Desafio Intermodal 2016 faz políticos virarem recifenses "de verdade"

Publicado em 21/09/2016 às 11:21 | Atualizado em 13/07/2018 às 10:26
Fotos: Tom Cabral/Divulgação
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Daniel Coelho foi a pé
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Carlos Augusto foi de carro
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Edilson Silva foi de bicicleta
DIM_2016 2 - Edilson Silva foi de bicicleta
João Paulo foi de táxi
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Priscilla Krause foi de Uber
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  Por Mariana Araújo maraujo@jc.com.br Da Editoria de Política do JC Os candidatos a prefeito do Recife tiveram, na noite desta terça-feira (20/9), uma oportunidade de ver de perto os problemas da mobilidade urbana da cidade. Seis postulantes participaram do Desafio Intermodal  (DIM), promovido por entidades que estudam a mobilidade no Recife. O grupo saiu do Marco Zero às 18h e seguiu até a Praça de Casa Forte, cada um utilizando um meio de transporte. O primeiro a chegar no ponto marcado foi o candidato Edilson Silva (PSOL), que fez o trajeto de bicicleta em 40’06”. Carlos Augusto (PV) chegou em seguida de carro, com 42’57”, João Paulo (PT) levou 46’32” de táxi. Priscila Krause (DEM) gastou 1h02 de Uber, José Mariano (vice de Simone Fontana, PSTU) levou 1h06 para chegar de ônibus e Daniel Coelho (PSDB) fez o trajeto em 1h17 a pé. O trajeto em linha reta tem 7 km, mas cada um teve liberdade para escolher o melhor trajeto. Os únicos que não participaram do desafio foram Geraldo Julio (PSB), que alegou falta de agenda, e Pantaleão (PCO), que não respondeu ao convite. “As dificuldades que a gente tem é a falta de ciclovia e ciclofaixa. Hoje, os bueiros representam um problema muito grande para os ciclistas”, disse Edilson Silva, que propôs criar ciclofaixas estreitando as faixas de rolamento dos carros.
O objetivo do desafio é tentar medir o modal que é melhor não só para as pessoas que estão utilizando, como para a cidade como um todo. Alguns modais poluem muito. O Uber, o táxi e o carro poluem quase a mesma coisa porque é um modo de transporte individual. É quase o dobro da moto e nove vezes mais do que o ônibus." Daniel Valença, da Ameciclo
  Carlos Augusto utilizou o aplicativo Waze para indicar o melhor caminho com menos trânsito e foi levado a rotas alternativas. “Um problema é sincronização dos semáforos. A gente só vai melhorar o trânsito se investir no transporte público de qualidade, tem que botar faixa exclusiva e melhorar o ônibus para tornar atrativo para quem anda de carro”, relatou. “A política prioritária tem que ser a ciclovia. Em torno de 30% da população da cidade, seja por ausência de recursos ou pela saúde, tem se deslocado a pé ou de bicicleta. O conceito é trabalhar as prioridades das ciclovias, das faixas azuis e táxis terem prioridade, e resolver a questão Uber e táxi”, disse João Paulo. Fotos: Tom Cabral/Divulgação Fotos: Divulgação/DIM   Priscila Krause teve dificuldades com o Uber. Ela chamou um veículo no aplicativo, mas o motorista, ao ver a reunião de pessoas no Marco Zero, desistiu da corrida. Então, chamou outro veículo. Enquanto João Paulo gastou R$ 31 no trajeto de táxi, Priscila desembolsou R$ 46,34 com a chamada tarifa dinâmica. “O primeiro Uber pensou que fosse algo de apreensão de veículo e passou direto. O que a gente tem que fazer é priorizar o ônibus, ampliação da faixa azul, as calçadas, transformar em corredor de pedestre, e as ciclovias, colocando a bicicleta como um modal definitivamente no sistema viário”, disse. A candidata também defendeu a regulamentação do Uber. LEIA TAMBÉM Desafio Intermodal provoca candidatos a prefeito a encarar a imobilidade do Recife Em tempos de culto ao automóvel, bicicleta mostra ser o transporte mais rápido no trânsito Um desafio pela mobilidade Daniel Coelho listou problemas enfrentados pelos pedestres. “As calçadas estão em péssimo estado em vários trechos, tivemos que andar no meio da rua, além da falta de faixas de pedestres, em alguns momentos atravessar foi uma dificuldade”, relatou.  Ele afirmou que, se for eleito, irá rever a lei de conservação das calçadas, que indica que a responsabilidade de manutenção é do proprietário do imóvel, promovendo uma padronização. O candidato a vice de Simone Fontana, José Mariano (PSTU), afirmou que o valor da passagem é alto (R$ 2,80) e falou da falta de faixas exclusivas para ônibus.  “A Avenida Rosa e Silva estava praticamente travada. É uma situação difícil o trabalhador largar o trabalho e ter que passar por esse sacrifício”, declarou.   Em 2015, ciclista venceu com bicicleta rápida, considerando os cálculos do desafio. Foto: Guga Matos/JC Imagem Em 2015, ciclista venceu, considerando os cálculos do desafio. Foto: Guga Matos/JC Imagem   PEDESTRE LEVA A MELHOR NO DIM 2016 De todos os 13 modais utilizados no desafio deste ano, o que teve o melhor desempenho foi o pedestre que fez o trajeto correndo, embora tenha levado 47 minutos para chegar ao destino. O cálculo do desempenho considera, além do tempo empregado no trajeto, o custo, as emissões de carbono e o gasto de energia efetuado ao longo de todo caminho. A tarifa variável paga por Priscila Krause em horário de pico fez com que o Uber tivesse o pior desempenho. “O objetivo do desafio é tentar medir o modal que é melhor não só para as pessoas que estão utilizando, como para a cidade como um todo”, explicou Daniel Valença, da Associação Metropolitana de Ciclistas (Ameciclo), uma das entidades que organiza o desafio. “Alguns modais poluem muito. O Uber, o táxi e o carro poluem quase a mesma coisa porque é um modo de transporte individual. É quase o dobro da moto e nove vezes mais do que o ônibus.” O transporte mais rápido foi a motocicleta, que levou apenas 20 minutos entre o Marco Zero e a Praça de Casa Forte. Os participantes que usaram patins e skate levaram pouco mais de meia-hora. A bicicleta elétrica fez o percurso em 51 minutos. Já a Bike PE fez 32 minutos.

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