Mas pelo menos os buracos estão fechados, né? Poderia ser pior se nem isso eles estivessem fazendo”, Romero Bezerra da Silva, agricultorNos perímetros urbanos, a rodovia também tem problemas com a iluminação. Em Bezerros e, principalmente, em Gravatá, a escuridão predomina – perigo não só para motoristas, mas também para pedestres. “Mas pelo menos os buracos estão fechados, né? Poderia ser pior se nem isso eles estivessem fazendo”, resume o agricultor Romero Bezerra da Silva, 52 anos, que reside em Bezerros e diariamente vai ao Recife para tratamento médico da família. Não são apenas os buracos que foram fechados. A capinação também vem sendo feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE). “Tudo bem que sabemos que essa arrumação sempre acontece às pressas e em cima da Semana Santa, porque o movimento aumenta muito. Mas pelo menos está sendo feita. Agora, é verdade também que se em pouco tempo o governo não adotar uma solução definitiva para a BR-232, ela vai se acabar de vez”, alerta o agricultor, com a experiência de quem vive a BR. LEIA TAMBÉM BR-232: Uma rodovia traiçoeira BR-232, entre Recife e Caruaru, está se deteriorando a olhos vistos Calvário da BR-232 mais perto do fim Construtoras garantem que ausência de drenagem da BR-232 foi erro de projeto E o sentimento do cidadão se confirma na prática. Percebe-se que a 232 está sendo mantida a duras penas. É apenas uma arrumação para que a situação não desande de vez. Até porque a solução definitiva, apontada pelo próprio governo estadual, seria a restauração da BR, ou seja, refazê-la. Na verdade, o governo de Pernambuco vinha tentando viabilizar o restauro, orçado, por baixo, ainda em 2015, em R$ 200 milhões – quase metade do valor gasto para duplicá-la. Mas o problema saiu das mãos do Estado para o governo federal, que incluiu a rodovia num pacote de possíveis concessões públicas, com a intenção de pedagiá-la. “Estamos com um contrato de conservação desde o ano passado para manter a rodovia trafegável. Temos gasto entre R$ 5 e R$ 6 milhões por ano. Com a decisão da União, deixamos de lado o projeto de restauração, cuja elaboração estávamos tentando viabilizar. Agora, vamos esperar”, explicou o diretor de operações e obras do DER-PE, Silvano José. A BR-104, nos 45 quilômetros que separam Caruaru do entroncamento com a PE-145, que leva até Fazenda Nova, também merece atenção dos motoristas. A rodovia já está sem sinalização e escura nos perímetros urbanos. A obra, na verdade, foi abandonada pelas empreiteiras – uma delas citada na Operação Lava Jato – e até agora o Estado tenta retomar os trabalhos e cobrar a dívida das construtoras. Já a PE-145 nem deveria ser chamada de rodovia. Não tem buracos – eles foram fechados recentemente para a Semana Santa –, mas é o resto do resto de uma estrada, com um pavimento totalmente gasto. Por isso, calma e atenção na hora de pegar a estrada. E, se possível, evite trafegar à noite.
Mobilidade
Por Roberta SoaresNotícias e análises sobre transporte público, transporte individual, micromobilidade e soluções para a mobilidade urbana