ÁLCOOL E DIREÇÃO

Lei Seca: pelo menos nas rodovias federais, colisões com motoristas alcoolizados diminuiu, diz PRF

Lei Seca, em vigor no Brasil há 16 anos, intensificou o combate à mistura álcool e direção. PRF apresentou um balanço dos registros nas BRs

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Roberta Soares

Publicado em 18/06/2024 às 13:26 | Atualizado em 18/06/2024 às 14:15
Notícia

Pelo menos nas rodovias federais do País - as BRs -, os sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define, segundo a ABNT) provocados por motoristas que ainda insistem em misturar álcool e direção ingestão de álcool tiveram redução com a criação, há 16 anos, da Lei Seca no Brasil.

A redução foi divulgada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para lembrar mais um aniversário da criação da legislação nacional, nesta quarta-feira (19/6). Conhecida por tornar mais rígido o combate à direção sob o efeito de álcool nas vias brasileiras, a norma estabeleceu tolerância zero para motoristas que dirigem após consumir bebidas alcoólicas.

E definiu a conduta como infração de trânsito gravíssima, sujeitando o infrator à multa e suspensão do direito de dirigir por doze meses. Além de uma multa de quase R$ 3 mil.

REDUÇÃO DE SINISTROS DE TRÂNSITO COM CONDUTORES ALCOOLIZADOS

JC IMAGEM
Com a Lei Seca, a recusa ao teste é permitida, mas os agentes de trânsito têm autonomia para fazer a constatação da embriaguez e autuar o motorista da mesma forma. Mas, na Justiça, alguns casos de alcoolemia por constatação são derrubados, deixando os motoristas infratores impunes - JC IMAGEM

No ano passado, a PRF registrou o menor número de sinistros de trânsito em que a causa principal foi a ingestão de álcool pelo condutor. O índice de 2023 foi o menor registrado em cinco anos. Na comparação com 2019, ano pré-pandemia de covid 19 – que restringiu drasticamente a fiscalização presencial – a queda foi de 33,6%. As estatísticas de mortes e feridos nestes sinistros, na comparação entre os mesmos períodos, também diminuiu.

Entre 2019 e 2023, a PRF registrou uma redução de 1.822 sinistros de trânsito que tiveram como causa principal a ingestão de álcool pelo condutor. Essa redução, lógico, também se refletiu no número de mortos e feridos. No mesmo período, foram 2.324 registros de pessoas feridas a menos e outros 148 de óbitos a menos.

Confira os dados ano a ano, entre 2019 e 2023:

DIVULGAÇÃO/PRF
Pelo menos nas rodovias federais, colisões com motoristas alcoolizados diminuiu, diz PRF - DIVULGAÇÃO/PRF

 

A PRF alega que os índices refletem o trabalho dos policiais rodoviários federais na prevenção de sinistros de trânsito e da fiscalização realizada nas cinco regiões do Brasil. Em 2023, foram realizadas mais de cinquenta mil ações específicas para fiscalizar a conduta dos motoristas relacionada à alcoolemia. Confira os números:

DIVULGAÇÃO/PRF
Pelo menos nas rodovias federais, colisões com motoristas alcoolizados diminuiu, diz PRF - DIVULGAÇÃO/PRF

APESAR DA REDUÇÃO NAS BRs, ÁLCOOL MATA 1,2 BRASILEIRO POR HORA NO TRÂNSITO

© Polícia Rodoviária Federal
A redução foi divulgada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para lembrar mais um aniversário da criação da Lei Seca, há 16 anos - © Polícia Rodoviária Federal

A mistura perigosíssima de álcool e direção provoca uma média de 1,2 morte por hora. Esse dado assustador é do Ministério da Saúde e foi revelado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) em referência aos 15 anos da Lei Seca, no ano passado.

A análise sobre a Lei Seca, marco na luta contra a violência no trânsito brasileiro, revela que 10.887 pessoas perderam a vida em decorrência da mistura de álcool com direção em 2021.

Apesar de ainda alarmante, a taxa de mortes por 100 mil habitantes de 2021 foi 32% menor que a de 2010, quando a Lei Seca tinha apenas dois anos. O número de mortos por ano caiu de sete para cinco por 100 mil habitantes no período.

Segundo o levantamento, cerca de 5,4% dos brasileiros relataram dirigir após beber, índice que tem apresentado estabilidade no País. Para o pesquisador, o número ainda é excessivamente alto, mas a tendência é de redução ao longo dos dez anos analisados.

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