Semana Santa: com estradas ruins, caminho para o interior exige atenção do motorista
O JC fez o percurso entre o Recife e Fazenda Nova, no Agreste pernambucano, para mostrar a situação e orientar quem vai pegar a estrada no feriadão
Os caminhos que levam à Semana Santa em Pernambuco continuam exigindo muita atenção e prudência dos motoristas.
O JC fez o trajeto entre o Recife e Fazenda Nova (distrito do município de Brejo da Madre de Deus, no Agreste pernambucano e onde é realizado o espetáculo da Paixão de Cristo) para mostrar como estão as condições de trafegabilidade e segurança viária a quem vai cair na estrada neste feriadão e nos próximos - época em que o interior vira o destino principal do Estado.
Por isso, recomenda cuidado porque a malha rodoviária continua ruim e, em alguns trechos, péssima.
Ou seja, são muitos desafios até lá.
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BR-232
A BR-232, principal eixo rodoviário não só do percurso até Fazenda Nova, mas da interiorização do desenvolvimento de Pernambuco, está bem melhor do que estava no ano passado.
Também melhor do que em 2020 e em anos anteriores - quando passou períodos sequenciais literalmente abandonada pela gestão estadual (embora seja uma BR, está sob responsabilidade do Estado por 30 anos).
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Mas segue sendo uma rodovia perigosa, com desgastes que se transformaram em verdadeiras armadilhas para o motorista, e sem sinalização - o que deixa o condutor ainda mais exposto aos perigos.
O primeiro desafio já está na saída do Recife. As obras de alargamento dos 6,8 quilômetros da rodovia, no trecho entre a bifurcação com a BR-101 (km 4,70) e a entrada da BR-408 (km 11,50), virou um transtorno para o motorista.
Pela manhã, são pelo menos três quilômetros de retenção no sentido interior-capital. E à tarde, já a partir das 15h, cenário semelhante no sentido contrário.
“Não somos contra a obra, de forma alguma, mas tem sido difícil. Quem vai para o Recife passa três horas, no mínimo, dentro do carro. É um trabalho que poderia ter sido feito, por exemplo, durante a pandemia, quando o movimento das pessoas nas ruas era menor. As ambulâncias, por exemplo, não sei como estão fazendo”, afirma Wagner Assunção, advogado que mora no interior e passa no trecho com frequência.
Por mais que a Secretaria de Infraestrutura de Pernambuco (Seinfra) tenho prometido minimizar os transtornos, eles ainda são muitos para sair ou entrar na capital devido à dimensão da obra, orçada em R$ 100 milhões.
Assim, a saída para pegar a estrada no feriado deve ser ainda mais planejada e, dentro do possível, antecipada.
O segundo desafio é encarar a BR-232 em si. O pavimento ainda é o maior problema da rodovia.
Não somos contra a obra, de forma alguma, mas tem sido difícil. Quem vai para o Recife passa três horas, no mínimo, dentro do carro. É um trabalho que poderia ter sido feito, por exemplo, durante a pandemia, quando o movimento das pessoas nas ruas era menor. As ambulâncias, por exemplo, não sei como estão fazendo”,afirma Wagner Assunção, advogado que mora no interior e passa no trecho com frequência
A sinalização praticamente inexiste e são poucos os trechos que estão capinados. Em resumo: a rodovia segue com uma imagem de velha e maltratada.
A grata surpresa é o trecho entre Encruzilhada de São João e Gravatá (sentido interior-capital), onde foram executados os serviços de fresagem, recapeamento e sinalização.
Segundo a Seinfra, o governo de Pernambuco investiu R$ 1 milhão na requalificação daquele trecho, que era um dos mais destruídos de todos os 130 quilômetros entre o Recife e Caruaru.
Além disso, a rodovia acabou de ganhar um contrato de manutenção no valor de R$ 26,5 milhões por ano, com prorrogação de até cinco anos, a contar de abril de 2022.
Nos últimos três anos foram executados os serviços de conserva ao longo dos 130 quilômetros, que contemplam roço, capinação, desobstrução do sistema de drenagem, tapa-buraco, fresagem, recapeamento e sinalização horizontal. O valor investido nos últimos três anos é de aproximadamente R$ 50 milhões.
O CAMINHO ENTRE CARUARU E FAZENDA NOVA (BR-104 E PE-145)
Mesmo incompleta, a duplicação da BR-104 é o melhor trecho do percurso entre o Recife e Caruaru. A rodovia já apresenta problemas no pavimento, mas ainda são pequenos e pontuais.
O governo de Pernambuco garante que irá, em breve, finalizar a duplicação - que é de responsabilidade do Estado - entre Pão de Açúcar (distrito do município de Taquaritinga do Norte, localizado após Toritama) e a divisa com a Paraíba.
Mas para quem quer chegar a Fazenda Nova a inconclusão não interfere.
O terceiro desafio dos caminhos da Semana Santa é encarar a PE-145, que faz a conexão da BR-104 com Brejo da Madre de Deus, passando por Fazenda Nova.
É importante destacar que o desafio poderia ser maior. Três meses atrás, seria bem maior, é fato. Isso porque a rodovia está sendo restaurada pelo governo de Pernambuco.
Os 43 km até Brejo da Madre de Deus estão quase que totalmente recuperados e, dessa vez, refeitos por completo.
“Finalmente, o Estado decidiu arrumar a estrada do jeito certo. Ainda não está pronta e tem trechos com muitos buracos. Principalmente entre Fazenda Nova e Brejo da Madre de Deus. Mas antes estava muito pior. Impraticável”, alerta o motorista profissional Josiel Horácio Batista, que todos os dias circula pela PE-145.
Mas, como explicou a secretária de Infraestrutura de Pernambuco, Fernandha Batista, as obras não estarão concluídas até a Semana Santa, quando o volume de pessoas será grande para a região devido ao espetáculo da Paixão de Cristo.
"Não conseguiremos finalizar a sinalização, mas a rodovia está pronta até Fazenda Nova, garantindo o acesso da população. Há três meses não estaria. Infelizmente não conseguimos começar antes porque são muitas obras sendo tocadas ao mesmo tempo dentro dos Programas Retomada e Caminhos de Pernambuco, cada uma com sua necessidade e peculiaridade”, argumenta Fernandha Batista.
Não somos contra a obra, de forma alguma, mas tem sido difícil. Quem vai para o Recife passa três horas, no mínimo, dentro do carro. É um trabalho que poderia ter sido feito, por exemplo, durante a pandemia, quando o movi
afirma Wagner Assunção, advogado que mora no interior e passa no trecho com frequência