As motos ainda são o grande problema das mortes no trânsito brasileiro

Publicado em 25/07/2017 às 16:49 | Atualizado em 13/07/2018 às 16:10
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Ghost Motos já podem ser vistas no Recife e fazem parte da campanha que o governo de Pernambuco lançará, via Detran-PE, nesta quinta-feira (27/7), para alertar sobre as mortes e mutilações provocadas pelas motos. Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem   As motocicletas continuam sendo o grande problema da violência no trânsito brasileiro. Não tem jeito. O tempo passa e essa realidade não muda. Apesar de responder por 27% da frota nacional de veículos, os acidentes com motos concentraram 76% das indenizações pagas às vítimas no ano passado. Elas são as que mais se envolvem em acidentes e as que mais mutilam. E também têm uma grande influência nas mortes: os motociclistas representaram 40% dos óbitos no trânsito no País. Números da Seguradora Líder – que gerencia o DPVAT, seguro pago por todos os motoristas para cobrir danos pessoais causados por veículos - mostram que 83% das indenizações pagas foram para vítimas de invalidez permanente. Os mortos responderam por 5% do que foi pago. Por isso, o alerta deve ser permanente, mas ganha força este mês, quando se comemora o Dia do Motorista (nesta terça-feira, 25/7) e o Dia do Motociclista (nesta quinta, 27/7). Os números do DPVAT também revelam que, do total de mortos indenizados, mais da metade (53%) tinham entre 18 e 34 anos, ou seja, eram economicamente ativos. Somente em 2015, foram 12.126 mil vítimas fatais que conduziam motocicletas no Brasil – 33 registros por hora, conforme o Datasus  (Ministério da Saúde), revelando ainda que quatro em cada dez mortos em acidentes de trânsito naquele ano pilotavam uma moto. Quando o olhar se volta para o Nordeste brasileiro, por exemplo, considerando o mesmo período, essa taxa chega a 53,67%. Na região norte, por sua vez, o volume é menor (47,7%), mas ainda acima do indicador nacional.   Simuladores de direção são defendidos como uma forma de qualificar não só o motociclista, mas também o motorista. Foto: Divulgação   A frota de motocicletas no Brasil chegou a 24 milhões de unidades em 2016 (27% dos 93,8 milhões de veículos em circulação pelas ruas e estradas brasileiras). Quando consideramos o período entre 2000 e 2016, houve um crescimento de 1.281% no volume de motos, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). MELHOR PREPARAÇÃO DO MOTOCICLISTA É consenso entre os que vivem o trânsito que a melhor forma de minimizar as mutilações e a matança que as motos têm provocado é a qualificação do motociclista exigindo cada vez mais na sua preparação para assumir o volante. E, nesse processo, os simuladores podem ter um papel fundamental. A simulação possibilita ao condutor a prática em uma série de situações adversas, que mais cedo ou mais tarde ele vivenciará no mundo real. Enquanto o Brasil parou no tempo e ainda realiza a prova prática para tirar habilitação dos motociclistas em circuitos fechados, na Espanha essa etapa é preliminar e depende de aprovação para seguir ao passo seguinte, que é percorrer vias públicas sendo monitorado por um agente de trânsito. No Japão, a presença do simulador, por outro lado, já é uma realidade há 20 anos.

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