Levantamento da Tembici, empresa que opera o Bike PE e a maior parte dos sistemas de compartilhamento de bicicletas públicas no País, em parceria com o banco Itaú Unibanco, reforça que o Brasil também deveria adotar a mesma estratégia de muitos países - especialmente na Europa - de estimular o uso da bicicleta como transporte não só durante, mas principalmente no pós-pandemia. A Tembici não divulgou números absolutos, mas diz que 97% dos usuários do Bike PE pretendem continuar utilizando as laranjinhas com o fim da quarentena. Ou seja, as vêem como opção de deslocamento no desconfinamento. O sistema, entretanto, teve reduções superiores a 80% no números de viagens e de quilômetros percorridos devido à pandemia.
- Patinetes elétricos ficam mais baratos no Recife
- Em seis meses, usuários do Bike PE percorreram 80 mil km de bicicletas
- A bicicleta como fomentadora de pesquisas
- Recife perde patinetes elétricos e bicicletas sem estação da Yellow
- Sai a Yellow, entra a Serttel para oferecer bikes sem estação e patinetes elétricos no Recife
- Bike PE: faz sucesso, mas não expande
- As bicicletas pedem passagem no Recife
- Planos para um novo Bike PE
- Por que as bikes sem estação e os patinetes elétricos não deram certo?
- Bicicleta como solução para o pós-pandemia do coronavírus
Quando o recorte é nacional, a média cai um pouco nas cinco capitais brasileiras onde a Tembici e o Itaú têm sistemas (além do Recife, estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre). Mas, mesmo assim, segue alta: 90% dos usuários pretendem usar o sistema no pós-pandemia. E 16% deles são da área de saúde. Ainda nacionalmente, 45% das pessoas optam pela bike como prevenção ao novo coronavírus e 54% estão utilizando a bike para ir e voltar do trabalho. No caso do Bike PE, o percentual de profissionais de saúde é ainda maior: representam 20% dos usuários.
“Cada vez mais os pernambucanos enxergam as bicicletas como uma alternativa de transporte. Com a pandemia, as bikes demonstraram ainda mais funcionais, pois além de ser um meio de transporte sustentável e com um custo acessível, ela ainda permite que as pessoas evitem transportes coletivos”, diz Nicole Barbieri, gerente regional da Tembici. Para estimular o #FiqueemCasa, desde o início de abril, a empresa está isentando do pagamento dos planos BikeItaú os clientes cadastrados que não utilizam o sistema.
INFRAESTRUTURA
Mas para estimular ainda mais o uso da bicicleta, é preciso que o Brasil também copie alguns países que já estão estruturando projetos de prioridade à mobilidade ativa, como ampliar a malha ciclável em eixos viários estruturadores das cidades, adotar velocidades mais baixas e vias e alargar as calçadas para estimular o caminhar.
Entre as cidades que elegeram a bicicleta como transporte está Bogotá, na Colômbia, que desde o início da pandemia abriu 76 novos quilômetros de faixas móveis destinadas às bicicletas. Diversas cidades da Alemanha também têm remodelado suas vias para estimular o pedal. Londres, na Inglaterra, e Milão, na Itália, também anunciaram projetos de priorização da mobilidade ativa no desconfinamento. E a maioria das soluções são baratas, com instalação e desinstalação fáceis e rápidas. As estruturas têm sido implementadas com fitas removíveis e sinais móveis para demarcar os espaços destinados a ciclistas.
NÚMEROS DO BIKE PE
Redução das viagens realizadas
Abril 2020 em relação a abril de 2019: -84%
Redução de quilômetros percorridos
Maio 2020 em relação a maio de 2019: -87%
* De 01/05 a 21/05
O levantamento da Tembici foi feito a partir de informações dos usuários ativos no sistema, que pedalaram mais de duas vezes entre os dias 20 e 29 de março. Os clientes preencheram uma planilha com informações como faixa etária, gênero, tipo de bicicleta e uso de bikes durante a pandemia.
Comentários