BR-232, uma rodovia retalhada, velha e escura. Cuidado se for pegar a estrada na Semana Santa

Publicado em 18/03/2016 às 8:00 | Atualizado em 13/07/2018 às 11:04
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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  Rodovia está às escuras nos perímetros urbanos. A situação mais crítica é em Gravatá. Fotos: Alexandre Gondim/JC Imagem Rodovia está às escuras nos perímetros urbanos. A situação mais crítica é em Gravatá. Fotos: Alexandre Gondim/JC Imagem     Uma rodovia retalhada, velha e gasta. Sem sinalização e escura onde deveria ser iluminada. Essa é a atual situação da BR-232, rodovia duplicada há dez anos ao custo de R$ 460 milhões do governo de Pernambuco. Eixo troncal da rota da Semana Santa e dos espetáculos da Paixão de Cristo, que começam nesta sexta-feira (17/3), em Fazenda Nova, no Agreste, a rodovia exige muita atenção do motorista. Não está tão degradada como no ano passado, é verdade. Digamos que está menos ruim. Se percebe que tem recebido manutenção. Mas boa, não está. Por isso, o condutor não deve subestimar o perigo, mesmo se tratando de uma rodovia duplicada. Para quem vai até o teatro ao ar livre de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, a BR-232 é a que merece mais atenção, até porque, dos 180 quilômetros que separam o Recife de Fazenda Nova, 134 são na rodovia Luiz Gonzaga, como foi batizada nos tempos de sucesso. Os buracos que a reportagem encontrou em 2015, também na época que antecede a Semana Santa, foram fechados com o improviso da operação tapa-buraco. A velha prática de jogar o asfalto sobre as placas de concreto se oficializou na rodovia, comprometendo a qualidade da circulação. Em muitas situações, a impressão é aquela conhecida dos motoristas pernambucanos de, ao andar numa estrada, pensa estar numa montanha russa.
Mas pelo menos os buracos estão fechados, né? Poderia ser pior se nem isso eles estivessem fazendo”, Romero Bezerra da Silva, agricultor  
Foto__Al   Nos perímetros urbanos, a rodovia também tem problemas com a iluminação. Em Bezerros e, principalmente, em Gravatá, a escuridão predomina – perigo não só para motoristas, mas também para pedestres. “Mas pelo menos os buracos estão fechados, né? Poderia ser pior se nem isso eles estivessem fazendo”, resume o agricultor Romero Bezerra da Silva, 52 anos, que reside em Bezerros e diariamente vai ao Recife para tratamento médico da família. Não são apenas os buracos que foram fechados. A capinação também vem sendo feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE). “Tudo bem que sabemos que essa arrumação sempre acontece às pressas e em cima da Semana Santa, porque o movimento aumenta muito. Mas pelo menos está sendo feita. Agora, é verdade também que se em pouco tempo o governo não adotar uma solução definitiva para a BR-232, ela vai se acabar de vez”, alerta o agricultor, com a experiência de quem vive a BR. LEIA TAMBÉM BR-232: Uma rodovia traiçoeira BR-232, entre Recife e Caruaru, está se deteriorando a olhos vistos Calvário da BR-232 mais perto do fim Construtoras garantem que ausência de drenagem da BR-232 foi erro de projeto   E o sentimento do cidadão se confirma na prática. Percebe-se que a 232 está sendo mantida a duras penas. É apenas uma arrumação para que a situação não desande de vez. Até porque a solução definitiva, apontada pelo próprio governo estadual, seria a restauração da BR, ou seja, refazê-la. Na verdade, o governo de Pernambuco vinha tentando viabilizar o restauro, orçado, por baixo, ainda em 2015, em R$ 200 milhões – quase metade do valor gasto para duplicá-la. Mas o problema saiu das mãos do Estado para o governo federal, que incluiu a rodovia num pacote de possíveis concessões públicas, com a intenção de pedagiá-la. BR-232_2016   “Estamos com um contrato de conservação desde o ano passado para manter a rodovia trafegável. Temos gasto entre R$ 5 e R$ 6 milhões por ano. Com a decisão da União, deixamos de lado o projeto de restauração, cuja elaboração estávamos tentando viabilizar. Agora, vamos esperar”, explicou o diretor de operações e obras do DER-PE, Silvano José. A BR-104, nos 45 quilômetros que separam Caruaru do entroncamento com a PE-145, que leva até Fazenda Nova, também merece atenção dos motoristas. A rodovia já está sem sinalização e escura nos perímetros urbanos. A obra, na verdade, foi abandonada pelas empreiteiras – uma delas citada na Operação Lava Jato – e até agora o Estado tenta retomar os trabalhos e cobrar a dívida das construtoras. Já a PE-145 nem deveria ser chamada de rodovia. Não tem buracos – eles foram fechados recentemente para a Semana Santa –, mas é o resto do resto de uma estrada, com um pavimento totalmente gasto. Por isso, calma e atenção na hora de pegar a estrada. E, se possível, evite trafegar à noite.

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