A ciclomobilidade segura e o estímulo ao uso da bicicleta como transporte estão diretamente relacionados à percepção metropolitana das cidades. Se o transporte público e o trânsito dependem dessa visão, o transporte por bicicleta é ainda mais dependente. Os ciclistas da RMR têm, em sua grande maioria, renda familiar de até dois salários mínimos. Ou seja, gente que enfrenta dificuldades para pagar a passagem do ônibus ou do metrô. E que, para se deslocar, precisa pedalar mesmo.
São os grandes eixos viários que possibilitam a conexão entre as cidades para quem usa a bicicleta. São pessoas acostumadas a pedalar 10 quilômetros por sentido sem problemas. Que optam pela bike por ser fácil e rápido, mas também porque não poderiam pagar a passagem”,Lígia Lima, da Ameciclo
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E, assim como acontece com o transporte público, são muitos os trabalhadores que saem das cidades vizinhas para a capital, que ainda concentra a oferta de serviços de saúde, educação superior e emprego, por exemplo. “E são os grandes eixos viários que possibilitam essa conexão entre as cidades para quem usa a bicicleta. São pessoas acostumadas a pedalar 10 quilômetros por sentido sem problemas. Que optam pela bike por ser fácil e rápido, mas também porque não poderiam pagar a passagem”, defende Lígia Lima, da Ameciclo - a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife.
A visão metropolitana é ainda mais importante para a ciclomobilidade. A maioria das cidades da RMR quer e precisa chegar à capital. E só com conexões de ciclovias e ciclofaixas nas grandes avenidas nós, que usamos a bicicleta como transporte, teremos segurança para ir e vir”,Paulo Pontes, químico e ciclista que mora em Paulista e trabalha em Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife
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Por isso, a ciclomobilidade depende da visão metropolitana dos prefeitos. E esse pensamento metropolitano significa pensar na infraestrutura para bicicletas nas grandes avenidas, que são os eixos da ligação metropolitana. "Além disso, são nesses eixos estruturadores onde se consegue fazer a intermodalidade com o sistema de ônibus, por exemplo. Isso é muito importante. Foi com essa lógica que o PDC (Plano Diretor Cicloviário) foi pensado. De integração com o SEI (Sistema Estrutural Integrado). Cruzando as duas malhas, a de bike e a dos ônibus e do metrô, nessas grandes avenidas”, reforça Lígia Lima.
Jason Torres, que esteve à frente do Escritório da Bicicleta de Pernambuco e acompanhou a implantação das duas primeiras etapas do Eixo Metropolitano Camilo Simões - a única rota cicloviária metropolitana implantada até hoje conectando Recife e Olinda -, defende que a integração é fundamental para viabilizar os projetos de ciclomobilidade. “O Estado planeja o todo, mas não tem o poder sobre o solo. Os municípios são os donos. O Estado pode até ter o orçamento, mas não tem a licença para atuar no município. Passei três anos tentando viabilizar a estrutura cicloviárias nas cidades da RMR e foram muitos obstáculos. Isso precisa ser vencido. O PDC deve ser o norteador dos prefeitos. É um instrumento completo”, ensina.
O ex-gestor, ciclista praticante, defende o mesmo que a Ameciclo: a ciclomobilidade precisa de estruturas nas grandes avenidas. Só assim será possível atrair novos adeptos para a bicicleta, integrar o modal com o ônibus e o metrô, e transformar motoristas em ciclistas. O PDC custou quase R$ 1 milhão aos cofres estaduais, foi concluído em 2014, e previa a implantação de 550 quilômetros de estrutura ciclável na RMR, sendo 270 quilômetros apenas no Recife.
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São os grandes eixos viários que possibilitam a conexão entre as cidades para quem usa a bicicleta. São pessoas acostumadas a pedalar 10 quilômetros por sentido sem problemas. Que optam pela bike por ser fácil e r&
Lígia Lima, da AmecicloCitação
A visão metropolitana é ainda mais importante para a ciclomobilidade. A maioria das cidades da RMR quer e precisa chegar à capital. E só com conexões de ciclovias e ciclofaixas nas grandes avenidas nós, que usamos
Paulo Pontes, químico e ciclista que mora em Paulista e trabalha em Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife
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