Porsche: Ministério Público denuncia e pede prisão preventiva de dono do Porsche por homicídio doloso qualificado
Os crimes imputados a Fernando Sastre têm penas que variam de 12 a 30 anos de reclusão (prisão)
O Ministério Público de São Paulo MPSP) denunciou, nesta segunda-feira (29/4), o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, pelos crimes de homicídio doloso qualificado (com intenção) e lesão corporal gravíssima em razão da violenta colisão que provocou a morte de um motorista de aplicativo que trafegava na Avenida Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo.
Os crimes imputados a Fernando Sastre têm penas que variam de 12 a 30 anos de reclusão (prisão).
O empresário dirigia um Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, a 156 km/h - segundo a perícia técnica comprovou -, velocidade três vezes superior ao limite da avenida. A acusação é subscrita pela promotora Monique Ratton, que defendeu a prisão preventiva do empresário para evitar que ele influencie testemunhas. A Promotoria diz que o acusado já adotou tal conduta durante as investigações.
O enquadramento em homicídio doloso foi pelo chamado 'dolo eventual'. Segundo a denúncia, Sastre teria ingerido álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir e, assim, "optou por assumir o risco" de um eventual sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define, segundo a ABNT), considerando que a namorada e um casal de amigos tentaram dissuadi-lo de pegar o carro. A acusação aponta que o empresário dirigia a 156 km/h no momento em que colidiu violentamente contra o veículo da vítima.
A colisão matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. Ele dirigia o Sandero que foi atingido pela Porsche de Sastre. O amigo de Fernando, que estava no banco de carona, ficou dez dias na UTI, com perda de órgão, indicou ainda a Promotoria.
PMS QUE LIBERARAM EMPRESÁRIO DO LOCAL DO CRIME SERÃO RESPONSABILIZADOS
O Ministério Público de São Paulo também pediu à Justiça o compartilhamento das provas com a Promotoria da Justiça Militar para que apure eventuais crimes supostamente cometidos pelos policiais militares que autorizaram que Sastre deixasse o local do crime na noite da colisão.
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O inquérito sobre o sinistro de trânsito foi concluído pela Polícia Civil na semana passada, com um terceiro pedido de prisão do empresário.. Ao longo das investigações, os agentes pediram outras duas vezes a detenção do empresário acusado, mas as solicitações foram negadas pela Justiça.
CONDUTOR DO PORSCHE ESTAVA A 156 KM/H, TRÊS VEZES MAIS QUE A VELOCIDADE PERMITIDA NA VIA
A perícia técnica concluiu que o empresário estava a 156 km/h quando jogou o Porsche que dirigia contra a traseira do Sandero conduzido pelo motorista de aplicativo. Na Avenida Salim Farah Maluf, onde ocorreu o sinistro de trânsito, a velocidade máxima permitida é de 50 km/h. A informação está no laudo divulgado pela Polícia Científica de São Paulo e confirmada pelo Ministério Público de São Paulo.
A velocidade do carro de luxo no momento da colisão foi estimada pelos peritos após a análise de imagens de câmeras de segurança, que registraram o ocorrido. No entanto, o laudo apresentado é apenas um dos documentos a serem entregues para a Polícia Civil. O Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) também devem preparar conclusões.
Com informações do Estadão Conteúdo