TRANSPORTE PÚBLICO

ÔNIBUS: RODOVIÁRIOS fazem PROTESTO nesta terça contra a redução de 200 ônibus no Grande Recife

Desde janeiro, 200 coletivos foram retirados da operação. Se o comparativo for com o período antes da pandemia de covid-19, são 300 ônibus a menos

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Roberta Soares

Publicado em 04/09/2023 às 16:25 | Atualizado em 05/09/2023 às 11:14
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A grita da sociedade pela retirada de 200 ônibus da operação na Região Metropolitana do Recife pelo governo de Pernambuco segue. Depois de o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Ministério Público de Contas (MPCO) terem pedido informações e aberto investigação, agora são os rodoviários que engrossam os protestos.

A categoria promete realizar uma manifestação na manhã desta terça-feira (5/9) contra a medida, inclusive com a possibilidade de paralisação de coletivos pela cidade, o que poderá prejudicar os 2 milhões de passageiros que usam o sistema diariamente.

O protesto acontece a partir das 10h, em frente à sede do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), no Cais de Santa Rita, bairro de São José, Centro do Recife. O local foi escolhido pelos rodoviários porque a retirada dos 200 ônibus foi decisão do CTM, órgão executivo do governo do Estado que gerencia o transporte por ônibus da RMR.

Os rodoviários, inclusive, estão convidando toda a população para participar do ato. Alegam que, assim como o passageiro, o rodoviário também sofre com a retirada de coletivos e a consequente redução da oferta de serviço.

“Nós, trabalhadores do transporte e você, usuário, sabemos a situação real do transporte público de passageiros no Recife e Região Metropolitana. Ônibus lotados, frota antiga, percurso longo. O trabalhador exercendo dupla função, sofrendo com uma sobrecarga de trabalho absurda. Imagina com 200 ônibus a menos?”, alega o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco na convocação.

“Pois bem, essa é a solução que o Governo Raquel Lyra quer dar para população, usuários e operadores do sistema: reduzir ainda mais uma frota que já não atende à demanda.
As consequências, além da piora do serviço, mais tempo de espera e ônibus ainda mais lotados, levará não só à demissão de trabalhadores rodoviários, como aumento na carga de trabalho”, segue a categoria.

“Diante disso, o Sindicato dos Rodoviários convida: usuários, movimentos sociais, movimento estudantil, membros do CSTM, cadeirantes, para juntos dizer não a esse ataque. Convidamos a todos e todas para frente do Grande Recife consórcio de transporte, nesta terça-feira (5/9), para um ato contra a redução da frota, por melhores condições de trabalho e mais segurança para todos”.

ENTENDA A REDUÇÃO DA FROTA DE ÔNIBUS NO GRANDE RECIFE

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
A categoria promete realizar uma manifestação na manhã desta terça-feira (5/9) contra a medida, inclusive com a possibilidade de paralisação de coletivos pela cidade - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Reportagem da Coluna Mobilidade denunciou - fato que foi posteriormente confirmado pelo governo de Pernambuco - a retirada de 200 coletivos da operação na RMR. Em novembro de 2019, o Sistema de Transporte Público (STPP) operava com uma frota de 2.459 coletivos no Grande Recife. Em novembro de 2022, eram 2.326. E, agora, em agosto de 2023, estão em operação apenas 2.132.

As reduções foram feitas a partir das programações de férias, quando todo passageiro sabe que há uma diminuição dos coletivos nas ruas. Mas, historicamente, essa redução era recomposta com o fim das férias. Não está sendo mais. Desde janeiro, com a nova gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB), a recomposição da frota deixou de ser integral.

GOVERNO DE PERNAMBUCO AFIRMOU QUE A REDUÇÃO FOI ‘OTIMIZAÇÃO’

Depois da denúncia da Coluna Mobilidade, o governo do Estado confirmou a redução, mas garantiu que a medida não estaria comprometendo a qualidade do serviço. Na visão do Estado, o processo faz parte de uma otimização da operação.

Nas explicações do governo, há linhas de ônibus que tiveram redução de frota porque a demanda de passageiros justificava, enquanto outras tiveram acréscimo.

A redução também teria sido resultado dos ajustes que o Estado está precisando fazer ainda como resultado do impacto da pandemia de covid-19. Segundo o CTM, com a crise sanitária foi necessário manter uma frota bem acima da demanda de passageiros, que caiu a 20%.

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