Ponte sobre Rio Tocantins: Relatório de 2020 do Dnit apontava fissuras em pilares e rachaduras
Há quatro anos, eram ao menos 19 tipos de danos estruturais na ponte que caiu no domingo, 22, entre os Estados do Tocantins e Maranhão
Um relatório concluído pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em 2020 apontava 19 tipos de danos estruturais na ponte que caiu no domingo, 22, entre os Estados do Tocantins e Maranhão.
O relatório técnico reuniu informações e fotografias sobre o mau estado de conservação da ponte Juscelino Kubitschek, construída nos anos 1960.
Foram relatadas fissuras em 14 dos 16 pilares, nas paredes de travamento e nos blocos de fundação, além de falhas de concretagem e até inclinações observadas a olho nu nos reforços colocados nos pilares.
O texto fala em "nível elevado de danificação da estrutura", mas não menciona risco de colapso. O conteúdo do relatório foi revelado pelo site Metrópoles.
Relatório gerencial de infraestrutura rodoviária, que o Dnit mantém na internet, classifica como "ruim" o estado de conservação da ponte. Em uma graduação que vai de 1 a 5, em que o 5 é considerado excelente, a ponte JK aparece com 2.
Quatro anos depois da vistoria in loco, em 2024, o Dnit lançou um edital para contratar uma empresa para reabilitar a ponte ao valor de R$ 13,320 milhões. Não houve interessados.
O Dnit informou que, entre 2021 e 2023, gastou R$ 3,5 milhões em um programa de manutenção de estruturas no Estado do Tocantins, que previam reparos em vigas, lajes e passeios. O órgão não detalhou, porém, o que foi feito na ponte JK.
A ponte de 533 metros ligava Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA). Ao menos 10 veículos caíram.
76 toneladas de ácido sulfúrico caíram no Rio Tocantins
Três caminhões que transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, um produto químico corrosivo, caíram no Rio Tocantin.
O Maranhão já orientou a suspensão da captação de água para abastecimento público nos municípios banhados pelo rio Tocantins que ficam abaixo do desabamento no curso do rio, até que se determine que a pluma (massa) de contaminantes tenha se diluído.
19 municípios podem ter sido impactados:
- Aguiarnópolis
- Carrasco Bonito
- Cidelândia
- Esperantina
- Itaguatins
- Maurilândia do Tocantins
- Praia Norte, Sampaio
- São Miguel do Tocantins
- São Sebastião do Tocantins
- Tocantinópolis
- Campestre do Maranhão
- Estreito
- Governador Edison Lobão
- Imperatriz
- Porto Franco
- Ribamar Fiquene
- São Pedro da Água Branca
- Vila Nova dos Martírios.