Durou muito. Durou 15 meses, mas o discurso do presidente da República de que não negociaria com partidos políticos é coisa do passado. Jair Bolsonaro já anda de braços dados com o MDB, o Progressistas, o PL, o PTB, só para citar as mais importantes legendas de um amontado de partidos que carrega o singelo pseudônimo de “centrão”.
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Quando estava montando a equipe de governo, em novembro de 2018, Bolsonaro bradava aos quatro cantos do escritório de transição que o governo dele seria diferente. O então presidente eleito usava o absurdo argumento de que, quando muito, quando fosse necessário, chamaria as bancadas para negociar.
A bancada da bala, que neste governo é bem influente; a da bola, do boi, da Bíblia. Só para ficar na segunda letra do alfabeto.
Acontece que não quiseram contar ao presidente que essas bancadas são fortes, aguerridas quando o assunto diz respeito aos seus próprios interesses. Quando os temas são variados, esse amontado de parlamentares ligeirinho se dispersa e a força se dilui.
Dito e feito. 15 meses depois de subir a rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro está paparicando e sendo bajulado pelos representantes dessas legendas.
O experiente professor Adriano Oliveira bateu palmas para a meia-volta de Bolsonaro. “Mais uma vez, o presidente Bolsonaro tenta fazer o correto” diz o professor. “Fazer política, distribuir cargos para os partidos e governar. Espero que ele não recue. Pois o Brasil precisa de política e estabilidade. Governos não precisam de crises”, sentenciou o sócio da Cenário Inteligência.
A pergunta que não quer calar é o que vão dizer os seguidores do presidente quando vier a público a foto de Bolsonaro abraçado com alguns dirigentes partidários que já passaram uma temporada atrás das grandes, por envolvimento com a corrupção. Mas para um governo que precisa se salvar, entregar cargos abraçar aliados, sem olhar o currículo, é de menos.
Pense nisso!
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