Promessa de dez anos, Ponte Iputinga-Monteiro já está com obras paralisadas

Publicado em 01/04/2013 às 21:00 | Atualizado em 01/04/2013 às 21:00
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Apenas parte da estrutura da ponte começou a ser feita. Fotos Alexandre Gondim/JC Imagem Apenas parte da estrutura da ponte começou a ser feita. Fotos Alexandre Gondim/JC Imagem   Tudo parado. Essa é a situação das obras de construção da ponte interligando os bairros da Iputinga, na Zona Oeste, e de Monteiro, na Zona Norte do Recife, há pelo menos quatro meses. A ordem de serviço foi assinada exatamente há um ano, mas os trabalhos não resistiram por muito tempo e desde dezembro de 2012 que não se vê mais funcionários no canteiro de obras. Apenas máquinas paradas e vigilantes. A informação extraoficial é de que houve suspensão no repasse de recursos para o projeto, que, além da ponte sobre o Rio Capibaribe, inclui um complexo viário com a implantação e requalificação de 20 ruas nos dois bairros. A obra representa importante etapa de construção da Terceira Perimetral da capital e integra o projeto Capibaribe Melhor, urbanização da bacia do curso d’água que a Prefeitura do Recife tenta viabilizar há mais de dez anos. A paralisação das obras está revoltando alguns moradores do entorno pela desordem deixada nas ruas e desiludindo outros, que não aguentam mais adiar o sonho de sair das palafitas e casebres para uma moradia digna em um dos habitacionais prometidos, cuja construção também está parada. Na época do lançamento da obra, João da Costa, então prefeito do Recife, lembrou que a ponte iria encurtar distâncias, aproximar pessoas e ligar ricos e pobres, numa referência ao acesso direto entre os moradores de comunidades carentes da Iputinga, como Ayrton Senna e Detran, e os habitantes de bairros nobres como Monteiro e Casa Forte. Mas com a interrupção dos trabalhos, só restou a revolta da população e a ausência dos benefícios que a ligação viária proporcionaria para o tráfego de veículos e de pedestres na região. Em Monteiro, não há sinal de obras desde o início da intervenção. Na Iputinga, pelo menos quatro ruas - duas delas avenidas extensas - tiveram o processo de terraplenagem iniciado e abandonado. O resultado são via com a terra revirada, lixo, manilhas e poeira por todos os lados. Na Rua Jornalista Possidônio Cavalcante Bastos, o abandono incomoda. O pavimento foi desfeito e britas jogadas no local. O acesso é difícil, até para entrar nas residências. O mesmo acontece nas Ruas Manoel Rezende, Diamantino Costa e Itapiranga. Ruas foram esburacadas e abandonadas na Iputinga Ruas foram esburacadas e abandonadas na Iputinga No canteiro de obras do consórcio formado pelas empresas Camilo Brito e Cinzel ninguém fala.  Depois de muita insistência e, mesmo assim, por meio de uma nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do Recife, a qual está subordinada a Empresa de Urbanização do Recife (URB), responsável pela construção da ponte, confirmou que as obras estão paradas, mas alegou que o motivo foi a readequação do projeto e pendências com desapropriações. Nada mais. Essa etapa do Capibaribe Melhor tinha custo estimado em R$ 42,7 milhões, subdivididos na construção da ponte e de três subsistemas viários, com conclusão de 18 meses, contados a partir de março de 2012. Os recursos são do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e do município do Recife.  

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