FEMINICÍDIO NO TRÂNSITO

FEMINICÍDIO NO TRÂNSITO: filho do casal sai em DEFESA do PAI e diz que não foi FEMINICÍDIO. Veja VÍDEO

Depoimento do filho da vítima e do réu é uma estratégia da defesa para tentar desqualificar o crime para homicídio culposo no trânsito, o que livraria o representante farmacêutico de continuar preso

Roberta Soares
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Roberta Soares
Publicado em 10/04/2023 às 16:09 | Atualizado em 10/04/2023 às 18:31
Sidney Lucena/TV Jornal
Um dos filhos do casal saiu em defesa do pai, réu no processo - FOTO: Sidney Lucena/TV Jornal

Um dos filhos do representante farmacêutico Guilherme José Lira dos Santos, acusado de usar o carro para matar a companheira de 19 anos - a engenheira de computação Patrícia Cristina Araújo Santos, 46 anos -, em novembro de 2018, na Boa Vista, Centro do Recife, em 2018, saiu em defesa do pai no primeiro dia do julgamento.

Previsto ainda para 2020, o julgamento do representante farmacêutico teve início nesta segunda-feira (10/4), na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum do Recife, na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife.

Em entrevista à imprensa, Pedro Wanderley afirmou que o caso foi um sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define. Entenda), ou seja, que o pai não teria tido a intenção de matar a esposa e que não jogou o veículo em que o casal estava contra uma árvore.

A tese de feminicídio no trânsito é defendida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), responsável pela acusação, e foi também o fundamento para a denúncia judicial que levou o representante farmacêutico a ser julgado por um júri popular.

“Eu acredito que meu pai é uma boa pessoa e que foi um acidente. Ele é a melhor pessoa que eu conheci na minha vida. Se eu sou uma pessoa do bem, 100% é por causa dele. Eu já perdi minha mãe e não quero perder meu pai novamente. Por isso estou aqui. Vim para buscá-lo”, afirmou o jovem, vestido com uma camisa na qual estava escrito: “Pela verdadeira verdade”.

ESTRATÉGIA DA DEFESA É DESQUALIFICAR O CRIME

O depoimento do filho da vítima e do réu é uma estratégia da defesa para tentar desqualificar o crime para homicídio culposo no trânsito, o que livraria o representante farmacêutico de continuar preso.

Sidney Lucena/TV Jornal
Julgamento do caso de feminicídio no trânsito da engenheira de computação Patrícia Cristina Araújo Santos - Sidney Lucena/TV Jornal
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Julgamento do caso de feminicídio no trânsito da engenheira de computação Patrícia Cristina Araújo Santos - Sidney Lucena/TV Jornal
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Julgamento do caso de feminicídio no trânsito da engenheira de computação Patrícia Cristina Araújo Santos - Sidney Lucena/TV Jornal

DENÚNCIA DE FEMINICÍDIO UTILIZANDO O AUTOMÓVEL

Guilherme José Lira dos Santos foi indiciado e denunciado pelo crime de feminicídio no trânsito. De jogar o carro que dirigia contra uma árvore e matar na hora a mulher e mãe de seus filhos. Patrícia recebeu o impacto de uma tonelada de ferro sobre o corpo.

Confira a história da morte de Patrícia Cristina no especial #UMAPORUMA

As imagens de um circuito de monitoramento dos edifícios confirmaram a violência: o veículo passando em alta velocidade e chocando-se, brutalmente, contra a árvore. A destruição foi tanta que os bombeiros não conseguiram tirar Patrícia pela porta do passageiro. O corpo foi retirado pela porta traseira. O marido não teve qualquer ferimento.

HOMICÍDIO TRIPLAMENTE QUALIFICADO

O acusado foi pronunciado (denunciado) no Artigo 121, §2º, incisos I, IV e VI, na forma do §2ºA, inciso I, do Código Penal Brasileiro, o que significa que o réu vai ser julgado por homicídio triplamente qualificado.

Lições do julgamento da "Tragédia da Tamarineira", colisão provocada por um motorista bêbado que deixou três mortos no Recife

As qualificadoras são ter cometido o homícidio por motivo futil; mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; e VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).

O julgamento está sendo presidido pela juíza Fernanda Moura de Carvalho, que atuou em outro caso de sinistro de trânsito de grande repercussão: a Tragédia da Tamarineira. Pelo MPPE, estão as promotoras Ana Clézia, Dalva Cabral e Helena Martins.

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Julgamento do caso de feminicídio no trânsito da engenheira de computação Patrícia Cristina Araújo Santos - Sidney Lucena/TV Jornal
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O julgamento aconteceria no dia 20 de março, mas foi adiado porque, segundo explicou o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o MPPE solicitou o adiamento devido à indisponibilidade de duas testemunhas para comparecer na data agendada.

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