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Células-tronco reduzem em 60% as doses de insulina em gato diabético

Tratamento foi realizado em gato de 10 anos, que já havia tentado outras alternativas

Amanda Rainheri
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Amanda Rainheri
Publicado em 15/12/2020 às 14:34 | Atualizado em 15/12/2020 às 14:41
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Tatá nasceu gordinho e passou quase sete anos de dieta, sem sucesso; terapia alternativa trouxe melhora significativa e mais qualidade de vida - FOTO: Divulgação

Quem não morre de fofura por um gatinho gorducho? Impossível não se apaixonar, não é? Mas, por trás de tanta gostosura, podem estar mascarados sérios problemas de saúde!

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O gato Otávio Augusto, o Tatá, de 10 anos e meio, é um exemplo típico. Desde os três dias de vida, já era o dobro do tamanho dos outros irmãozinhos da mesma ninhada. "Resgatei o Tatá ainda dentro da barriga da mãe. A gata era de um vizinho, que se mudou e a abandonou grávida, com dois filhotes da primeira ninhada. Recolhi os gatos, e o Tatá acabou nascendo dentro da minha casa. Desde filhotinho já era gordinho", contou a médica e tradutora Eliseanne Nopper, 56, tutora dos felinos.

Segundo ela, conforme o tempo foi passando, Tatá foi se tornando um gato obeso. Chegou a pesar 13 quilos. "Fizemos várias dietas, com acompanhamento de um veterinário endocrinologista, mas a única coisa que conseguimos foi uma lipidose (doença que acomete o fígado dos felinos e é caracterizada pelo acúmulo de gordura), que quase matou meu gato", lembrou.

O problema se agravou há três anos, quando Tatá perdeu uma irmãzinha para uma doença renal. "Ele era grudado nela! Ficou com um nível superalto de cortisol pelo estresse e começou a desenvolver diabetes. A ninhada toda teve problemas renais. Só o Tatá é que tinha os rins mais preservados, mas, em compensação...", lamentou a tutora, considerando a condição de saúde do bichano.

A primeira vez que o animal foi submetido ao tratamento com insulina, teve uma resposta positiva, ficando bem por um bom tempo, mas, um ano depois, sua outra irmãzinha faleceu, e o diabetes descompensou novamente. A partir daí, sua saúde foi só piorando, e outros problemas, aparecendo. Chegou a tomar 20 unidades de insulina por dia!

Devido ao excesso de peso, Tatá sofria também com dores na coluna e, pelo fato de o diabetes continuar se mantendo, passou a desenvolver uma neuropatia. "Foi quando ele começou a andar com uma pata caída. Não conseguia mais correr, subir nos móveis e a não brincar mais. Cheguei até a fazer uma rampa para ele subir no sofá", disse Eliseanne.


Acupuntura e analgésicos conseguiam aliviar um pouco as dores, mas o sofrimento de Tatá e também da tutora só aumentavam. Sua salvação foi a terapia com células-tronco. A médica veterinária Marina Alvarenga, especialista em cultivo e terapia celular, diz que o caso de Tatá é um excelente exemplo de como as células-tronco podem melhorar a qualidade de vida dos animais e auxiliar na diminuição de medicações em casos de doenças crônicas. "É importante entender que em muitas doenças, principalmente as crônicas, não podemos promover a cura, mas as células-tronco desempenham um papel importante na melhora do estado geral do animal e na regulação das doses de medicamentos, como a insulina, no caso do Tatá, melhorando, assim, a resposta ao tratamento terapêutico."


"Nas três primeiras aplicações de células-tronco, o diabetes melhorou muito, embora Tatá continuasse a ter dores na coluna e dificuldade de locomoção. Pelo menos, conseguimos diminuir as doses de insulina", falou a tutora.

"Depois da quinta aplicação, se recuperou absurdamente. Começou a ficar mais ativo, andar melhor, e o diabetes foi melhorando cada vez mais", continuou.

De quatro meses pra cá, Eliseanne está só comemorando. Tatá voltou a levantar a pata para andar, a subir nos móveis sem auxílio da rampa e já perdeu três quilos. Tudo está melhor. Embora ainda esteja gordo, Tatá é praticamente um gato normal. A cada visita mensal ao veterinário, percebemos que ele perde peso. Já está até correndo atrás dos irmãos".

Otávio Augusto continua com o tratamento com células-tronco, e as doses de insulina já foram reduzidas em 60%. "Parece até um milagre, mas é a ciência", concluiu a tutora.

Terapia alternativa

As células-tronco estromais multipotentes, também chamadas de células-tronco mesenquimais (CTM), são células encontradas em todos os tecidos adultos. Em medicina veterinária, as principais fontes para obtenção das CTM são o tecido adiposo e a medula óssea.

O efeito terapêutico das CTM já é bem descrito em diversos estudos científicos, tanto na medicina veterinária como na de humanos e se baseia em três princípios de ação:

1- Reposição tecidual pela diferenciação celular
2- Imunomodulação e efeito anti-inflamatório
3- Secreção de moléculas bioativas que promovem a regeneração

São aplicadas por via endovenosa ou no local da lesão. Geralmente, são feitas de uma a três aplicações, com intervalos regulares e acompanhamento contínuo. No entanto, tudo depende do caso e da melhora do pet. Num paciente idoso e em doenças crônicas, por exemplo, a quantidade de aplicação é maior.

A terapia é indicada para várias doenças, como diabetes, cinomose, displasia coxofemoral, insuficiência renal crônica, aplasia de medula, lesões na coluna e até mesmo para problemas oftalmológicos.

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