Apesar de complicar a saída dos carros de Boa Viagem e do Pina, Faixa Azul já proporcionou ganho de 35% na velocidade comercial dos ônibus. Fotos: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Sair dos bairros de Boa Viagem e do Pina, na Zona Sul do Recife, voltou a ser uma tarefa árdua para os motoristas de carro. Desacostumados a enfrentar retenções desde a inauguração completa da Via Mangue, em janeiro de 2016, os condutores de veículos particulares enfrentaram um pesado trânsito nesta segunda-feira (5) provocado, entre outros fatores, pela recente implantação da Faixa Azul da Avenida Antônio de Góes, via que faz todo o escoamento do tráfego de corredores como as Avenidas Boa Viagem e Conselheiro Aguiar, além da Via Mangue. Embora o equipamento já tenha proporcionado um ganho de 35% na velocidade dos 198 ônibus que o utilizam – e que transportam 94 mil passageiros por dia –, a retirada de uma faixa dos automóveis transformou a circulação da região, impactada com um número maior de veículos nas ruas devido à volta às aulas da rede pública de ensino e de parte da rede privada.
É claro que ajustes serão feitos para melhorar a circulação. Precisamos de, no mínimo, 30 dias de avaliação para ver o que pode ser feito. Até porque não queremos o benefício só para quem está no ônibus. Nos preocupamos com quem está no carro também. Mas não há possibilidade de retirá-la Geraldo Júlio
O dia foi de caos nos três corredores, tanto no horário da manhã como à tarde, quando o volume de veículos é menor. Em entrevista à Rádio Jornal, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, minimizou o transtorno e pediu compreensão aos motoristas, alegando ser necessário um período de acomodação para a circulação. E garantiu: por mais que os motoristas de carro reclamem, não existe a possibilidade de a prefeitura voltar atrás e desfazer a Faixa Azul da Antônio de Góes porque a prioridade da gestão é o transporte público. “É preciso um período de adaptação. Quando nós construímos a Via Mangue, por exemplo, todos os motoristas queriam usar o novo corredor. Mas com o tempo, muitos voltaram a utilizar outras vias, como as Avenidas Conselheiro Aguiar e Boa Viagem. E o trânsito foi se acomodando”, ponderou.
A implantação da Faixa Azul é um processo gradativo que está sendo feito na cidade e que terá continuidade. De cada dez pessoas do Recife, sete estão dentro do ônibus. Menos de duas estão nos carros”, Geraldo Júlio
E continuou: “É claro que ajustes serão feitos para melhorar a circulação. Estamos estudando. Já conseguimos colocar mais linhas de ônibus para circular na Faixa Azul (localizada na pista norte da Antônio de Góes) e estamos analisando a programação semafórica. Precisamos de, no mínimo, 30 dias de avaliação para ver o que pode ser feito. Até porque não queremos o benefício só para quem está no ônibus. Nos preocupamos com quem está no carro também. Mas não há possibilidade de retirá-la. A implantação da Faixa Azul é um processo gradativo que está sendo feito na cidade e que terá continuidade. De cada dez pessoas do Recife, sete estão dentro do ônibus. Menos de duas estão nos carros”, enfatizou.
A Faixa Azul da Antônio de Góes foi implantada no dia 9 de janeiro, na pista sul do corredor. Começou sendo utilizada por 20 linhas de ônibus e, duas semanas depois, passou a receber outras seis linhas. O novo trecho da Faixa Azul tem início na interseção da Avenida Antônio de Goes com a Rua Carlos Lira Filho e vai até o cruzamento com a Rua Cacilda Iolanda Porciúncula, onde os coletivos poderão seguir em direção à Avenida Agamenon Magalhães ou à Avenida Engenheiro José Estelita. Além dos ônibus, também têm acesso à Faixa Azul os táxis do município do Recife, que podem circular com ou sem passageiros. Os demais veículos só estão autorizados a entrar no corredor quando precisarem realizar conversões e acessar os lotes à direita. A sinalização horizontal tracejada tem a função de mostrar quando será permitido entrar na faixa.
