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PONTE IPUTINGA-MONTEIRO: obras do sistema viário estão atrasadas em sete meses, denuncia vereador

Atraso pode inviabilizar liberação da ponte no início de 2024, como prometido pelo prefeito João Campos

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Roberta Soares

Publicado em 05/12/2023 às 17:10 | Atualizado em 05/12/2023 às 19:41
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A demora da Prefeitura do Recife em concluir a implantação do sistema viário que dará acesso dos veículos à Ponte Iputinga-Monteiro, (batizada de Engenheiro Jaime Gusmão), ligando as Zonas Norte e Oeste da capital, poderá inviabilizar a entrega da ligação no início de 2024, como prometido pelo prefeito João Campos (PSB).

A denúncia foi feita publicamente nesta terça-feira (5/12), pelo líder da oposição na Câmara de Vereadores do Recife, o vereador Alcides Cardoso (PSDB). Segundo o parlamentar municipal, as obras do viário estão com sete meses de atraso na execução. A ponte ligará os bairros da Iputinga, na Zona Oeste da capital, e Monteiro, na Zona Norte.

OBRAS AVANÇARAM APENAS 16%

Alcides Cardoso alega que o sistema viário só avançou 16%, enquanto que, pelo cronograma da construção, já deveria estar na metade da sua execução. Para comprovar o atraso, o vereador fez imagens de drone da área. A ponte vai fazer a ligação entre as Avenidas 17 de Agosto, no bairro do Monteiro, e Maurício de Nassau, no bairro da Iputinga.

Phillipe Jonathan/Divulgação
Já a obra do sistema viário tem um valor inicial contratado de R$ 45,7 milhões e o prazo de execução vai até o dia 17 de junho de 2024 - Phillipe Jonathan/Divulgação

A previsão de entrega no início de janeiro foi feita pelo prefeito, durante visita à obra, que tem um investimento total de R$ 88 milhões. A Ponte Iputinga-Monteiro está sendo construída sobre o Rio Capibaribe e ficou paralisada por mais de sete anos, sendo retomada na gestão de João Campos.

A construção da ponte consumiu R$ 43,5 milhões e deve ser concluída, de acordo com o prazo atual do contrato, no próximo dia 30 de dezembro. Já a obra do sistema viário tem um valor inicial contratado no valor de R$ 45,7 milhões e o prazo de execução vai até o dia 17 de junho de 2024.

PONTE FICARÁ PRONTA, MAS ACESSO VIÁRIO NÃO

O vereador argumenta que a ligação vai ficar pronta, mas não terá um sistema viário completo e amplo para estimular o acesso à nova ligação.

“Apesar de a prefeitura afirmar que já tem 90% do projeto pronto e que ele será entregue no início do ano que vem, essa é a situação. Como vocês podem ver pelas imagens do drone, quase 12 anos depois de iniciada e com um custo que já vai em R$ 109 milhões, a situação da obra é essa: embora a parte central, o miolo, esteja muito evoluído, hoje a ponte não leva nada a lugar nenhum”, afirmou Alcides Cardoso.

“O fato é que a obra que liga a ponte ao sistema viário está muito atrasada, com metade do prazo já vencido, a obra só avançou 16% na sua execução, quando já deveria estar em 50%”, reforçou.

Phillipe Jonathan/Divulgação
Já a obra do sistema viário tem um valor inicial contratado de R$ 45,7 milhões e o prazo de execução vai até o dia 17 de junho de 2024 - Phillipe Jonathan/Divulgação

 

CONSTRUÇÃO DA PONTE FICOU PARALISADA POR SETE ANOS

A obra da Ponte Monteiro-Iputinga foi iniciada ainda no final da gestão do ex-prefeito João da Costa (PT) e deveria ter sido entregue em 2014, no primeiro mandato do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB), que adiou o prazo para março de 2015. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) chegou a julgar irregular auditoria especial sobre a obra. A construção foi retomada por João Campos em outubro de 2021, prometendo a entrega para outubro de 2023.

“Infelizmente, a única obra de porte para melhorar a mobilidade da nossa cidade, que tem o pior trânsito do Brasil, precisa ganhar um novo ritmo para virar realidade e também tratar de forma justa e com responsabilidade a questão das desapropriações e resolver a questão do habitacional. O pior é que o impacto na mobilidade, que seria um em 2012, já será outro, menor agora, uma década depois”, criticou o vereador.

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
A Ponte Iputinga-Monteiro é essencial para viabilizar a Terceira Perimetral do Recife, corredor viário fundamental para a circulação da cidade - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Retomada obras da Ponte Iputinga-Monteiro - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Divulgação PCR
Ponte Iputinga-Monteiro - Divulgação PCR
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Retomada obras da Ponte Iputinga-Monteiro - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
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Retomada obras da Ponte Iputinga-Monteiro - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

 

PREFEITURA SILENCIA E COLOCA VEREADOR PARA FAZER DEFESA DA OBRA

A Prefeitura do Recife não se posicionou sobre as denúncias. E, como costuma fazer, colocou um vereador da base aliada para fazer a defesa dos projetos municipais. Dessa vez, a missão ficou com o vereador Rinaldo Junior, líder do PSB na Câmara Municipal e vice-líder do governo João Campos. Rinaldo afirmou que Alcides Cardoso era uma “piada de mau gosto” porque torcia contra a cidade e que as afirmações de atraso não tem fundamento diante de um projeto que está com 97% da etapa principal concluída.

“Alcides Cardoso é uma piada de mau gosto como vereador e mancha a imagem da Câmara do Recife. Torcer contra ações da gestão é torcer contra a cidade e incomoda a ele saber que o prefeito João Campos, aprovado por cerca de 80% da população, concluiu já 97% da etapa principal da construção da ponte Jaime Gusmão, o que corresponde a fundação, pilares, tabuleiro, passeios, guarda-corpos, além do asfaltamento e da ciclovia”, disse.

E seguiu: “Ainda em dezembro a obra será finalizada. Desmentindo Alcides, o custo está em R$ 77,8 milhões, ao contrário da fake news dele. E sobre o sistema viário, trago mais uma verdade: a ligação da ponte com o solo está com 26,42% de avanço, devendo ser entregue em junho de 2024, dentro do prazo previsto”, afirmou.

Rinaldo Junior também destacou a coragem do prefeito de retomar a construção de pontes na cidade e chamou Alcides de carrocrata. “É importante esclarecer que há mais de 15 anos não se constrói uma ponte no Recife e o prefeito João Campos teve a coragem de buscar solucionar o problema de mobilidade na região que afeta, sobretudo, aqueles que utilizam o transporte público. Essa obra vai beneficiar diretamente mais de 60 mil pessoas, diminuindo o tempo de travessia lado a lado sobre o Rio Capibaribe, oferecendo mais qualidade de vida ao povo, especialmente para quem anda de ônibus, e não no ar-condicionado, como o colega Alcides”.

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