instrumento é a voz, o melhor é o corpo”, dizia. Mais informações no site www.itaucultural.org.br.
Jenny Rugeroni
O lançamento online do livro de crônicas “Gabrielle Andersen, Rudyard Kipling e minha mãe”, de Jenny Rugeroni, será na quarta, 17, a partir das 7 da noite no Instagram da @editoraarpillera e da escritora. A mediação caberá a Yara Fers. De acordo com a divulgação, as crônicas que integram o volume pintam “um retrato do Brasil contemporâneo sob o olhar feminino”.
Realismo mágico
Será na quinta, 18, a palestra online e gratuita “Movimentos Literários: Realismo Mágico – Do que se trata?”, com Vinicius Lourenço Barbosa, idealizador do @latinaleitura no Instagram. A realização é da BibliON. A palestra terá início às 7 da noite. Outras informações no site www.biblion.org.br.
O peito oco
Será na quinta, 18, às 7 da noite, a live de Suzana Amorim sobre seu romance de estreia pelo Selo Auroras, “O peito oco”, que se encontra em pré-venda no site da Litteralux até 2 de agosto. A conversa online terá a mediação da editora e escritora Dani Costa Russo.
Dia da Caridade
A editora Paulus envia sugestão de títulos para o Dia da Caridade, celebrado no Brasil na sexta, 19. Entre os livros, estão: “Irmã Dulce – A santa brasileira que fez dos pobres a sua vida”, “A caridade é a essência da religião – Ensinamentos de São Charles de Foucauld” e “Em que posso ajudar – Vida e pensamento de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida”. Veja mais em www.paulus.com.br.
Feira criativa da FLIC
Em parceria com a E-Criativa, a Feira Literária de Campina Grande – FLIC – promove no sábado, 20, uma Feira Criativa no Museu de Arte Popular da Paraíba – 3 Pandeiros. Livros novos e usados estarão à venda. Haverá ainda contação de histórias e sessões de autógrafos. No mesmo evento, que se inicia às 4 da tarde, a Clínica Raízes realiza a Biblioteca Humana, inspirada em atividade homônima criada na Dinamarca, na qual voluntários fazem a escuta de relatos orais das pessoas. Saiba mais em @flicfeira no Instagram.
Dentes de leite
Em publicação do selo Cachalote, Antonio Pokrywiecki lança o livro de contos “Dentes de leite” no próximo dia 27, na Ria Livraria em São Paulo. O texto da orelha é de Joca Reiners Terron. O fundador das editoras Aboio e Cachalote, Leopoldo Cavalcante, participa de bate-papo com o autor, na ocasião, a partir das 18h.
Juan Cárdenas
O novo livro do escritor colombiano Juan Cárdenas, “O diabo das províncias”, está em pré-venda no Brasil pela editora DBA, com previsão de chegada às livrarias em agosto. Participante confirmado na Flip deste ano, em Paraty, Cárdenas conta na obra a história de um biólogo que vai dar aulas em um internato feminino no interior da Colômbia. A tradução é de Marina Waquil.
Calamidade: o anseio
Íris Ladislau comemora a chegada de seu livro de poemas, publicado pelo selo Auroras da Litteralux. “Calamidade: o anseio é a minha quinta publicação, e ter o livro em mãos é sempre uma emoção diferente, já que cada livro tem a sua própria história (além da que está nas páginas). Eu fantasiei com o Calamidade publicado por anos, então vê-lo pronto foi uma sensação de orgulho muito grande”, diz a escritora.
Museu de arte efêmera
Considerado pelo autor como seu livro mais ousado, “Museu de arte efêmera” é a nova obra de Eduardo A. A. Almeida, em publicação da Laranja Original. São apenas três contos em estrutura fragmentada, conectados pela questão da memória – “a memória como forma de elaborar a vida, como marca traumática, como resistência diante do esquecimento”. Siga o escritor em @eduaaalmeida no Instagram.
Pedagogia dos Orixás
Com prefácio de Kiusam de Oliveira, a Pallas traz a “Pedagogia dos Orixás” de Ivan Poli. Trata-se de estudo “sobre aspectos civilizatórios dos mitos africanos e iorubas e os seus reflexos na cultura e na educação brasileiras”, diz o autor. Para Kiusam de Oliveira, Poli “acredita na libertação negra através dos conhecimentos e práticas ancestrais”.
Achado na tradução
A Capivara Cultural lança o grupo permanente de tradução com Dirceu Villa. Serão vinte aulas online de agosto a dezembro, para apenas vinte participantes. Serão lidos e trabalhados poemas em inglês, francês, italiano, espanhol e alemão, que podem ser levados pelos próprios participantes. Outras informações em www.acapivaracultural.com.br.
Frei Caneca
Em celebração ao bicentenário da Confederação do Equador, a Cepe publica a segunda edição de “Frei Joaquim do Amor Divino Caneca”, coletânea de escritor políticos de Frei Caneca, com organização e introdução de Evaldo Cabral de Mello, para quem o religioso da Ordem do Carmo representa “o homem que, na história do Brasil, encarnará por excelência o sentimento nativista”.
Meia palavra basta
A Record publica coletânea de aforismos, máximas e fragmentos de Francisco Bosco em “Meia palavra basta”. Filósofo e ensaísta, o autor é apresentador do programa Papo de Segunda, no GNT. Para Francisco Bosco, o livro “tem muito de Roland Barthes, Jorge Luis Borges e outros eruditos conversadores”.
Selvagem
Publicado pela Labrador, o romance de Marilia Passos, “Selvagem”, narra a história de uma obstetra que vai para um país africano abalado pela guerra civil. “O livro nasceu do desejo de escrever uma grande história de amor. Durante o período de elaboração do livro, conheci o Sudão do Sul, com todas suas idiossincrasias, miséria e esplendor. Foi enriquecedor me aprofundar na cultura do país, na história do continente africano e no trabalho de organizações como o Médicos sem Fronteiras”, conta a autora. Confira no @livronewsnoinsta um vídeo da escritora falando sobre a obra.
Clube do Epílogo
Pedro Rhuas, Mirela Paes e Lais Lacef foram os convidados do Clube do Epílogo, em debate na Livraria do Jardim, no Recife, no último sábado. Os três conversaram sobre “Como a literatura LGBTQIAPN+ conquista espaços”. Pedro Rhuas também falou sobre a obra “O Mar Me Levou a Você”, publicada pelo selo Seguinte, da Companhia das Letras. Acompanhe o @clubedoepilogo no Instagram.