RODOVIA: após dez anos incompleta, duplicação da BR-104 é retomada pelo governo de Pernambuco com recursos federais

A duplicação da BR-104, rodovia que corta boa parte do Nordeste (Alagoas, Pernambuco, Paraíba e parte do Rio Grande do Norte), foi retomada no Agreste pernambucano após dez anos de paralisação. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em 18 meses.

A conclusão do trecho de 13,2 quilômetros foi autorizada pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), nesta quinta-feira (21/9), durante visita à região. O trecho, entre Toritama e Pão de Açúcar (distrito de Santa Cruz do Capibaribe), está incompleto devido a entraves administrativos da antiga gestão estadual com o governo federal.

Agora, será concluído com recursos que o governo do Estado teria que devolver à União no valor de R$ 106 milhões. O trecho não duplicado, inclusive, tem provocado congestionamentos e sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define. Entenda) há anos na região. 

“Hoje foi um dia muito importante para a economia, o turismo e a mobilidade do Agreste de Pernambuco. Com a presença de muitas lideranças da região, anunciamos a retomada das obras de duplicação e requalificação da BR-104. Gente, entrava ano, saía ano e essa obra não andava. Nós procuramos o governo federal em busca de uma solução, porque o mais importante é a população poder ter acesso ao benefício”, afirmou Raquel Lyra.

“Nos acertamos, garantimos a contrapartida do Estado e agora as obras serão retomadas, beneficiando o transporte de mercadorias do Polo de Confecções do Agreste e as cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Taquaritinga do Norte. São 13 km de obras e entrega prevista para 18 meses. Simbora, que vem muito mais trabalho e entrega por aí”, finalizou.

ENTENDA A POLÊMICA SOBRE A DUPLICAÇÃO DA BR-104

As obras de duplicação da BR-104, de responsabilidade do governo de Pernambuco, foram paralisadas há quase dez anos e agora serão realizadas em parceria com o governo federal. Durante visita ao Estado, ainda em maio, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que o governo federal iria fazer a parceria com o Estado.

“A BR-104 é mais uma que tem convênio firmado entre os governos federal e o estadual. O Estado relicitou essa obra e faltam R$ 106 milhões para concluí-la. Aguardamos apenas uma nova prestação de contas para retomá-la. Temos R$ 50 milhões garantidos no orçamento para ela e os R$ 56 milhões restantes serão investidos pelo governo de Pernambuco”, afirmou na época.

NOVO PAC PREVÊ DUPLICAÇÃO DA BR-104 ATÉ A PARAÍBA

A BR-104 ainda receberá outros investimentos no trecho que corta Pernambuco, no Agreste do Estado. O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal prevê a duplicação da rodovia entre Toritama, onde as obras estão paralisadas, até a divisa com a Paraíba.

O investimento faz parte do pacote de R$ 91,9 bilhões de recursos que Pernambuco receberá do Novo PAC, que prevê investimentos na ordem de R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil nos próximos quatro anos.

Desse total que chegará para Pernambuco, pelo menos R$ 30,9 bilhões serão para investimentos em obras de infraestrutura, transporte e mobilidade urbana. Estão no pacote R$ 11,2 bilhões para investimentos em estradas, ferrovias, portos e aeroportos.

Outros R$ 14,8 bilhões serão investidos na modernização da mobilidade urbana de forma sustentável, incluindo, além de corredores de transporte coletivo, urbanização de favelas, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos, contenção de encostas e combate a enchentes.

A Transnordestina será atendida no trecho que vai do município de Salgueiro, no Sertão pernambucano, ao Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife. A obra é estimada em R$ 4,5 bilhões e terá 206 quilômetros, conectando quatro estados do Nordeste.

E, por último, desse total de recursos do Novo PAC destinados à infraestrutura, transporte e mobilidade de Pernambuco, R$ 4 milhões serão para a realização de estudo de requalificação do Metrô do Recife. O sistema metropolitano transporta, atualmente, 160 mil passageiros por dia e está na iminência de ser privatizado, permanecendo no Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo federal.