Pets também precisam de cuidados com a saúde mental
O estresse, a falta de passeios regulares e o sobrepeso podem desencadear comportamentos depressivos nos bichinhos
A pandemia do novo coronavírus fez com que muita gente mudasse rotinas e hábitos. O tempo de isolamento social foi estressante e sentido não apenas pelos humanos, mas também pelos pets. O estresse, a falta de passeios regulares e o sobrepeso podem desencadear comportamentos destrutivos ou depressivos nos bichinhos.
De acordo com a veterinária Marina Tiba, a saúde mental dos pets está diretamente relacionada ao comportamento dos tutores e deve ser levada a sério. "Os animais de estimação também são afetados pelo estresse e podem, inclusive, ficar deprimidos. Claro que não devemos igualar a depressão humana à dos pets, mas existe sim um mecanismo de defesa animal que faz com que ele passe a ter comportamentos como ansiedade, agressividade, latidos excessivos, falta de apetite, entre diversos outros, que são facilmente identificáveis e devem ser tratados", afirma.
A falta de estímulos suficientes (como brinquedos e ambientes preparados para os animais), a alimentação inadequada, o sobrepeso e a falta de passeios regulares são alguns dos fatores que podem agravar o problema.
É preciso estabelecer uma rotina que inclua passeios e brincadeiras com o pet, além do tutor estar disponível para fazer com que o bichinho entenda que o bom comportamento é algo positivo tanto para ele quanto para a família - uma das formas de fazer isso é recompensar o animal com petiscos. Entretanto, é necessário ter cuidado com a qualidade dos petiscos e alimentos oferecidos para não tornar a alimentação inadequada, o que também pode agravar o comportamento depressivo.
O que fazer
Entre as mudanças na rotina, além da oferta de petiscos e uma alimentação balanceada, estão passeios regulares, oferta de brinquedos, evitar deixar os animais por muito tempo sozinhos, ambientes limpos, evitar despedidas muito emocionadas, e dar atenção. É importante também levar o pet regularmente ao veterinário.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) observou que 55% dos cães que moram em apartamentos são acometidos por algum tipo de alteração comportamental, como vocalizações excessivas, comportamentos destrutivos ou depressivos. O estudo teve como objetivo analisar a síndrome de ansiedade de separação em cães de apartamento, causada pela separação de suas figuras de apego. Ou seja, ao passar longos períodos distante do seu pet, o tutor pode desencadear comportamentos indesejados no bichinho.
"Mesmo os gatos, que são mais individualistas, precisam de atenção e carinho. Tentar, por exemplo, levar os cachorros para passarem o dia numa creche, interagindo com outros animais também pode ser uma boa opção. Tudo é uma questão de estar atento aos sinais que os pets demonstram e a disposição dos tutores em oferecer um bom ambiente", destaca Marina.