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GREVE METRÔ: metroviários vão testar FORÇA em meio ao risco de PRIVATIZAÇÃO do METRÔ do RECIFE

Categoria deve decretar greve nesta quinta-feira (20/4) e tem o desafio de evitar a privatização do Metrô do Recife, que parece cada vez mais próxima diante das últimas ações do governo do presidente Lula

Roberta Soares
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Roberta Soares
Publicado em 19/04/2023 às 11:19 | Atualizado em 19/04/2023 às 11:22
GUGA MATOS / JC IMAGEM
Metroviários do Metrô do Recife devem entrar em greve contra privatização e sucateamento do sistema - FOTO: GUGA MATOS / JC IMAGEM

Os metroviários de Pernambuco devem decretar nova greve do Metrô do Recife nesta quinta-feira (20/4), em assembleia marcada para às 18h, na Estação Recife, no bairro de São José, Centro do Recife.
Mais do que uma paralisação da categoria, o movimento terá o desafio de conseguir reverter uma possível privatização do sistema pernambucano, que parece estar cada vez mais próxima.

Principalmente depois que, apesar do discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou sete empresas do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) e do Programa Nacional de Desestatização (PND), mantendo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que gere o Metrô do Recife.

Essa decisão, inclusive, teria sido o estopim para a convocação de greve e para que o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmtero) sofresse ainda mais críticas da categoria, que vê a possibilidade de privatização bater à porta, como aconteceu com o Metrô de Belo Horizonte (MG).

O sistema mineiro foi concedido ao Grupo Comporte (que atua no transporte rodoviário de Minas Gerais) no fim de 2022 e, mesmo tendo oportunidade de ao menos solicitar o adiamento do leilão - realizado no dia 22 de dezembro de 2022 -, o governo de Lula não interviu.

Por tudo isso, as críticas ao governo do presidente Lula estão e serão feitas.

METROVIÁRIOS SEM FORÇA EM BH

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Sistema precisaria de R$ 2 bilhões de investimento imediato. O déficit só de custeio é de R$ 300 milhões/ano - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

A primeira greve que a categoria tentou realizar depois da concessão foi um fiasco, com a gestão privada rapidamente assumindo a operação e abrindo contratação de novos profissionais. Até o acesso a algumas áreas da operação do sistema foram negados.

PRIVATIZAÇÃO DO METRÔ DO RECIFE estaria mais próxima após LULA não retirar CBTU do programa de concessões públicas

PRESSÃO SOBRE O SINDICATO

Nas redes sociais, inclusive em grupos internos, as críticas à pouca ação da categoria tem sido grande, já que no setor metroferroviário se sabe que toda concessão pública dos sistemas representou a dispensa, em média, de pelo menos 40% do quadro de pessoal.

Mesmo os metroviários sendo uma mão de obra especializada e, por isso mesmo, diferenciada. E apesar de alguns anos de estabilidade para a categoria. O entendimento é de que o sindicato se acomodou com o apoio de parte do governo, mais esquerdista e contrário às privatizações, e esqueceu da força da outra parte, que entende ser necessária algumas concessões.

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Pedem que o ativismo político seja deixado de lado.

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Greve dos metroviários sempre causa transtornos para a populaçao, mesmo com a demanda do sistema tendo caído em mais da metade (passou de 400 mil/dia para menos de 200 mil/dia) após a pandemia - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

“Devemos decretar, sim, a greve e teremos como principal exigência a retirada da CBTU do PND. Isso é indiscutível na categoria. O presidente Lula falou uma coisa e o governo está fazendo outra. O clima está bem pesado. E o que vimos acontecer em Belo Horizonte potencializou tudo isso”, afirma Cirano Lopes, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da CBTU Recife.

GREVE DE METROVIÁRIOS EM PERNAMBUCO É CERTA

“A greve é certa. Não deve começar na quinta-feira porque é feriado, mas vai ser decretada. A ideia é não deixar que a situação de Belo Horizonte se repita aqui. O sentimento é de que fomos iludidos e que o Metrô do Recife é a próxima bola da vez na privatização”, desabafa.

A recuperação imediata do Metrô do Recife custaria R$ 2 bilhões. O déficit do sistema só para custeio é de R$ 300 milhões/ano. O projeto de concessão pública - elaborado pelo governo federal na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, com aval do governo do Estado, estima um investimento de R$ 8 bilhões em 30 anos.

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O entendimento do Sindmetro é de que o Metrô do Recife precisa ser público, estatal federal e sua malha recuperada pelo governo federal, recebendo os investimentos e a manutenção necessárias para torná-lo referência, como já foi no passado.

E defende uma tarifa social de R$ 2 - hoje, a passagem do metrô é ainda mais cara que o principal anel dos ônibus: custa R$ 4,25.

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As quebras provocadas pelo sucateamento contribuem para a fuga do passageiro - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

SEM COMUNICAÇÃO COM SINDMETRO

A Coluna Mobilidade não conseguiu falar com o Sindmetro, nem com o presidente da entidade, Luiz Soares, nem com a comunicação do sindicato. Eles não atendem as ligações nem dão retorno por whatsapp. E não é a primeira vez. Por isso, o leitor da coluna ficará, mais uma vez, sem a versão dos sindicalistas. Infelizmente.

Nas redes sociais afirmam que entre as discussões da assembleia estão a exigência de retirada da CBTU do PND e o start no Plano de Recuperação do Metrô do Recife, que estima os investimentos imediatos na ordem de R$ 2 bilhões pelo governo federal.

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