Ponte Iputinga-Monteiro: sistema viário ainda incompleto e sem previsão de conclusão nos bairros da Iputinga e do Monteiro
Nova ponte foi liberada à circulação de veículos no sábado (24/8), após 12 anos de obras, paralisações e retomada. É a primeira ponte após 20 anos
A nova Ponte Iputinga-Monteiro, inaugurada no sábado (26/8) e que conecta as Zonas Norte e Oeste do Recife, ainda tem um sistema viário amplo para ser concluído pela prefeitura. As obras estão em andamento, mas sem previsão de conclusão por enquanto. Apenas a expectativa de que seja em 2025.
Será uma rede viária que faz a conexão com importantes corredores da cidade, principalmente da Zona Oeste. É o caso do binário que dá acesso à Avenida Maurício de Nassau, mais conhecida como Paralela da Caxangá, na Iputinga, e, de lá, com a BR-101, no contorno urbano que a rodovia faz do Grande Recife.
O binário de 700 metros (solução de tráfego que prevê duas vias paralelas com sentido de tráfego oposto) já está em operação nas Ruas Rezende/Dom Diamantino Costa e Ruas Pereira Coutinho Filho/Maria de Fátima Soares. Por ele é possível acessar a Paralela da Caxangá.
A conexão com a Estrada do Barbalho, que terá 700 metros e permitirá a ligação com a Paralela da Caxangá e a BR-101, ainda está sendo finalizada pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB). O acesso será pela Avenida Jornalista Possidônio Cavalcanti Bastos, que ainda está tendo a pavimentação concluída.
Segundo informações da Prefeitura do Recife enviadas no material de divulgação da inauguração da nova ponte, o chamado sistema viário secundário ainda inclui a implantação de mais 2,7 km de ciclovias e ciclofaixas, 14 novos abrigos de ônibus; requalificação de vias, praças e passeios; melhorias na drenagem; novas áreas de convívio e lazer; e melhorias na acessibilidade.
No pacote estão a requalificação de 16 ruas da região da Iputinga, totalizando 4,5 km. O projeto inclui ainda requalificação de mais duas praças com novos espaços de convivência e lazer no bairro. Uma na Rua Simonésia, que terá quadra esportiva, mesas de jogos, área para ginástica e playground. E outra na Avenida Jornalista Possidônio Cavalcanti, que terá mesa de jogos e playground.
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No Monteiro, serão implantadas áreas de convivência e lazer nas Ruas Tapacurá e Ilha do Temporal. Haverá melhoria da rede de drenagem para mitigar os alagamentos, implantação de faixas de pedestres com rebaixamento de calçada e meio-fio e travessias elevadas para pedestres.
O investimento nos dois sistemas viários - principal e secundário -, segundo a PCR, é de R$ 46,7 milhões. O paisagismo será incrementado com o plantio de árvores e a iluminação ganhará 35 novos postes com luminárias em LED.
O JC tentou obter informações com a Prefeitura do Recife sobre o andamento das obras, o impacto do sistema viário secundário e, principalmente, a previsão de conclusão dos trabalhos. Mas não conseguiu um porta-voz para entrevista.
Por nota, a URB explicou que o sistema viário secundário da ponte deverá ser entregue apenas em 2025, sem um mês ou uma data específica. “O prazo segue o cronograma esperado pela gestão municipal, devido à complexidade do serviço e o desafio com as desapropriações nas áreas afetadas”, explicou a gestão, ressaltando que as obras não impedem o funcionamento da ponte.
CONFIRA A NOVA PONTE IPUTINGA-MONTEIRO
Foram 12 anos de espera, entre obras iniciadas, paralisadas, alterações de projeto e retomada da construção. Mas, enfim, as Zonas Oeste e Norte do Recife têm uma ligação direta sobre o Rio Capibaribe, com a liberação ao tráfego de veículos, ciclistas e pedestres, no sábado, da Ponte Iputinga-Monteiro, agora batizada de Ponte Professor Jaime Gusmão, numa homenagem ao engenheiro e professor da UFPE, que comandou a URB (Autarquia de Urbanização do Recife) e foi um dos criadores do Programa de Gerenciamento dos Morros, que serve de base até hoje para políticas do Ministério das Cidades.
A nova ligação, fundamental para a composição da rede viária da capital pernambucana e esperada por muito tempo, vai reduzir em mais da metade o tempo de deslocamento que antes precisava ser feito por corredores de transporte já saturados da cidade, como a BR-101 - no contorno que a rodovia federal faz do Grande Recife e que recebe um tráfego pesado e intenso -, e as vias de conexão entre as duas regiões, também extremamente saturadas.
Confira a circulação prevista:
Circulacao - Ponte Iputinga... by Roberta Soares
Agora, a ligação está liberada entre os bairros da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, e do Monteiro, na Zona Norte, sobre o Rio Capibaribe. A nova ponte tem quatro faixas de rolamento, duas em cada sentido, uma ciclofaixa e calçadas. Tem 170 metros de extensão, 20 metros de largura e 12 metros de altura.
São R$ 44,9 milhões em investimentos da gestão municipal somente na ponte, que beneficiará 60 mil pessoas, entre motoristas, ciclistas, pedestres e passageiros. A ponte faz conexão com um novo sistema viário que ainda está sendo implantado - vale destacar - nos bairros da Iputinga e do Monteiro.
CONFIRA OS GANHOS PARA A CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS
A Ponte Iputinga-Monteiro melhorou a circulação viária de veículos entre os dois bairros, desafogando alguns corredores com tráfego intenso na cidade, como a BR-101, por exemplo. A nova passagem irá suprir uma necessidade antiga de ligação entre as duas margens, já que não existe nenhuma ponte para veículos num trecho de quase 5 km do rio.
Atualmente, as pontes mais próximas ao longo do Capibaribe nesta região são a ponte da BR-101 e a ponte-viaduto Governador Cordeiro de Farias, que liga os bairros da Torre e Parnamirim.
Com a nova ligação, a distância entre o Parque de Exposições do Cordeiro e a Praça de Casa Forte passou dos atuais 6,7 km (via Torre-Parnamirim) e 8 km (via BR-101) para apenas 4,39 km. Motoristas indo do Parque do Caiara para o Parque Santana precisavam percorrer 5,1 km (via Torre-Parnamirim) ou 7,7 km (pela BR-101), distância que caiu para 3,82 km com a nova ponte.