DER-PE queria finalizar toda a restauração no fim de 2018, mas não será possível. Promessa, entretanto, é de que pista principal será concluída em dezembro. Fotos: Sérgio Bernardo/JCImagem
A conclusão das obras de restauração do contorno urbano que a BR-101 faz da Região Metropolitana do Recife – que custam R$ 192 milhões – não será antecipada para o fim de 2018, como planejava o governo de Pernambuco, responsável pelos trabalhos. Ficará, de fato, para o fim de maio de 2019 e, não mais, para abril, como previsto no contrato. Mas, por outro lado, será possível concluir a restauração da pista principal da rodovia no fim de dezembro, o que permitirá praticamente zerar o impacto que as obras têm provocado na circulação dos 70 mil veículos que passam pela BR. Ou seja, a previsão é de que os congestionamentos terão fim. Essa é a boa notícia para os motoristas que utilizam o contorno, que se transformou numa via local do Recife e, por isso, tem intenso tráfego.
Temos sofrido muito com essa obra, que tem demorado demais. Vemos pouca gente trabalhando para a necessidade que a obra exige. Isso é revoltante porque temos deixado de trabalhar porque não vale a pena enfrentar tantos congestionamentos”, critica o mototaxista Elias Francisco dos Santos
Silvano Carvalho, presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PE), é quem garante a conclusão das obras. “Estamos trabalhando diuturnamente para isso. Queríamos finalizar todo o trabalho de restauração da rodovia, ou seja, a recuperação dos 90 quilômetros que compõem o pacote de obras, ainda em 2018, mas não será possível. Devido ao pesado tráfego da rodovia, tivemos que dividir os trabalhos em várias etapas para tentar impactar o menos possível na circulação e isso atrasou. Mas corremos para finalizar a pista principal, que é onde se concentra o maior volume de veículos, no fim de dezembro. Assim aliviaremos os congestionamentos em 90%”, explica.
O planejamento do DER-PE é liberar o trecho de 2,4 quilômetros interditados nas imediações da Ceasa e do Hospital da Mulher do Recife no fim de novembro. O trecho, que compreende do km 74 ao km 76,4 da pista no sentido Jaboatão dos Guararapes – Paulista, é o que mais tem provocado congestionamentos. Para piorar a situação, os veículos estão sendo desviados para a Avenida Recife, para em seguida retornarem à BR. “De fato, tem sido um sufoco passar nesse pedaço porque todo o desvio está sendo feito por uma alça de ligação com a Avenida Recife. Estamos perdendo, só no desvio, cerca de 20 minutos. Só passa quem realmente precisa ou os desavisados. Não vejo a hora disso tudo acabar”, reclama o vendedor Carlos Henrique Mota, que encara o trecho todos os dias.
Estamos trabalhando diuturnamente para isso. Queríamos finalizar todo o trabalho de restauração da rodovia, ou seja, a recuperação dos 90 quilômetros que compõem o pacote de obras, ainda em 2018, mas não será possível. Devido ao pesado tráfego da rodovia, tivemos que dividir os trabalhos em várias etapas para tentar impactar o menos possível na circulação e isso atrasou. Mas corremos para finalizar a pista principal, que é onde se concentra o maior volume de veículos, no fim de dezembro. Assim aliviaremos os congestionamentos em 90%”, diz Silvano Carvalho, presidente do DER-PE
No total, a restauração da rodovia já atingiu 50 quilômetros dos 90 quilômetros que, de forma geral, serão restaurados – sendo 30,7 quilômetros em cada sentido do contorno e outros 30 quilômetros de alças, acessos e vias locais. Até agora, o pavimento já foi totalmente refeito nas duas pistas principais (Leste e Oeste) entre Abreu e Lima (bifurcação com a PE-15) e as imediações da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Cidade Universitária. Nesse trecho a conclusão é contínua. A partir daí, há pequenas etapas finalizadas, intercaladas por trechos ainda em obras.
Além da altura da Ceasa e do Hospital da Mulher do Recife, estão em obras os trechos que vão do terminal de ônibus do Engenho do Meio (km 69) até a lombada eletrônica de Jardim São Paulo (km 71), e do Terminal de Integração do Barro (km 72) até a Fonte Milagrosa, na Vila dos Milagres, no Ibura (km 74), ambos no Recife e na pista Leste da rodovia (sentido Paulista-Jaboatão). Estão concluídos e liberados os trechos, sentido Paulista-Jaboatão, do km 51,6 ao 68,6 e do km 74 ao km 82,3. No sentido Jaboatão-Paulista, do km 51,6 ao km 68. Com a finalização da pista principal no fim de dezembro, ficará faltando apenas a restauração das pistas locais, das alças de acesso à rodovia e do trecho que conecta a BR à Avenida Recife.
Além dos transtornos, vejo com muito desconfiança a qualidade do pavimento que está sendo executado. É muito fino para o volume de veículos e o peso dos caminhões. Duvido que suporte mais do que dois invernos. A população que usa a BR vai pagar caro”, diz o agenciador Marcelo Santos
Atualmente, quem passa no trecho da BR que dá acesso as URs, no Ibura, sentido Recife-Jaboatão dos Guararapes, se assusta com uma erosão que comprometeu parte da pista, já isolada ao tráfego. Alguns motoristas chegaram, inclusive, a afirmar que a erosão estava diretamente ligada à qualidade do pavimento que vem sendo feito na rodovia – algo questionado oficial e publicamente por engenheiros, professores da UFPE, entidades nacionais de engenharia e até pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Mas segundo o DER-PE, o trecho que encontra-se isolado sofre de um problema de erosão antigo, que antecede a obra de restauração. “É um outro contrato. Atacamos o problema no fim do ano passado e quando a restauração passou no trecho parecia que tudo estava resolvido. Por isso o novo pavimento foi feito. Mas cedeu novamente e já acionamos a empresa responsável para refazer todo o trabalho, inclusive o do novo pavimento”, garantiu o presidente do DER-PE.