A literatura abre portas
Vencedora da primeira edição do Prêmio Caminhos com o romance "Mãezinha", Izabella Cristo inicia pela Fliporto uma nova etapa como escritora
A Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto – recebe neste domingo a vencedora do I Prêmio Caminhos de Literatura, Izabella Cristo. O criador do prêmio, Henrique Rodrigues, e uma das juradas, Jéssica Balbino, também estarão presentes, em conversa sobre a importância dos prêmios literários. O encontro está marcado para 14h30, no Mercado Eufrásio Barbosa, local do evento.
Em entrevista para o Livronews e o JC-PE, disponível na íntegra em www.livronews.com.br, a escritora paraense fala sobre a emoção do reconhecimento, e aponta a expansão da diversidade no mercado editorial brasileiro como um fator positivo diante da crise, com otimismo: “Não acho que o tempo do livro esteja acabando. Pelo contrário. Acho que é tempo exatamente de se reafirmar o valor e o poder que o livro tem na vida das pessoas, sua concretude. Tempo de se renovar as amarras clássicas, definir o livro como uma estrutura necessária para as ideias inquisitórias e modificadoras da sociedade, a sobrevivência humana, apesar de qualquer crise”.
Izabella Cristo também aborda na entrevista as dificuldades inerentes à carreira literária, conta como surgiu a vontade de escrever o romance premiado, “Mãezinha”, e a certeza de que a escrita é uma necessidade em sua vida. “Escrevo quando posso, como posso, quando dá. Quando vem alguma ideia e estou no hospital ou na rua, digito em notas no celular, que são nossos atuais guardanapos. Não são tão românticos. Ainda prefiro os velhos cadernos e papel rabiscado”, admite a autora, que também é médica.
Vida e literatura
Para Izabella Cristo, a vida é composta de personagens. “Não é a literatura que faz as personagens, é a vida que faz literatura. Basta você tirar os olhos do umbigo ou do celular e enxergar melhor as coisas ao redor. Meu olhar de médica me fez coletar durante esses vários anos diversos humanos e suas histórias. É desse olhar que provém a escritora. A escritora é a alquimista da própria vida, ela escreve, analisa, edita e redescobre a vida na literatura. Transforma dor e dissabor em texto. Transforma memória e experiência em uma coisa nova, em uma coisa boa e útil: em literatura. Durante muito tempo achei que eram seres separados. A escritora e a médica. A médica e a monstra. Mas não. Hoje sei que são seres retroalimentados. Eu escrevo para ressignificar o que vivi. E o que eu vivo na medicina, na vida, e, com a literatura, aprendendo, e tenho mais forca para enfrentar os percalços da vida. A literatura me faz mais forte. A minha força me dá maior enfrentamento para que eu possa, depois, fazer mais literatura”.
Raízes do Brasil
O escritor Ronaldo Correia de Brito debate com Carlos Filho, neste domingo, 17, na Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto – sobre as raízes do Brasil no romance “Rio Sangue”, de sua autoria, publicado pela Alfaguara. Um livro contundente, onde “tudo silencia à voz potente do narrador”, e “nem as corujas piam”, como diz um trecho da obra, nem o leitor quer tirar o olho das páginas. O bate-papo está marcado para 4 da tarde, na Sala Janete Costa do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda.
Desaventos
A editora de livros artesanais Arpillera promove o lançamento online do livro de contos de Cidinha Ribeiro, na próxima quarta, 20. “Desaventos” possui um “projeto sensorial” com costura em linhas verdes e uma capa com recorte vazado, segundo a descrição da editora. A live de lançamento com a autora será mediada por Yara Fers, a partir das 7 da noite.
Às vezes esqueço como respirar
Está em pré-venda pela Mondru o livro de estreia da pernambucana Madu Sansil, “Às vezes esqueço como respirar”. Definido como “uma ode poética à alma recifense, entre a beleza e a melancolia”, o livro oferece poemas confessionais, nos quais a cidade é pano de fundo de experiências e reflexões. O projeto gráfico é de Jeferson Barbosa. Mais informações no Instagram @madusansil.
Literatura gastronômica
Maria Lectícia Cavalcanti recebe nesta segunda, 18, em Lisboa, o Prêmio de Literatura Gastronômica da Academia Internacional de Gastronomia, pela obra “A mesa de Deus – Os alimentos da Bíblia”, publicado pela Record. Além do detalhamento da alimentação, o livro aborda os simbolismos da comida para a religião.
Literatura negra
A quarta edição do Festival Pernambucano de Literatura Negra começa nesta segunda, 18, e vai até quarta, 20, no Recife. Entre as participantes, Fabiana Moraes, Rosangela Nascimento e Maria Cristina Tavares. O evento aberto ao público acontece na Livraria Jaqueira do Recife Antigo, na terça e quarta. Confira a programação no Instagram @festivaldeliteraturanegra_pe.
Retratos da Leitura
A sexta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, será divulgada nesta terça, 19, em São Paulo. Com a presença de representantes das principais entidades do mercado editorial, e de Fabiano Piuba pelo governo federal, o evento terá apresentação de Leonardo Neto e mediação de Zoara Failla, coordenadora da pesquisa. A partir das 2 da tarde, no Itaú Cultural.
Fim do suspense
Na terça, 19, serão conhecidos os vencedores em 22 categorias do Prêmio Jabuti, em cerimônia no Ibirapuera em São Paulo. Tradução da diversidade literária brasileira, na expressão da presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sevani Matos, o Jabuti recebeu mais de 4 mil inscrições em 2024. Os vencedores em cada categoria recebem R$ 5 mil, o Livro do Ano, R$ 70 mil. A cerimônia começa às 19h30, com transmissão ao vivo pelo Youtube da CBL.
Odilon Moraes
A livraria Pó de Estrelas, no Recife, recebe o escritor e ilustrador Odilon Moraes para minicurso e sessão de autógrafos. Na quinta, 21, a partir das 7 da noite, o minicurso será sobre o processo criativo do boneco ao livro. E no sábado, 23, às 3 da tarde, o lançamento de “Papai pintava”, com a presença da editora Daniela Padilha, da Jujuba. Saiba mais no Instagram @livraria.podeestrelas.
A literatura em jogo
A livraria NoveSete será o palco do lançamento de “Mediação de leitura: A literatura em jogo”, de Juliana Pádua e Joana Marques Ribeiro, no próximo sábado, 23, em São Paulo. Com brincadeira gráfica e poesia visual, a obra publicada pela Madrepérola ressalta o espírito lúdico na mediação de leitura. “Em primeiro lugar, não se pode esquecer que a ludicidade é inerente à essência humana, bem como está presente na natureza da literatura”, dizem as autoras, em depoimento à Literária. “Na experimentação do “poder ser” e do “faz de conta”, o espírito lúdico possibilita tanto ao leitor quanto ao mediador adentrar no universo ficcional, jogando e se pondo em jogo na experiência de, nas, pelas e com as linguagens poéticas. Sob essa perspectiva, a mediação de leitura brincante pode ser a chave para acessar os sentidos (tanto os depreendidos do corpo-livro quanto os aguçados no corpo-leitor) a partir da imaginação criadora”. O evento na NoveSete começa às 3 da tarde.
Livros do Prêmio Hermilo
Com a presença da secretária de Cultura de Pernambuco, Cacau de Paula, as obras vencedoras da oitava edição do Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura foram lançadas na última quinta, 14, no Museu do Estado de Pernambuco, no Recife. Em publicação da Cepe, os autores de “Maracujá Interrompida”, “Salas brancas com cheiro de éter não me permitem sentir cheiro de gente”, “Da boca pra fora” e “O livro dos sussurros” – respectivamente Luís Osete, Thiago Medeiros, José Juva e Philippe Wollney – tiveram sua esperada noite de autógrafos. Cada um representou uma região do Estado. Luís Osete não pôde comparecer, e mandou um vídeo para a ocasião.
Vanessa Passos em Paris
Escritora premiada e best-seller, Vanessa Passos levou sua obra “A filha primitiva” para lançamento em Paris. A autora aproveitou para participar de uma série de eventos, dentre os quais: masterclass na Maison de la vie associative du Vème, palestra sobre empreendedorismo literário na Chambre de Commercio, e entrevista e lançamento, respectivamente, na Biblioteca Gulbenkian e na Libraire Portuguese & Brésilienne e ateliê de escrita no Louvre. “A turnê literária internacional edição Paris representa um marco na minha trajetória como escritora. É bom ver a literatura brasileira ganhando o mundo”, diz Vanessa Passos.