Foto: Roberta Soares/JC
Uma grata supresa no Desafio Intermodal 2018, realizado na noite de quarta-feira (27/9). O sistema BRT, embora tenha ficado em 7º lugar no geral, mostrou bom desempenho no deslocamento proposto, entre a Praça da Independência, Centro do Recife, e o Mercado do Cordeiro, na Zona Oeste. O BRT Leste-Oeste foi 20 minutos mais rápido do que o ônibus comum. Confira na reportagem: Por Amanda Rainheri amanda_rainheri@hotmail.com Os modais estreantes – BRT e monociclo – foram alguns dos destaques do 7º Desafio Intermodal, realizado pela Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) e o Bike Anjo. O evento, uma espécie de “corrida”, tem como objetivo comparar o uso e a eficiência dos diferentes meios de transporte.
Na noite de ontem, a partir das 18h, hora de pico, 12 voluntários saíram, em modais distintos, da Praça da Independência, no Centro do Recife, ao Mercado do Cordeiro, no bairro homônimo, Zona Oeste. O BRT levou 45 minutos e 22 segundos para percorrer o trajeto, quase 20 minutos a menos que o ônibus comum, que fechou o percurso com em uma hora, três minutos e 58 segundos. O modal conquistou a 7ª colocação no ranking, que leva em consideração tempo, custo, emissão de gases e consumo energético de quem utiliza cada um dos 12 meios de transporte. “Foi um desempenho muito interessante. Apesar de não ter faixa exclusiva o tempo todo, o BRT mostrou economia grande de tempo em relação ao ônibus, que ficou preso na Caxangá. Em distâncias maiores, a faixa exclusiva pode ter resultados ainda melhores”, defende o coordenador da Ameciclo, Daniel Valença. “É um ganho bastante positivo, porque a gente percebe que a malha está começando a crescer”, completa a articuladora do Bike Anjo, Barbara Barbosa.
Quem quase subiu no pódio foi outro estreante: o monociclo. Na quarta colocação, o modal levou 38 minutos e 50 segundos para chegar ao destino, a custo zero, sem emitir gases poluentes e se colocando como opção saudável de exercício. O programador Rafael Nonato, 36 anos, utiliza o monociclo há mais de uma década. “Uso no dia a dia, quando o percurso a pé leva mais de 30 minutos. É muito bom no trânsito, porque passa facilmente nos corredores. Os motoristas respeitam um pouco mais, porque sentem que posso cair em cima do veículo, mas o modal enfrenta os mesmos problemas da bicicleta, como falta de ciclovias e ciclofaixas.” O trajeto também foi percorrido de carro, bicicleta, bicicleta rápida, motocicleta, ônibus, táxi, aplicativo de carro, skate e a pé – caminhando e correndo. O 1º lugar ficou com o corredor. “Não quer dizer que o melhor colocado foi o primeiro a chegar. A gente vive em um ambiente coletivo, então precisa levar outros aspectos em consideração, a questão ambiental”, argumenta Daniel Valença. Quem foi caminhando foi o último a chegar (uma hora e 13 minutos).
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Outro resultado importante, para ele, foi o obtido pela bicicleta em velocidade normal. “A pessoa que usou esse modal chegou um minuto antes de quem usou carro. A custo zero, sem emitir poluentes e fazendo exercício. Se houvesse estrutura, quantas pessoas poderiam migrar do carro para bicicleta?”, questiona. As últimas colocações ficaram com carro, aplicativo de carro e táxi. “E são, ainda, os modais mais privilegiados”, lamenta.