COLUNAMOBILIDADE

Greve no metrô do Recife: CBTU já adota providências jurídicas para impedir total paralisação

Metroviários realizam assembleia sobre movimento paredista nesta quinta-feira (19)

Imagem do autor
Cadastrado por

Lucas Moraes

Publicado em 19/05/2022 às 19:03 | Atualizado em 20/05/2022 às 13:34
Notícia
X

Na iminência da deflagração de uma greve por parte dos metroviários, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou no início da noite desta quinta-feira (19) que já adota providências para evitar uma paralisação do modal. A companhia reconhece a possibilidade de paralisação a partir da 00h desta sexta-feira (20), mas deixa clara que não é a responsável por atender a demanda dos metroviários. 

"Em nota, a CBTU Recife diz que "em virtude de uma possível greve a partir da 00h do dia 20.05, vem informar, através deste, no caso da deflagração já está tomando as providências jurídicas necessárias para garantir o cumprimento de 30% do seu efetivo na operação do sistema nos horários de pico, das 5:00h às 8:30h e das 16h às 20h".

A CBTU continua: "a pauta apresentada pelo Sindicato através do ofício nº 019/SMPE/2022, não é de competência dessa unidade administrativa e sim de esferas superiores a essa Superintendência. Os assuntos ligados a uma possível estadualização ou privatização são assuntos discutidos na esfera Federal". 

PARALISAÇÃO DOS METROVIÁRIOS: 

Os metroviários querem que o governo de Pernambuco desista da estadualização, etapa que precederia a transferência da gestão e operação do Metrô do Recife para a iniciativa privada. A determinação é legal. Somente o Estado pode submeter o sistema a uma concessão pública - não se define como privatização porque o metrô não seria vendido, repassado de vez para um gestor privado. Seria concedido, a princípio, por 30 anos.

“Em caso de um posicionamento que não seja a desistência da estadualização/ privatização, a categoria que é soberana em suas decisões, pode decretar paralisação do sistema metroviário na sexta-feira (20). O sindicato ratificou que é contra a estadualização e que espera até a Assembleia Geral Extraordinária uma nota do governo do Estado desistindo do processo”, afirma a direção do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (SindMetro).

Os metroviários temem a exoneração semelhante ao que está acontecendo no Metrô de Belo Horizonte, que também é gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e está em processo de concessão pública. No modelo proposto para o sistema mineiro, os metroviários teriam apenas um ano de estabilidade após a transferência para a gestão privada. E entre os sindicalistas se sabe que todos os metrôs concedidos, pelo menos 40% da mão de obra é dispensada - mesmo sendo uma mão de obra extremamente qualificada.

Tags

Autor