De novo, a degradação do Corredor de BRT Norte-Sul

Publicado em 02/03/2018 às 16:25 | Atualizado em 02/06/2020 às 14:39
Segundo o TCE, já foram gastos mais de R$ 28 milhões no pavimento do corredor, que deveria durar 15 anos e já encontra-se destruído. Fotos: Filipe Jordão/JC Imagem
FOTO: Segundo o TCE, já foram gastos mais de R$ 28 milhões no pavimento do corredor, que deveria durar 15 anos e já encontra-se destruído. Fotos: Filipe Jordão/JC Imagem
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Fotos: Filipe Jordão/JC Imagem  

 

Novamente, o Corredor de BRT Norte-Sul, o mais extenso da Região Metropolitana do Recife, com 33 quilômetros, volta a virar notícia. E, mais uma vez, devido à sua degradação. Como se não bastasse ter que conviver com estações velhas e sujas, com a falta de prioridade viária e os assaltos nos BRTs, os passageiros do sistema voltaram a sofrer com a destruição do pavimento da rodovia PE-15, eixo viário principal do corredor. A foto que ilustra a abertura desse post, acreditem, é do Norte-Sul. Retrata a situação provocada por uma nova cratera que se abriu em frente ao 7º Grupamento de Artilharia de Campana (GAC), em Olinda, e que está obrigando os ônibus – inclusive os veículos BRTs – a trafegaram na terra para desviar dos buracos.

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E no meio dos desvios, da desordem e da poeira que eles provocam, estão os passageiros. Sofrem os que estão dentro dos coletivos, mas o risco e o constrangimento são ainda maiores para aqueles que precisam aguardar o embarque nas paradas do sistema convencional. “É uma situação absurda. Ficamos ilhados, com ônibus de todo tamanho, inclusive os BRTs, cortando dos dois lados. E a poeira tomando conta de tudo. É muito desconforto para quem está pagando uma passagem cara”, critica a recepcionista Dulce Lima. Alguns passageiros desistiram de esperar o ônibus na parada comum e têm se protegido sob algumas árvores existentes no local.

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Além do desconforto para os usuários, a falta de conservação do Corredor Norte-Sul provoca prejuízo para o sistema de transporte que, de um jeito ou de outro, termina pesando no bolso de quem paga a tarifa todos os dias. Os 88 BRTs adquiridos pelo Consórcio Conorte – que opera o corredor – enfrentam uma depreciação acelerada. O estrago dos veículos é visível. “Passar nesses buracos estraga todo o BRT. Quebra a suspensão do carros, sem falar no tempo que perdemos na viagem”, reclama o motorista de BRT Sandro Carlos, há dez anos na profissão. O impacto direto da degradação do pavimento do Norte-Sul repercute na manutenção dos veículos – terceiro maior custo do sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife. Estraga não só a suspensão, mas a articulação, a pneumática e a carroceria dos BRTs.

Passar nesses buracos estraga todo o BRT. Quebra a suspensão do carros, sem falar no tempo que perdemos na viagem”, Sandro Carlos, motorista de BRT

 

Por causa dos buracos, filas de BRTs e ônibus se formam no trecho nos horários de pico da manhã e do fim da tarde. Um coletivo precisa esperar o outro fazer o desvio para conseguir passar, atrasando as viagens em dez minutos, em média. A cratera em frente ao 7º GAC, é importante destacar, ocupa as duas faixas do corredor.

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Nas imagens da JC Imagem, alguns flagrantes da histórica degradação do Corredor de BRT Norte-Sul, feitas ao longo de 2017
2R060317070 - Nas imagens da JC Imagem, alguns flagrantes da histórica degradação do Corredor de BRT Norte-Sul, feitas ao longo de 2017
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PROVIDÊNCIAS

A Secretaria das Cidades, que responde pelo BRT Norte-Sul, informou por nota que as intervenções realizadas na rodovia PE-15 no ano passado foram pontuais e representaram um investimento de aproximadamente R$ 500 mil. E que os técnicos da secretaria já mapearam os pontos mais críticos da via para que a recuperação seja iniciada ainda na próxima semana. Além disso, o governo do Estado explicou estar rescindindo, mais uma vez, o contrato com a atual construtora que estava finalizando duas estações de BRT do corredor – em Paulista e Olinda. Uma nova licitação será feita em breve.

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