PEDÁGIO URBANO

PEDÁGIO: Nova York cria coragem política e vai cobrar pedágio superior a R$ 70 para acesso de carros ao centro. Dinheiro vai para o metrô

Pedágio urbano vem sendo estudado faz tempo e tem como meta arrecadar US$ 1 bilhão por ano para investir no metrô novaiorquino e no sistema de trânsito

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Roberta Soares

Publicado em 04/12/2023 às 12:43 | Atualizado em 04/12/2023 às 12:52
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A cidade de Nova York, uma das maiores metrópoles urbanas do mundo, vai ter coragem política de cobrar pedágio dos motoristas para acesso ao centro. O plano para reduzir o trânsito de Manhattan, área central da cidade, foi finalmente anunciado pela autoridade local e estabelece a cobrança de pedágio urbano no valor de US$ 15 (na cotação atual, seriam R$ 73) para carros de passageiros.

O plano que inclui o pedágio é o primeiro do tipo nos Estados Unidos e tem como meta a arrecadação de US$ 1 bilhão por ano para serem reinvestidos na modernização do trânsito e na melhoria do sistema de metrô para incentivar mais nova-iorquinos a usarem mais o transporte público.

A cobrança, segundo a Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, em inglês), começará em 2024, entre junho e julho, meses que marcam o fim da primavera no Hemisfério Norte.

CONFIRA VALORES POR TIPO DE VEÍCULOS

A sugestão é que os veículos de passageiros paguem US$ 15 por dia para entrar no centro financeiro, enquanto os caminhões paguem entre US$ 24 e US$ 36, de acordo com o relatório preliminar obtido pela Bloomberg News.

O pedágio não seria aplicado para táxis e veículos alugados, mas seria cobrado dos passageiros um valor adicional por viagem, de US$ 1,25 para táxis e US$ 2,50 para corridas de aplicativos, como o Uber.

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O plano tem como meta a arrecadação de US$ 1 bilhão por ano para serem reinvestidos na modernização do trânsito e na melhoria do sistema de metrô para incentivar mais nova-iorquinos a usarem mais o transporte público - DIVULGAÇÃO

“É uma decisão muito importante e um grande impulso para a economia da região”, afirmou Carl Weisbrod, presidente do conselho para a revisão da mobilidade e ex-diretor do departamento de planejamento urbano da cidade. O plano irá prever descontos para motoristas que já pagam uma taxa de travessia na cidade.

IMPACTOS ESPERADOS COM A COBRANÇA DE PEDÁGIO URBANO

As expectativas em relação à cobrança, na visão da gestão pública, são muitas. A empresa que elaborou o plano tinha a estimativa de que a tarifação do congestionamento poderia levar a uma redução de 10% no número de carros na área central da cidade, reduzindo potencialmente os engarrafamentos e estimulando o uso do transporte público.

Ainda, em julho deste ano, em uma das entrevistas sobre o plano, que estava em elaboração, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, foi ainda mais otimista. Ela esperava uma redução de 15% a 20% de veículos na área comercial central, o que significaria menos ruído, menos congestionamento, menos poluição e menos acidentes.

REAÇÕES E AÇÕES JUDICIAIS CONTRA A MEDIDA

Contrário à taxação, o governador de Nova Jersey, cidade vizinha de NY, Phil Murphy, entrou com uma ação judicial para obrigar a MTA a passar por um processo de revisão ambiental mais demorado, o que pode atrasar o novo pedágio.

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A cobrança, segundo a Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, em inglês), começará em 2024, entre junho e julho, meses que marcam o fim da primavera no Hemisfério Norte. Recursos arrecadados iriam para o metrô - DIVULGAÇÃO

Murphy criticou a proposta, chamando a estrutura de “totalmente inadequada”. “Não nos resta outra escolha senão resolver nossas preocupações através da litigação (contestar judicialmente)”, disse em comunicado.

“O valor é fundamental para o futuro de NY, proporcionando melhor trânsito, ar mais limpo e menos congestionamento”, disse John Lindsay, porta-voz da governadora Kathy Hochul. A MTA afirmou que iria avaliar as recomendações e poderia fazer ajustes.

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