Novas catracas para evitar invasões no BRT Norte-Sul

Publicado em 19/12/2017 às 8:00 | Atualizado em 13/07/2018 às 11:14
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Equipamento, bem diferente das catracas de inox e com apenas três braços utilizadas até agora no BRT, está em teste na Estação Jupirá do Norte-Sul   Depois do Corredor BRT Leste-Oeste começar a testar um novo modelo de bloqueios para evitar a invasão das estações sem o pagamento da tarifa, agora é o Corredor Norte-Sul, o segundo BRT da Região Metropolitana do Recife, a adotar um novo tipo de catraca bem diferente da proposta modernista projetada quando o sistema era apenas promessa. Assim como as do Leste-Oeste, elas são altas (para evitar que sejam ultrapassadas) e de ferro – algo bem diferente do inox das catracas de três braços utilizadas originalmente nas estações do sistema.
A crise econômica mudou muito o comportamento do passageiros e, se não fizermos algo, o BRT não sobreviverá. Ele tem custos que precisam ser cobertos e quem termina arcando com essa despesa são os passageiros corretos, acostumados a pagar a tarifa", Gibson Pereira, do Conorte
  Os testes começaram na Estação Jupirá, em Olinda, na sexta-feira (15/12). Os equipamentos foram instalados pelo Consórcio Conorte, que opera o BRT Norte-Sul, com o aval do Grande Recife Consórcio de Transporte, gestor do sistema de ônibus na Região Metropolitana. A largura dos novos equipamentos é a mesma dos outros bloqueios, garantem os operadores, mas a altura é maior, o que dificulta a passagem. Enquanto os bloqueios convencionais das estações de BRT têm, em média, um metro, o novo modelo tem 1,50 metro.
“A Jupirá, estação escolhida para teste dos novos bloqueios, foi a que apresentou o maior índice de invasões: 9%. Isso significa dizer que, das 700 pessoas que diariamente entram no sistema por aquela estação, quase 70 passageiros o fazem sem pagar", Gibson Pereira, do Conorte
As novas catracas, entretanto, não são tão altas quanto a primeira instalada na Estação Benfica do Leste-Oeste – que de tanta reclamação terminou reduzida – e a largura permite a passagem também das pessoas obesas. Embora seja um equipamento agressivo, que destoa pela altura e cor em relação ao visual das estações de BRT, os operadores argumentam ser a única solução para diminuir a evasão de receita do sistema, que já está em 12% dos passageiros transportados, ultrapassando, por exemplo, a perda do sistema convencional de ônibus – que é de aproximadamente 10%. LEIA MAIS BRT pernambucano sofre com a evasão de receita Multa de R$ 170 para quem não pagar tarifa no BRT. O que você acha? Catracas são testadas na traseira dos ônibus para evitar evasão de renda “A Jupirá, estação escolhida para teste dos novos bloqueios, foi a que apresentou o maior índice de invasões: 9%. Isso significa dizer que, das 700 pessoas que diariamente entram no sistema por aquela estação, quase 70 passageiros o fazem sem pagar. Instalamos câmeras para ver o que acontecia e colocamos funcionários para monitorar as invasões, mas o custo é alto. Para monitorar cinco estações, foram 60 homens. Imagine quanto não precisaríamos para monitorar as 25 estações que estão em operação?”, pondera Gibson Pereira, do Conorte. A nova catraca ficará em teste por 30 dias e a previsão é de que seja ampliada para todo o Norte-Sul. “Só funcionará assim. Não podemos tratar o corredor em separado porque aquele usuário que está acostumado a não pagar a passagem sairá da estação que está com os novos bloqueios para uma que não os têm. Infelizmente, o problema da evasão está muito sério. A crise econômica mudou muito o comportamento do passageiros e, se não fizermos algo, o BRT não sobreviverá. Ele tem custos que precisam ser cobertos e quem termina arcando com essa despesa são os passageiros corretos, acostumados a pagar a tarifa. Eles, por exemplo, têm aprovado as novas catracas”, garante Gibson Pereira. Cada jogo de bloqueios custa R$ 32 mil. De inox, seria o dobro do valor.     As novas catracas, de fato, nem são bonitas nem confortáveis, embora o modelo do Norte-Sul seja mais quadrado do que o do Leste-Oeste, oferecendo mais espaço para os usuários passarem com bolsas e mochilas, por exemplo. Mas se o sistema BRT virar, de fato, um equipamento no qual as pessoas se acostumem a invadir, será o fim. E a conta pesará, de um jeito ou de outro, no bolso do passageiro pagante porque o governo do Estado não tem nem terá recursos para cobrir a evasão de receita e o setor empresarial não ficará com esse prejuízo. O GRCT confirmou o teste do equipamento no Norte-Sul, mas não deu mais detalhes sobre a ampliação do modelo para o sistema. Modelo de catracas que está em teste no Corredor de BRT Leste-Oeste não agradou à população, mas é saída para combater invasões. Foto: Roberta Soares

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