O poeta do amor livre
Fotobiografia e coletânea de poemas de Cazuza, em publicação da WMF, realçam o lado literário de um dos maiores ícones da música brasileira
Um poeta que cantou o amor livre e o Brasil. É assim que Ramón Nunes Mello, organizador de duas obras publicadas pela WMF Martins Fontes, define a poesia de Cazuza, que, para ele, ainda está muito viva. O livro que reúne a produção poética de Cazuza, e sua fotobiografia, foram lançados na semana passada, em São Paulo, em evento que teve show do pernambucano Almério, após conversa mediada por Pedro Bial, e uma plateia recheada de fãs ilustres, como Flora Gil, Leona Cavalli, Lobão e Otto.
Nos textos inéditos que compõem “Meu lance é poesia”, é possível “ver o poeta experimentando a linguagem”, segundo Ramón. “Cazuza merece esse lugar na poesia brasileira, e sua obra merece ser lida e relida. Ver o Cazuza no papel é um presente”. Dos 238 poemas reunidos, 27 são inéditos. Já a fotobiografia apresenta 700 imagens sobre sua vida e obra, e teve também a organização de Lucinha Araújo, mãe do poeta. Para ela, os lançamentos são o seu testamento.
Os livros também foram lançados com a presença dos organizadores na Bienal, que se encerra neste domingo na capital paulista. Após o encontro com os leitores, Ramón e Lucinha se surpreenderam com o depoimento e a voz de Ana Macário, cantora de 19 anos, que se declarou fã de Cazuza, por influência dos pais. “Tive contato com a música dele desde muito pequena. Cazuza sintetiza muita coisa em que acredito”, diz Ana, para quem a música preferida do poeta é “O tempo não para”.
Nas canções e no papel, a poesia de Cazuza permanece, abrindo caminhos, provocando e inspirando antigas e novas gerações de brasileiros. O tempo da arte não para.
Novo de Vargas Llosa
O peruano Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura, terá seu novo livro publicado no Brasil pela Alfaguara, em novembro: “Dedico a você meu silêncio” traça um retrato do Peru por meio da música. Segundo o autor, de 88 anos, este pode ser o seu último romance, pois pretende escrever ainda apenas um ensaio.
Na Livraria do Jardim
Neste domingo, a Livraria do Jardim, no Recife, recebe o lançamento de "A Filha do Ferreiro e o Filho da Senhorinha", de Socorro Barros. O evento acontece a partir das 10h, e terá roda de conversa com a autora.
Ana Maria Machado
O último dia da Bienal do Livro de São Paulo tem a participação da integrante da Academia Brasileira de Letras, em debates e sessões de autógrafos. Com mais de cem títulos publicados e 20 milhões de exemplares vendidos, Ana Maria Machado será uma das atrações do evento neste domingo. Ela estará no Espaço Infâncias às 10h, e em seguida, no estande da editora Global, a partir das 11h, para lançar “Ana Maria Machado – Uma autora em perspectiva” e a nova edição de “Ponto de vista”. E encerra com bate-papo sobre sua carreira na Arena Podcast Skeelo, às 13h.
Ignácio de Loyola Brandão
Outro acadêmico da ABL prestigia a Bienal de São Paulo neste domingo: Ignácio de Loyola Brandão vai ao estande da Global autografar seu novo livro para crianças, “Só sei que nasci”, a partir das 3 da tarde. Na obra dedicada à neta, o autor entrevista uma recém-nascida de apenas dois dias de vida. As ilustrações são de Isabela Santos.
Feira da Zona Sul
No dia em que termina a Bienal, a cidade de São Paulo já abriga um novo evento para os amantes de livros. É a Feira Literária da Zona Sul – FELIZS, que vai deste domingo, 15, até o sábado, 21. Com expectativa de público estimado de 10 mil pessoas, as atividades gratuitas ocorrem em espaços educacionais e culturais nas regiões de Campo Limpo, Jardim São Luís e Capão Redondo. Em sua décima edição, a FELIZS de 2024 traz o tema “A Poética dos Caminhos – Donde Miras?” e homenageia os 20 anos do Sarau do Binho. A programação está no site www.felizs.com.br.
Sessão na APL
A Academia Pernambucana de Letras (APL) realiza sessão nesta segunda, 16, com debate sobre o tema “O homem culto”. A mediação de Lourival Holanda abordará conceitos da Grécia Antiga e observações acerca da atualidade. A partir das 3 da tarde, na sede da entidade, no Recife.
Um país de livros e leitores
Estreia na terça, 17, mais um episódio do Podcast Livronews. Participam do debate os editores Alexandre Staut, Eduardo Lacerda, Dani Costa Russo e Patrícia Vasconcellos. Os primeiros dois episódios também estão disponíveis, e têm a participação de livreiros e livreiras. A primeira temporada tem dez episódios, indo ao ar um por semana no Youtube e Spotify.
108
Influenciada pelo budismo, ficção autobiográfica da escritora e ilustradora Surina Mariana será lançada nesta quarta, 18, na Livraria Latinas, em Florianópolis. Segunda obra da autora, “108” é descrito por Ana Rüsche como “Um livro sobre os caminhos vibrantes do mundo, páginas que nos despertam ao nos entorpecer com sua poesia”. O lançamento do livro publicado pelo selo independente Longe começa às 7 da noite.
Meu nome é Laura
Décima quinta obra de Alex Andrade, quinta publicação pela Confraria do Vento, “Meu nome é Laura” será lançada no próximo sábado, 21, na Livraria Janela do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O romance oferece uma “visão sincera e empática dos desafios enfrentados por aqueles que buscam ser aceitos em suas identidades”. Antes dos autógrafos, o autor conversa com Dani Balbi e Carlos Eduardo Pereira, a partir das 5 da tarde.
Se eu soubesse...
A Bertrand Brasil publica o novo livro de Fabrício Carpinejar, “Se eu soubesse: Para maiores de 40 anos”. Em crônicas breves, o poeta trata do processo de amadurecimento, e enfatiza que o urgente é não adiar os afetos.
Fora do prazo de validade
A escritora Ana Paula Dacota lançou no sábado, 14, em Belo Horizonte, livro de poemas inspirados em temas contemporâneos. “Fora do prazo de validade” é uma publicação da Libertinagem, e reúne sua obra poética recente, incluindo versos que já foram lidos no portal Fazia Poesia. O evento de lançamento foi na Livraria Scriptum, na capital mineira.
Inimigo virtual
Romance infantojuvenil publicado pelo Grupo Editorial Portal, “Inimigo virtual” aborda os riscos para o uso da internet por crianças e adolescentes. A obra de Jéssica Macedo foi aprovada no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e tem ilustrações da artista e quadrinista Mia G. Brandão. Siga no Instagram: @autorajessicamacedo.
Tudo faz sentido
Em lançamento da Labrador, o bailarino, pesquisador e doutor em educação, João Silveira, publica “Tudo Faz Sentido: Ligando os pontos entre arte, ciência e inovação”. Resgatando o conceito de polímata – que possui em Leonardo da Vinci o mais conhecido exemplo – o autor também apresenta sua própria trajetória. “Fui bailarino e coreógrafo profissional, farmacêutico, vendedor de equipamentos de laboratório, empreendedor, consultor, pesquisador e doutor em educação. Muitas dessas coisas ao mesmo tempo. Para olhares mais distraídos, eu fui apenas indeciso ou não soube focar em uma só área. Mas, com um olhar mais atento, é possível perceber que ‘tudo faz sentido’ e que essas experiências foram fundamentais para me tornar quem eu sou hoje”. Saiba mais no Instagram @oficialtudofazsentido.
Natureza, cultura e desigualdades
Com tradução de Maria de Fátima Oliva do Couto, a Civilização Brasileira traz o novo livro de Thomas Piketty. Em “Natureza, cultura e desigualdades: Uma perspectiva comparativa e histórica”, o economista francês afirma que os países menos desiguais, como a Suécia, são os que mais investiram em programas sociais.