Por que reduzir a velocidade limite das ruas e avenidas é fundamental? Entenda
Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto de um sinistro de trânsito (não se chama mais acidente de trânsito)
Você sabia que um atropelamento no trânsito a uma velocidade de 60km/h equivale a aproximadamente uma queda do 6º andar? E que essa vítima tem 98% de chance de vir a óbito? Não? Pois bem, essas são apenas algumas das razões para a redução da velocidade limite nas ruas e avenidas urbanas. Uma discussão sempre necessária e que ganha ainda mais força - pelo menos em Pernambuco - às vésperas de um fim de semana com inúmeras flexibilizações para bares e restaurantes. Num Estado que tem visto os flagrantes de motoristas dirigindo após beber aumentar 70% nos últimos seis meses.
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Não é mais acidente de trânsito. Agora, a definição é outra nas ruas, avenidas e estradas do Brasil
Motoristas estão bebendo e dirigindo mais em Pernambuco. Flagrantes aumentaram 70%
Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto de um sinistro de trânsito (não se chama mais acidente de trânsito. Entenda). Dessa forma, a velocidade afeta não só o risco de ocorrência de um sinistro, mas a gravidade com que ele ocorre. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma redução de até 5% na velocidade média do veículo pode resultar em 30% menos sinistros fatais, ou seja, com óbitos.
50 km/h nas vias arteriais e 40 km/h e 30 km/h nas demais vias. Pedestre (e ciclista) precisa ser protegido porque não tem parachoque, nem motor, nem airbag. Defende-se apenas com o corpo! E precisamos lembrar que o trânsito brasileiro deixa mais de 30 mil mortos e 500 mil sequelados por ano, essencialmente por causa da velocidade”,Francisco Cunha, ativista da mobilidade a pé
Mesmo a uma velocidade de 50km/h o perigo permanece. Segundo a OMS, o motorista também não consegue frear a tempo e o pedestre é atropelado, mas as chances de sofrer apenas ferimentos e sobreviver é maior. Já a 40km/h ou menos, o atropelamento é evitado.
Confira alguns impactos do excesso de velocidade:
Francisco Cunha, arquiteto, urbanista e ativista da mobilidade a pé no Recife, com reconhecimento nacional pela sua experiência e luta, é um crítico ferrenho da banalização do excesso de velocidade nas cidades. É tanto que tem feito campanha pela adoção da velocidade limite de 30 km/h nas ruas da capital. “O maior problema da segurança viária no Brasil é a velocidade alta. Existe uma leniência no País com o excesso de velocidade. Os casos de desrespeito se multiplicam, como o recente em São Paulo, onde uma condutora subiu a calçada, atropelou uma fileira de motos, matou um motoboy na hora e feriu outro. A condutora até tentou subornar as pessoas, recusou-se a fazer o teste do etilômetro. Depois foi para audiência de custódia, pagou fiança e foi para casa. E esse descumprimento é diário, cotidiano. Embora o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) defina que nas vias arteriais a velocidade máxima desenvolvida deve ser de 60 km/h, nas vias alimentadoras de R$ 40km/h e nas vias locais, de 30 km/h”, pondera.
Por tudo isso, além de defender que as velocidades determinadas pelo CTB sejam cumpridas rigidamente, sem leniência, Francisco Cunha é favorável às recomendações da OMS: velocidade máxima de 50 km/h nas áreas urbanas. “Ou seja, 50 km/h nas vias arteriais e 40 km/h e 30 km/h nas demais vias. Pedestre (e ciclista) precisa ser protegido porque não tem parachoque, nem motor, nem airbag. Defende-se apenas com o corpo! E precisamos lembrar que o trânsito brasileiro deixa mais de 30 mil mortos e 500 mil sequelados por ano, essencialmente por causa da velocidade”, alerta.
50 km/h nas vias arteriais e 40 km/h e 30 km/h nas demais vias. Pedestre (e ciclista) precisa ser protegido porque não tem parachoque, nem motor, nem airbag. Defende-se apenas com o corpo! E precisamos lembrar que o trânsito brasileiro deixa
Francisco Cunha, ativista da mobilidade a pé