Maio Amarelo: um mês de alerta, reflexão e exercício de civilidade

Publicado em 30/04/2017 às 11:00 | Atualizado em 13/05/2017 às 20:08
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maio_amarelo2   O mês de maio é de alerta para o trânsito mundial. O Movimento Maio Amarelo vem ganhando força nos últimos anos no Brasil e se transformando num período em que se provoca a sociedade a repensar seus hábitos no trânsito – não só como motorista, mas também como pedestre, passageiro e ciclista, afinal, todos são o trânsito. O Maio Amarelo quer, acima de tudo, chamar a atenção para os altos índices de mortos e mutilados no trânsito, especialmente no Brasil, onde as vítimas superam os 50 mil mortos e 500 mil mutilados por ano.   arte_roberta_web_2   É um movimento de todos, poder público e sociedade, não apenas uma campanha. E este ano o enfoque é a consequência das escolhas de cada um no trânsito. #MinhaEscolhaFazaDiferença é o mote. “Beber e dirigir não é acidente. É escolha. Atender o celular ao volante não é acidente. É escolha. Excesso de velocidade não é acidente. É escolha”, são algumas das mensagens criadas para a versão 2017. E para marcar o mês da consciência sobre a violência no trânsito, a partir da quarta-feira (3/5), a CTTU começa a notificar algumas infrações pelas câmeras de videomonitoramento, especialmente as que afetam diretamente a circulação e a segurança do pedestre, o mais menosprezado na hierarquia do trânsito brasileiro.   arte_roberta_web   Antes que os defensores do discurso fácil da indústria das multas tomem fôlego, é importante destacar que a medida é prevista desde 2015, na Resolução 532 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), já adotada em cidades como Fortaleza (CE) e Salvador (BA). Dez das 124 câmeras utilizadas pelo órgão para o monitoramento da circulação no Recife estão legalmente aptas a registrar as infrações. Na verdade, a fiscalização será feita por agentes da Central de Operações de Trânsito (COT) da CTTU, que funciona 24 horas. Na prática, as câmeras serão os olhos dos fiscais do trânsito. Por elas, os agentes estarão vendo as possíveis infrações e multando os motoristas.
Infelizmente, muitas pessoas só respeitam a legislação quando o agente está presente ou quando há o risco de ser multado. E não conseguimos estar em todos os lugares. Por isso decidimos adotar as câmeras. Queremos evitar acidentes e melhorar a circulação, sem dúvida, mas nosso alvo principal é o pedestre. Queremos protegê-lo. Quando um carro para ou estaciona sobre a calçada, por exemplo, ele força o pedestre a ir para a rua, a se expor, à insegurança”, Taciana Ferreira, presidente da CTTU
SB091215088 Mas vale lembrar que a notificação pelas câmeras precede uma sinalização vertical ostensiva de que naquele trecho há “fiscalização de trânsito por videomonitoramento”. São placas instaladas a aproximadamente 200 metros das câmeras que estarão notificando. Ou seja, não tem como o motorista não ver. A não ser que esteja dirigindo sem a atenção devida. Também não são todas as infrações que podem ser notificadas a partir dos flagrantes feitos pelos equipamentos. Estacionamento em local proibido ou sobre a calçada, formação de fila dupla, conversão proibida e condução de motocicleta sem capacete são as mais comuns. As infrações que precisam de equipamentos aferidos pelo Inmetro ou da abordagem de agentes, por exemplo, não podem ser registradas pelas câmeras de videomonitoramento. O excesso de velocidade é uma delas.   jc-cid00404_transito   “Temos evoluído quando falamos em fiscalização de trânsito. Começamos investindo na ampliação dos equipamentos até chegarmos aos orientadores. Mas infelizmente muitas pessoas só respeitam a legislação quando o agente está presente ou quando há o risco de ser multado. E não conseguimos estar em todos os lugares. Por isso decidimos adotar as câmeras. Queremos evitar acidentes e melhorar a circulação, sem dúvida, mas nosso alvo principal é o pedestre. Queremos protegê-lo. Quando um carro para ou estaciona sobre a calçada, por exemplo, ele força o pedestre a ir para a rua, a se expor, à insegurança”, argumenta a presidente da CTTU, Taciana Ferreira. O LAÇO AMARELO A marca que simboliza o Maio Amarelo é o laço na cor amarela, escolhido propositalmente a partir de outras campanhas de conscientização já idealizadas e bem-sucedidas, como o combate ao câncer de mama, de próstata e, a mais consolidada nacional e internacionalmente de todas, a de conscientização contra o vírus HIV. A ideia dos idealizadores do Maio Amarelo – no Brasil liderados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) – é colocar a necessidade da sociedade tratar os acidentes de trânsito como uma verdadeira epidemia, forçando os cidadãos a adotarem comportamento mais seguros e responsáveis para preservar vidas. ADESÃO O Blog De Olho no Trânsito e a Coluna De Olho no Trânsito, publicada aos domingos na versão impressa do JC, se vestem de amarelo durante o mês de maio para apoiar o movimento. No caso do blog, é o terceiro ano de adesão. VEJA DADOS SOBRE A MATANÇA AO VOLANTE NO BRASILgoo.gl/OGLh8B   maio_amarelo2017  

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