Sem recursos, Caixa reduz limite para financiamento de imóveis

As mudanças irão levar a uma redução do teto do valor financiável da casa própria, levando os mutuários a pagarem mais no ato de entrada da compra

Publicado em 14/10/2024 às 20:15

Com a evasão de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), a Caixa Econômica Federal está reduzindo o teto do valor disponibilizado para financiamento de imóveis até R$ 1,5 milhão. Com as mudanças anunciadas pelo maior operador de crédito imobiliário do País (cerca de 70% do mercado), os mutuários terão que desembolsar valores maiores para a compra da casa própria, a partir do dia 21 deste mês.

As mudanças irão levar a uma redução do teto do valor financiável da casa própria de 80% para 70%, que valerá tanto para imóveis residenciais (novos e usados) quanto para comerciais. Os clientes também só poderão ter apenas um financiamento imobiliário ativo com o banco.

O banco informou que, pelas novas regras, só vai financiar 70% do valor do imóvel, e não mais 80%, como antes, pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Já pela Tabela Price, só vai financiar 50% do valor, antes era 70%. Com menos crédito, a entrada passa a 30% do valor do imóvel, no caso do SAC, e chega a até metade do valor da compra, no caso da Tabela Price

Em Pernambuco, em um ano, as contratações de financiamentos habitacionais pela Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) saltaram 46,6%. Ao todo, os pernambucanos contrataram R$ 2,87 bilhões no semestre passado. Somente no SBPE, o montante chegou a R$ 1,51 bilhão. 

Nesta terça-feira (15), o Superintendente Executivo de Habitação Caixa Econômica Federal, João Victor de Oliveira, e Bruno Montanha, Superintendente Executivo Jurídico do banco, detalham as mudanças na Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE). 

PERFORMANCE DA POUPANÇA

Em agosto de 2024, os financiamentos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 18,39 bilhões, alta de 2,3% em relação a julho deste ano e de 41,3% frente a agosto de 2023.

Nos 12 meses até agosto de 2024, o volume financiado somou R$ 170,4 bilhões, mostrando alta de 6,8% comparativamente ao período imediatamente anterior.

Em agosto, pelo segundo mês consecutivo, a poupança SBPE registrou saques maiores que os depósitos. Embora negativa, a captação líquida do mês de agosto (-R$ 1,29 bilhão) foi melhor que a de julho (-R$ 2,86 bilhões) e que a de igual período do ano passado (-R$ 8,47 bilhões). Entre janeiro e agosto deste ano, a diferença entre depósitos e retiradas acumulou -R$ 12,2 bilhões, segundo dados da Abecip.

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