CONFIRA WEBREPORTAGEM: https://youtu.be/aF4OWBVL1ek Transtorno e mais transtorno. Circular de carro ou de ônibus convencional pela Avenida Caxangá e entorno, principal eixo radial de transporte por ônibus na Zona Oeste do Recife, virou sinônimo de congestionamento, irritação e dor de cabeça. Em obras há mais de três anos, a região ainda não sente os benefícios de tantas intervenções. Sofre com a demora na conclusão dos trabalhos, sempre adiados, sob as mais diferentes desculpas do governo de Pernambuco. O Túnel da Abolição, a mais pesada intervenção do Corredor de BRT Leste-Oeste, deveria estar pronto desde dezembro de 2013 e, talvez, seja concluído apenas no fim de outubro, dez meses depois. O próprio corredor de BRT caminha a passos lentos, obrigando o poder público a tratar os ônibus comuns como transporte individual, sem qualquer direito à prioridade viária. O resultado é uma avenida que, com exceção dos BRTs, trafegando pela faixa exclusiva, anda a uma velocidade média de 8 km/h. Nesta terça-feira (2/9), às 11h, era esse o ritmo da Avenida Caxangá. Acreditem. De um lado, a demora na conclusão dos dois terminais integrados do Corredor Leste-Oeste - os TIs da III Perimetral (cruzamento com a Avenida General San Martin, no Cordeiro) e da IV Perimetral (cruzamento com a BR-101, na Iputinga). Sem as duas unidades, o Grande Recife Consórcio de Transporte não consegue transferir as 23 linhas radiais que serão transformadas, futuramente, em rotas alimentadoras dos BRTs. Elas levarão os passageiros para os TIs da III e IV Perimetrais e, de lá, eles seguirão viagem nos veículos BRTs. Mas, enquanto isso não acontece, os ônibus convencionais seguem viagem espremidos entre os carros, gastando o dobro do tempo que gastavam antes, quando trafegavam na faixa exclusiva. Fotos: Sérgio Bernardo/JC Imagem Em muitos momentos do dia a irritação com o trânsito termina levando diversos motoristas, não só de carros, mas também de ônibus, a invadirem o caminho dos BRTs. Os números divulgados pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) mostram que, de fato, os condutores estão preferindo se arriscar a pagar a multa de R$ 127,69. Foram 1.700 autuações somente entre junho (quando o BRT entrou lentamente em operação para a Copa do Mundo) e ontem. Atualmente, três meses depois de o BRT ser inaugurado, apenas uma linha está em operação com 20 veículos. ESTADO DIZ QUE TÚNEL DA ABOLIÇÃO SERÁ CONCLUÍDO NO DIA 30 DE OUTUBRO Promessas e mais promessas. O poder público continua anunciando prazos. Garante que está correndo contra o tempo e vencendo os mais variados obstáculos e contratempos para fazer com que a situação do entorno da Avenida Caxangá melhore. Entende a irritação da população, mas pede compreensão, já que as obras, mesmo com atrasos, estão sendo tocadas e entregues. O novo prazo agora é o dia 30 de outubro para que o Túnel da Abolição seja finalizado e liberado ao tráfego de veículos. A mesma previsão também foi apresentada para a finalização dos dois terminais integrados do Corredor Leste-Oeste. “Não vou justificar ou negar os atrasos, sabemos que eles aconteceram por causa das mais diferentes causas. O que posso garantir agora é que temos enfrentado muitas dificuldades com a obra do Túnel da Abolição, mas que estamos correndo para finalizá-la em 60 dias. O nível do lençol freático no Recife é muito alto, o que dificultou a execução. Mas falta pouco. O mesmo acontece com os terminais integrados, previstos para serem concluídos também no fim de outubro”, explicou o secretário das Cidades, Evandro Avelar. Pelo cronograma da Secretaria das Cidades, cinco estações localizadas na Avenida Caxangá e na Rodovia PE-05 (continuação da Caxangá) serão entregues ainda este mês, as unidades da Avenida Belmino Correia, em Camaragibe, serão finalizadas em novembro, assim como a estação Benfica. As estações da Avenida Conde da Boa Vista serão finalizadas em outubro e a estação que funcionará no elevado do Bom Pastor, apenas em dezembro. Atualmente, o Leste-Oeste opera com sete estações, transportando 22 mil passageiros por dia.  LEIA MAIS NA EDIÇÃO IMPRESSA DO JC