Publicado em 24/07/2016 às 10:00
| Atualizado em 13/07/2018 às 10:42
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Marcelo e Conceição são dois dos 16 cobradores que atuavam na linha 901 que está em teste aceitando apenas crédito eletrônico e que foram recolocados. Fotos: Roberta Soares
A retirada dos cobradores dos ônibus como estratégia para reduzir os assaltos na Região Metropolitana do Recife é algo polêmico e deve ser monitorado de perto por todos – gestores, sindicatos, sociedade e Ministério Público – para evitar surpresas. Mas, além de ser um caminho sem volta, sedimentado no avanço da tecnologia a favor do transporte, tem suas vantagens. Muita gente pode duvidar, mas os cobradores que trabalhavam na linha 901 TI Abreu e Lima/TI Macaxeira – que está em teste sem cobrador desde o dia 11 de julho – estão felizes, satisfeitos.
"Foi uma boa oportunidade. Estou realizando um sonho que tinha desde que entrei na empresa. Queria virar motorista. Tive medo no começo, achando que seria demitida, mas agora estou sendo treinada para virar motorista”,
Conceição Cabral, cobradora
Além de não terem sido demitidos, como muitos temiam, todos os 16 profissionais foram realocados e alguns até promovidos. O Blog De Olho no Trânsito conversou com dois deles, Conceição Cabral e Marcelo Chagas, que estão sendo treinados para passar ao quadro de motoristas. Os dois estão satisfeitos e enxergaram na mudança de função uma chance de progredir profissionalmente. Quando aprovados como condutores, terão um ganho real superior a R$ 1 mil no salário. Os outros 14 cobradores também foram aproveitados. Com exceção de quatro, que continuaram na mesma função em outra linha, dois foram realocados para auxiliar a venda de cartões VEM nos TIs Abreu e Lima e Macaxeira, dois estão no controle de acesso aos TIs e seis atuam na fiscalização de operação.
Fernando Bandeira, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), garantiu que não se justifica o medo de uma demissão em massa de cobradores. "Atualmente, temos 6 mil cobradores operando no transporte por ônibus da RMR. Apenas 16 foram transferidos de função. Essa propagação de demissão em massa não tem fundamentol", garantiu. Bandeira também é proprietário da empresa Pedrosa, a primeira a testar o projeto piloto sem cobrador.
"A empresa nos orientou desde que os boatos de demissão começaram. Esclareceu que todos seriam aproveitados e ouviu para onde cada um queria ir. Sempre quis ser motorista. Por isso acho que esse medo de demissão em massa não se justifica”,
Marcelo Chagas, cobrador
Alguns números mostram que o projeto da linha 901 caminha certo, embora seja pequena, com apenas 6 mil usuários por dia, e interterminal. Ou seja, a maior demanda é de usuários que embarcam nos terminais integrados, sem pagamento de passagem. Os 800 passageiros que embarcavam ao longo do percurso permaneceram e mais de 1 mil cartões VEM foram vendidos até agora somente pela empresa operadora. Do total de 800 usuários, apenas 200 pagavam em dinheiro.
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Os dois ex-cobradores da linha 901 estão sendo treinados para motorista na empresa Pedrosa, sonho que alimentavam desde que entraram na profissão
Bandeira voltou a falar da ampliação da rede de vendas de créditos eletrônicos, ainda pequena e falha na Região Metropolitana. Além das estações do sistema BRT (Corredores Norte-Sul e Leste-Oeste), existem totens de venda apenas nos TIs de Abreu e Lima, Macaxeira (esses dois instalados em função da operação sem cobrador da linha 901), Camaragibe e Tancredo Neves. E na central de carregamento da Urbana, na Boa Vista. Apenas. A promessa é que 50 totens estão sendo adquiridos e serão instalados em outros terminais em breve.
"Desde o começo nós explicamos e garantimos aos nossos profissionais que eles não seriam demitidos. Ao contrário, alguns estão tendo opção de progredir na profissão",
Antero Parahyba, da Pedrosa
Na verdade, outras duas linhas comuns estão operando sem cobrador, com BRTs adaptados – TI Camaragibe/TI Macaxeira e TI Tancredo Neves/TI Macaxeira. Nelas, segundo o Consórcio Mobibrasil, ainda têm acontecido algumas investidas contra os passageiros, mas os ladrões descem quando percebem que não tem cobrador.
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